Capítulo 13

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Na manhã seguinte, Andrea dormia profundamente nos braços de Miranda, que a envolviam de forma protetora, como se, naquele instante, o mundo inteiro estivesse a uma distância segura. O quarto estava imerso em um silêncio acolhedor, quebrado apenas pelas suaves respirações das duas, que, sincronizadas, pareciam prolongar aquela sensação de paz. O despertador ainda não havia tocado, e o sol mal começava a dar sinais de vida lá fora, quando um som estridente cortou o ar, destruindo a tranquilidade que as envolvia. O celular tocava com uma insistência brutal, e Miranda, ainda meio adormecida, resmungou de imediato, como se o ruído a tivesse arrancado de um sonho agradável.

— É o seu? — murmurou com a voz rouca de sono, seus olhos semiabertos vagando preguiçosamente pelo quarto em busca do aparelho que a irritava.

— Eu não sei. — Andrea respondeu, ainda enroscada entre os lençóis, sua voz abafada e irritada pela interrupção precoce. Esticou-se desajeitada até a mesa de cabeceira, tateando cegamente pelo celular até que seus dedos o encontrassem. Atendeu sem nem olhar o nome no visor.

 Ligação On:

Andy: — Alô? — Sua voz carregava uma aspereza que traía seu incômodo. Não havia simpatia naquele cumprimento, apenas o cansaço de quem tinha sido arrancada de um descanso necessário.

Richard: — Onde você está? — A voz de seu pai soou do outro lado da linha, firme e séria, fazendo o sangue de Andrea gelar instantaneamente. Ela se ergueu na cama num impulso, seus olhos arregalados de surpresa e, talvez, de medo.

Andy: — Pai? — A surpresa e o nervosismo se misturavam em sua resposta, o que foi o suficiente para fazer Miranda despertar por completo. O clima no quarto mudou instantaneamente; o conforto de segundos atrás agora parecia distante. — Aconteceu alguma coisa?

Richard: —Onde você está? — A voz dele veio mais incisiva, carregada de uma rudeza que Andrea nunca se acostumara. Ele estava zangado, e isso ficou claro em cada sílaba que proferia.

Andy: — Eu... ah... estou em casa, ué. — ela mentiu, a respiração acelerada enquanto cobria o rosto com a mão, tentando encontrar uma desculpa qualquer que soasse plausível. O desconforto de Miranda ao seu lado era palpável, mas as duas sabiam que aquele não era o momento para explicações.

Richard: — Ah, é mesmo? Então me diga onde você está escondida, porque, neste exato momento, estou no seu apartamento, e não vejo sinal algum de você por aqui. — a ironia em sua voz era fria, cortante, e sem um pingo de humor.

Andrea congelou. Sentiu o coração acelerar a ponto de achar que ele saltaria do peito a qualquer instante. Seu corpo ficou tenso, cada músculo travado em uma reação de pânico. Miranda, que a observava atentamente, percebeu a gravidade da situação. Ela quis perguntar, oferecer algum tipo de conforto, mas sabia que qualquer palavra naquele instante poderia piorar tudo.

Andy: — Pai, o que você está fazendo aí? Eu... droga, o que aconteceu? São seis e dez da manhã! — O nervosismo era óbvio em sua voz enquanto se levantava apressadamente da cama, já buscando suas roupas espalhadas pelo quarto. O desespero se acumulava como um nó na garganta.

Richard: — Precisamos conversar, Andrea. Venha para casa imediatamente. — ele disse, respirando fundo, o tom ainda controlado, mas carregado de frustração. — Eu nem vou perguntar onde você está agora, apenas venha.

When The Ice Melts - MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora