Capítulo 23

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KARLA

Os dias passaram muito rápido, já matriculamos a Valentina em uma escola particular no asfalto, Diego comprou uma casa maior e está reformando ela do meu jeito. Também tem as meninas que agora moram juntas! A tia Luiza fez um drama e tanto falando a gente abandonou ela. No entanto, ela e meu pai tem se encontrado muito ultimamente. Sempre que vejo, eles estão juntos.

A Valentina se adaptou muito rápido e fez amiguinhos na ong. O Diego me colocou como diretora de lá, a noite eu vou pra faculdade. Graças a Deus estou no ultimo ano e vou finalmente me formar em breve.

Estou na ong revisado o que ganhamos de doação esse mês quando me deparo com uma quantia enorme em dinheiro doada por alguém. Puxo a ficha de quem fez a doação e mal posso acreditar. Pegou meu celular e ligo pro meu pai.

KARLA- Bom dia pai.

ROBERTO- Bom dia minha filha, como está?

KARLA- Muito bem pai. Liguei pra falar da doação generosa que o senhor fez pra nossa ong.

ROBERTO- Você gostou?

KARLA- Tá brincando? Eu amei. Vamos poder fazer uma festa linda pras crianças.

ROBERTO- Eu fico feliz.

KARLA- Muito obrigada pai! Você é o melhor.

ROBERTO- De nada filha. Um beijo.

Desligo e sorrio satisfeita. Na hora do almoço o Romario me deu uma carona até o restaurante da tia Luiza. Ao chegar lá encontrei as meninas, Cb, Lorin, Valentina e Diego. Todos na mesma mesa conversando e dando risadas.

- Tá vendo só Romario? Geral aqui relaxando enquanto a gente se mata de trabalhar.- Falo sentando ao lado do meu namorado.

- É mole? Fomos excluídos Karlinha.- O pessoal dá risada.

- Nossa vocês são muito dramáticos.- Karol fala.

- Gente, eu tenho uma noticia maravilhosa.- Digo chamando a atenção de todos.-  O senhor Roberto Ferri Lorenzo doou para nossa ong...Cinquenta e cinco mil reais.- Todos no restaurante aplaudem.

- Meu sogro é foda.- Diego fala aplaudindo.

Almoçamos todos juntos falando dá festa que vamos fazer para as crianças. Em um certo momento o meu celular tocou, era a Renata, uma das professoras da ong.

KARLA- Oi Renata, tudo bem?

RENATA- Oi senhora Karla, eu tó ligando porque uma mulher acabou de deixar uma criança aqui e simplesmente foi embora falando que não queria mais a criança. 

KARLA- Meu Deus, como assim? Eu tó indo agora com o Diego.

RENATA- Ok .

- Amor, tá tudo bem?- Diego pergunta e todos nós olham aflitos.

- Eu não sei.- Digo pegando minha bolsa.

Deixo a Valentina com as meninas e desço pra ong com o Diego. Chegamos lá e fomos direto pra minha sala onde a Renata estava.

- Qual o câo?- Diego pergunta.

- Uma mulher deixou esse garotinho aqui e foi embora. Ela disse que não queria mais a criança.- Encaro o Diego.

- Ela deixou os documentos dele?

- Sim, senhora Karla.- Ela me entrega os papeis.

- O nome dele é Kauê Santana, tem sete anos de idade e é natural do Rio. Não mostra o nome dos pais, tá rasgado nessa parte.- Entrego pro Diego e ele analisa.

- E agora?- Renata pergunta preocupada.

- Vamos levar ele pra dormir lá em casa, mas durante o dia ele fica aqui! Se em um mês ninguém aparecer pra buscar ele, vamos colocar pra adoção.- Falo.- Tudo bem pra você amor?

- Tá tranquilo.- Diego responde.

Resolvemos algumas questões e depois fomos eu e o Diego conversar com o garoto que estava até então na brinquedoteca.

- Oi Kauê, tudo bem?- Me aproximo devagar.

- Oi.- Fala retraído.

- O meu nome é Karla, eu gostaria de conversar com você. Tudo bem?- Ele concorda.- Você se lembra o nome da sua mãe?

- Pra que? Ela não vai voltar.- Diego me encara com os braços cruzados.

- Porque diz isso?- Pergunto com cuidado.

- Ela disse que não me queria. Tentou me trocar por droga no morro do alemão mas o dono de lá não aceitou.- Meus olhos se enchem de lagrimas.

- Tudo bem, Kauê! Você está seguro agora. Nos vamos cuidar de você.- Digo extremamente comovida com a historia do menino.

- Ai menó bora cortar esse cabelo, comprar umas beca maneira que amanhã tem festa pra vocês aqui.- Diego fala e o garoto abre um sorriso.

Eles saem e eu fico sozinha pensando em como tem mulheres capazes de abandonar os filhos. Cada um tem seus motivos! Mas abandonar uma criança? Nada justifica tamanha falta de amor e responsabilidade.


Lados OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora