Capítulo 16

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O helicóptero pousou em Nova York no início da noite, e em questão de minutos, Andrea já estava sendo levada às pressas para dentro do New York Presbyterian. Miranda, Nigel e Emily seguiram em um carro logo atrás, o silêncio no veículo era pesado, assim como o peso do momento. Todos estavam tensos, as mãos de Miranda apertando o assento de couro até os nós dos dedos ficarem brancos. Assim que entraram, os minutos se arrastaram enquanto eles aguardavam na sala de espera. As paredes brancas e estéreis do hospital, a luz fria, e o som distante de máquinas e passos apenas intensificavam o desconforto e a ansiedade. Miranda mal se mexia; estava sentada, olhando para o nada, perdida em pensamentos. Emily, visivelmente abatida, não conseguia ficar parada e caminhava de um lado para o outro, lançando olhares frequentes para a porta por onde Andrea havia sido levada. Nigel permanecia ao lado de Miranda, o rosto sério, preocupado, mas tentando manter a calma.

Richard, Marie e o pequeno Christopher, que tinham chegado pouco depois deles, também estavam lá, sentados em silêncio. O ambiente era opressivo, carregado pela incerteza que pairava no ar. O relógio na parede parecia se mover devagar demais, e cada segundo aumentava o medo que todos compartilhavam.

Finalmente, após horas que pareceram uma eternidade, a porta se abriu e um médico de meia-idade entrou. Ele estava sério, com uma prancheta em mãos. Todos se levantaram imediatamente, os olhos atentos, corações acelerados.

— Vocês são os familiares de Andrea Sachs? — perguntou o médico, olhando ao redor da sala.

— Sim, somos nós. — Miranda respondeu, sua voz afiada, mas com uma nota de desespero escondida.

O médico respirou fundo antes de falar:

— Andrea está estável no momento, mas o estado dela é delicado. Ela sofreu um traumatismo craniano devido à queda, o que resultou em uma contusão cerebral. Estamos monitorando a pressão intracraniana de perto e ela passará por mais exames. Ainda não acordou, e isso é algo que nos preocupa.

Miranda sentiu como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés, mas se manteve firme. Nigel apertou levemente seu ombro, um gesto silencioso de apoio.

— E... as fraturas? — Richard perguntou, tentando manter a compostura.

— Ela teve algumas fraturas nas costelas e no braço, mas esses ferimentos, embora graves, não são tão preocupantes quanto a lesão na cabeça. Estamos focados nisso agora.

— Ela vai se recuperar? — Marie questionou, a voz frágil, as mãos entrelaçadas em um gesto de pura angústia.

O médico hesitou por um segundo, o que foi o suficiente para que todos prendessem a respiração.

— Estamos fazendo tudo o que podemos. Cada caso é único, e ainda é cedo para dar qualquer prognóstico definitivo. O importante agora é que ela está sendo monitorada por uma equipe especializada. Vamos manter vocês informados sobre qualquer mudança. — Ele suspira e estava prestes a se virar mas logo volta a falar. — Mais uma coisa. Ela estava sozinha quando caiu?

— Como assim? — Miranda estreia os olhos.

— As fraturas no braço foram causadas por alguém. São marcas de dedos. — O senhor diz. — Só estou dizendo pois isso pode dizer muito sobre o acidente. Talvez um assalto, eu não sei. Mas acho que ela não caiu.

When The Ice Melts - MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora