Capítulo 18

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Uma semana depois, Anahí estava em sua casa almoçando.  Ainda não estava com coragem de dizer a tia que estava grávida. Era tão difícil pra ela aceitar aquela gestação, mas ainda assim ia ter aquela criança.  Era parte dela, não podia jamais tirar.

Não tinha visto mais Alfonso, sabia que ele estava irritado. Mas também não queria vê-lo. Ele era ruim e a fazia mal.

Já Alfonso estava em sua casa, não havia saído de lá desde então. Tentava estudar, mas por mais que tentasse, não conseguia se concentrar de jeito nenhum. Anahí não saía de sua cabeça, estava tão difícil. 

Ele queria poder ir embora e deixar Anahí se virar, já que ela queria ter aquela criança, mas não podia. Anahí não merecia ter um final tão triste, ter a vergonha de ter um filho sem pai. Ele poderia ser tudo, mas ele era um homem e um homem cumpria com seu dever. Não era o que ele queria da vida, mas tinha de fazer o que era certo.

Se levantou para ir a casa de Anahí. 

Eu estava mal, bem triste mesmo. Estava grávida, ia ter uma criança.  Não sabia nem segurar uma, nunca nem segurei um bebê, não seria capaz de cuidar. Estava com muito medo do que viria, era algo novo e assustador.  Sozinha então, era pior ainda. Mas estava mais deprimida por causa de Alfonso, como ele havia se comportado, de como era sem coração. Sempre pensei que ele ia mudar uma hora ou outra e mostrar que gostava realmente de mim, mas não. A dor que estava sentindo era tão ruim, um sentimento de puro vazio. Sem saída, sem perspectivas.

Estava sozinha em casa, mas infelizmente teria de atender a porta já que não tinha ninguém para fazer.

Me levantei sem a menor vontade e abrir a porta. Me assustei ao me deparar com Alfonso. Ele não estava com um bom aspecto.

__ Não tenho nada para falar com você. 

Ela foi direta.

Ele não estava nada bem, ela pôde ver em seu olhar.  Sabia que ele não queria ter filho, mas Anahí nada poderia fazer quanto a isso. O destino estava ali e precisava ser seguido e Deus não colocava nada do que não aguentamos na vida. Aquilo tranquilizava Anahí.  Tudo iria dar certo, mesmo que tivesse de ser sem Alfonso.

Ele parecia suplicar para que Anahí fizesse o que ele queria, mas para ela ele tinha dado viagem perdida.

__ Não adianta Alfonso, eu já estou decidida. Não precisa se preocupar, vai seguir seu rumo.

Ela se virou, não conseguia encarar ele.

Alfonso ainda estava calado, ele iria mudar sua vida de cabeça para baixo, mas Anahí era sua vida e ele a amava. Sim, a amava. Mas não falaria isso para ela, porque não queria que ela se iludisse, porque ele não era homem para ela, mas também não aguentaria viver sem ela. Ele enloqueceria se a perdesse, então o jeito seria ficar com ela grávida mesmo que nunca fosse capaz de amar aquela criança, ainda sim sendo fruto do amor deles dois.

Se ela queria ter um filho seu, ela teria e ele iria estar do seu lado.

Era a decisão mais difícil que tomaria na sua vida, mas já tinha se contentado.

Ele tinha começado a acabar com a juventude dela, a fazendo mãe tão precocemente.  Era a última coisa que queria.

Seu plano era ficar com Anahí pra sempre, mas sem filhos. Talvez ela iria querer, mas ele ia mostrar a ela que crianças só atrapalhava a vida.

__ Me deixa, por favor!

__ Você está muito pálida.  Está se alimentando bem?

Perguntou com um fio de voz.

__ Não se faça de preocupado, já que queria que eu abortasse. Você não se importa comigo. O aborto mesmo por meio de remédios pode dar fim a uma vida.

Ele abaixou a cabeça.
O desespero o estava fazendo ficar cego.
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Quando se envolveu con Danna ela engravidou e falou que o filho era dele. Ele ainda adolescente não sabia o que fazer, mas ela sim.

Pediu que ele conseguisse com seu pai uma quantia alta em dinheiro para que ela tirasse o bebê.

__ Tem que arrumar logo, porque ainda esta no começo.  Só é sangue.

Dizia a mulher. 

__ Não é a primeira vez que faço isso.

Ele estava super assustado, só tinha 16 anos, se o pai soubesse iria matá-lo.

O que o aliviava é que sabia onde o pai guardava dinheiro vivo dentro de casa. Se tratava de muito dinheiro. Ele pegaria um pouco e o pai nem desconfiaria.

No outro dia Alfonso levou dois malote de dinheiro vivo, a mulher pegou com os olhos brilhando.

__ Esse é para eu tirar a criança e esse é meu.

__ Mas você falou que precisava de tudo isso.

__ Pensa que é de graça, menino? Eu preciso de dinheiro para minhas coisas...

Alfonso nada disse.

Mais tarde, uma mulher foi até a casa de Danna com alguns comprimidos abortivos e entregou a ela.

__ Coloque 4 lá e 4 na língua.  Vá engolindo a saliva para que se precisar ir a um médico não descubram que tomou remédio para tirar.

__ Eu já sei! Danna piscou. 

Alfonso estava ali de pé olhando Anahí e lembrando.

Depois que Danna tomou os remédios,  se deitou e umas 2 horas depois começou a sentir fortes dores. Ele ficou mal vendo ela sentir tanta dor, depois desceu muito sangue, parecia que não ia parar. Ela teve que chamar a mulher que vendeu os comprimidos para conter o sangramento. Lembra que no dia seguinte ela estava como nova.

__ Sem filhos. -disse ela.
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__ Sabe que me importo.  -ele falou- se não importasse, não estaria aqui.

__ Aposto que vai pedir para que eu tire o bebê, mas....

Ele a interrompeu.

__ Você e essa mania de aposta.

Ela o encarou.

__ Me arrependo amargamente, pode ter certeza disso. Você só me faz mal.

__ Eu sei disso! Também não queria ter te conhecido. 

Os olhos dela se encheram de lágrimas. 

__ Mas não por sua causa, mas sim por minha. Eu sabia que iria te fazer infeliz Anahí.

__ Realmente, não posso dizer que você não avisou.

__ Então quer ter mesmo esse filho?

Ela assentiu. 

__ Não te prometo te fazer feliz, mas também não posso ser indiferente ao fato que esta grávida...

__ O que quer dizer com isso?

__ Anahí, vamos nos casar.

No Sé a Donde FueOnde histórias criam vida. Descubra agora