Cap.10

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Snape estava em sua sala de poções, focado nas anotações que revisava, quando Lanna entrou, Ele a observou brevemente, mas manteve o semblante frio, Ele passou as instruções com sua costumeira rigidez: preparar uma poção avançada, sem margem para erros, Lanna, tentando ao máximo focar-se, trabalhava em silêncio, mas sua mente ainda estava ocupada com o que vinha acontecendo nos últimos dias.

Enquanto ela mexia nos ingredientes, sentiu uma presença muito próxima.
Snape, em um raro momento de fragilidade, aproximou-se e segurou sua mão, interrompendo seu movimento, Surpresa, ela olhou para ele, mas seu rosto sério e a frieza em seu olhar não mudaram. O professor respirou fundo e, com a voz baixa e carregada de tensão, disse:

— Afaste-se de Draco.

Lanna piscou, confusa, O pedido a pegou de surpresa, Ela tentava encontrar alguma lógica naquelas palavras, mas nada fazia sentido.

— O quê? — ela perguntou, atônita. — Por quê? O que ele fez?

Snape evitou olhar diretamente para ela, os olhos focados em algum ponto indefinido da sala.
Ele não lhe dava respostas, apenas repetia a ordem. A fragilidade do momento parecia contrastar com a figura fria e impassível que ele sempre demonstrava ser.

— Só faça o que estou pedindo, Lanna.

Ela sentiu sua respiração acelerar, buscando respostas que ele não lhe daria, Antes de sair, algo capturou sua atenção.
O aroma da Amortentia que eles estavam preparando ali estava diferente, Havia um cheiro familiar, intenso, que a fazia sentir um arrepio, mas ela não conseguia identificar de onde vinha.
Mal sabia que o aroma era uma mistura de ingredientes que capturavam o perfume de Snape, algo que seu subconsciente reconhecia, mas que ela ainda não era capaz de interpretar.

No dia seguinte, Lanna seguiu para suas aulas, mais tensa e confusa do que nunca.
Draco, por outro lado, parecia empenhado em iniciar conversas a cada oportunidade, forçando sorrisos e comentários que antes a agradariam, mas que agora a irritavam profundamente, Ela respondia de forma ríspida, sem esconder o incômodo, e Draco começou a perceber a mudança. Seus olhos, antes despreocupados, agora mostravam uma sombra de preocupação.

Em uma das aulas vagas, Draco a puxou para um corredor escuro e quase deserto, um lugar pouco frequentado pelos outros alunos, Lanna o seguiu relutante, já prevendo que algo não estava certo.
Ele a empurrou levemente contra a parede, seu semblante carregado de tensão.

— Lanna, você está cometendo um erro — Draco sussurrou com a voz baixa e ameaçadora. — O mestre já falou sobre você...

Ela tentou se afastar, mas Draco foi rápido e apontou sua varinha para o pescoço dela.
O coração de Lanna acelerou enquanto ela lutava para entender o que estava acontecendo, Draco parecia fora de controle, sua voz carregada de uma raiva que ela não compreendia.

— Por quê? — ela perguntou com dificuldade, mas não recebeu resposta.

Ele lançou um feitiço, fazendo sua varinha voar para longe.
Antes que ela pudesse reagir, Draco pronunciou um feitiço de controle mental, algo que aprendeu através de ordens superiores, Lanna sentiu sua mente se apagando lentamente, como se estivesse perdendo o controle sobre suas próprias ações, Seus movimentos não eram mais seus.

Ela começou a andar pelos corredores da escola, em busca das informações que Draco exigia, mas por dentro, uma parte dela gritava por liberdade.
O feitiço era forte, mas conforme ela andava, seus olhos captaram uma figura familiar ao longe: Snape. Algo dentro dela reagiu, Seu corpo acelerou, e seus dedos tocaram o braço dele, um toque leve, mas desesperado.

Snape se virou, e o que viu no rosto de Lanna o fez congelar, Seus olhos estavam desesperados, mas rapidamente mudaram, as pupilas dilatadas e negras, antes que ela se afastasse bruscamente, Ele percebeu o que estava acontecendo — um feitiço de controle mental — Não havia tempo a perder.

Com um rápido movimento, ele lançou o contra-feitiço, desfazendo o feitiço que Draco lançara. Lanna caiu de joelhos, ofegante, exausta e confusa. As últimas palavras que ela conseguiu pronunciar antes de desmaiar foram:

— Malfoy... Malfoy... Malfoy...

Snape sentiu uma onda de fúria crescendo dentro dele.
Pegando-a no colo, ele a carregou para a ala hospitalar, sua mente fervendo de raiva e frustração. Ele havia falhado em protegê-la, Sentia-se impotente, preso entre suas próprias escolhas e a inevitável escuridão que os cercava.

Horas depois, Lanna despertou sozinha na ala hospitalar, sem muita memória do ocorrido.
Ela recebeu alta e seguiu para a aula particular que tanto aguardava, embora com uma estranha sensação de vazio.

Para sua surpresa, Snape estava esperando por ela. Mas, diferentemente das outras vezes, ele não tinha preparado poções ou instruções complicadas.
Aquela noite seria apenas de conversa, Sem poções, Sem pressão.
Apenas os dois, tentando encontrar um caminho em meio ao caos que os cercava.

Amortentia- Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora