Capítulo 7

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Diego

Eu fiquei com uma pulga atrás da orelha em relação a Karla. Não sei quem ela é e o que ela veio fazer no meu morro. Só aceitei porque ela é sobrinha da Lulu e eu tenho muita consideração por ela.

Mas mesmo assim decidi ficar de olho nela. Mandei puxar a ficha dela e descobri que a mandada é filha de um deputado rico pra caralho. A Karla tem esse jeitinho frescurenta porque foi criada no luxo desde que nasceu. A mãe dela morreu, como? Isso eu não descobri. Sei também que ela tá fazendo faculdade de direito, vai ser advogada. Ela estudou nas melhores escolas do Rio, viajou pra Marrocos nas ultimas férias. Ela vive uma vida de princesa mesmo. Mora em um condomínio fechado e o passa tempo dela é gastar dinheiro.

Por ela ser filha de deputado eu já fiquei alerta por uns motivos; O coroa pode ter mandado ela aqui pra passar informações sobre o que fazemos aqui dentro. Ela também pode tá ligada ao x9 filho da puta que eu tó tentando descobrir quem é. Ou ela não em nada haver com nada disso e eu que tó ficando neurótico. Mas seja lá o que for é melhor ficar ligeiro.

Trouxe ela pro churrasco. Ó doninha que reclama, cê tá doido. Ela foi pra onde as amigas dela e eu sentei com os menó pra trocar ideia. Toda hora eu dava uma olhada nela e acabou que o Lorin percebeu.

- Que quê tá pegando Diego?- Pergunta baixo só pra mim.

- Tá pegando nada não.- Paro de olhar pra Karla e dou um bico no meu copo de cerveja.

- Pô mano, tá olhando praquela vadia a mó cota! Vai arrastar pro beco ou vai comer com os olhos?- Encaro ele sem deixar transparecer meu ódio.

- Qual foi Lorin? Vai ficar vigiando minhas foda agora? Abre o olho, menó. Quem avisa amigo é.- Pego meu copo e entro na cozinha logo depois da Karla.

Lorin é um mano meu das antiga, cresceu comigo nessa favela com mais dois aliados meu; Cb e Romário. Nois sempre foi irmandade, um pelo outo. Sempre falei que onde o deles pingar o meu vai jorrar e essa ideologia ainda não mudou.

Lá dentro encontro a Karla preparando uma caipirinha. Quando me vê, revira os olhos, umedece os lábios e suspira. Não deu pra evitar os pensamentos que tive dela revirando os olhos pra mim enquanto fodo ela inteira.

- Tá gostando do frevo?- Pergunto pegando outra cerveja na geladeira.

- Sim! Apesar de eu ter sido traga pra cá a força...- Fala sem me olhar.

- Dramática pra caralho em branquinha!?- Ela sorri.- Qual que é a graça?

- Nada não.- Diz tentando conter o sorriso.

- Fala pô.- Insisto.

- Nada, é que acho fofo quando tu me chama de branquinha. É engraçado porque fofura definitivamente não combina contigo.- Ela fala e sorri mais ainda.

- Há, tu acha fofo?- Pergunto me aproximando dela.

- Sim...- Me aproximo mais.

Seguro na cintura dela e coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha. Ela se esquiva mas quando tomo a boca dela num beijo ela cede. O beijo dela é doce, calmo e gostoso pra caralho.

Lados OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora