Cap.7

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Na manhã seguinte, Lanna se arrastava pelo Salão Principal, perdida em pensamentos após uma noite mal dormida.
Ela ainda tentava processar os acontecimentos recentes: o conflito com Potter, sua crescente proximidade com Malfoy e, principalmente, a estranha tensão entre ela e Snape.
Embora estivesse acompanhada por Draco e seus amigos, seus pensamentos a mantinham distante, seus olhos fixos no nada enquanto caminhavam em direção à primeira aula do dia: Poções.

A sala de aula compartilhada com os alunos da Grifinória já tinha, por si só, uma atmosfera pesada.
A rivalidade entre as casas era palpável, e a presença de Harry, Rony e Hermione tornava o ambiente ainda mais tenso.
Snape, como de costume, começou a aula com uma expressão séria e a voz carregada de autoridade, suas instruções ecoando na sala.

— Hoje, iremos trabalhar em uma poção de cura para queimaduras.— Sua voz baixa, porém firme, ecoava no ambiente. — A precisão é essencial, Um deslize e... — Ele pausou, olhando diretamente para Harry com desdém. — ...você pode acabar causando mais dano do que curando.

Lanna tentou focar no que ele dizia, mas seus pensamentos continuavam a vagar.
O comportamento estranho de Snape, sua frieza crescente, misturava-se com a confusão sobre o que ela havia começado a sentir.
A proximidade com Draco também a deixava inquieta, Tudo parecia estar se complicando, e ela se sentia à deriva.

Draco, sentado ao lado, notou sua distração e, com um sorriso travesso, decidiu que era o momento perfeito para se divertir às suas custas.
Em um murmúrio baixo, que ninguém além de seus amigos ouviu, Draco lançou um feitiço em direção ao caldeirão de Lanna, O feitiço foi sutil, mas o efeito não demorou a aparecer, Em poucos segundos, uma pequena explosão sacudiu o caldeirão, lançando vapor e líquido quente para todos os lados.

Lanna gritou de dor e surpresa quando o líquido quente atingiu sua mão, O susto fez com que sua mente se esvaziasse, e por um momento, tudo o que ela sentiu foi a ardência intensa na pele.
Draco e seus amigos riam em voz baixa, enquanto os alunos da Grifinória olhavam a cena com olhares de alerta e apreensão.

O professor Snape se aproximou rapidamente, com um olhar frio e calculista, Ele sabia muito bem o que havia acontecido, notara o feitiço de Draco, mas não queria demonstrar, Manter distância emocional de Lanna estava se tornando cada vez mais difícil, e essa era sua maneira de reestabelecer a barreira entre eles.

— Srta. Fhillty, isso é inadmissível! — Sua voz cortante encheu a sala, seus olhos negros cravados nela. — É incapaz de seguir as instruções mais simples para preparar uma poção básica? Sua incompetência está começando a me irritar.

Lanna olhou para ele, chocada e humilhada, Ela sabia que não havia sido sua culpa, mas Snape não parecia disposto a reconhecer isso, Ele agiu rapidamente, curando sua queimadura com um feitiço eficiente, mas o olhar de reprovação em seu rosto era como um golpe.

Os outros alunos continuavam a observá-la, uns com pena, outros curiosos.
Lanna, tentando conter as lágrimas, decidiu que não aguentava mais ficar ali, Com a mão ainda latejando e a mente em caos, pegou suas coisas e saiu da sala antes que pudesse receber mais humilhações.

Ela passou o resto do dia como uma sombra, participando das aulas mecanicamente, mas sem realmente prestar atenção.
Seus pensamentos estavam tão distantes quanto as montanhas que cercavam Hogwarts, e às vezes, pegava Hermione Granger lançando-lhe olhares investigativos, como se estivesse tentando decifrar o que estava acontecendo com ela.

Quando a noite chegou, Lanna foi para sua aula particular de Poções, mas Snape não estava lá. A ausência dele a surpreendeu, e algo dentro dela lhe disse que havia algo errado, Ela ficou parada por alguns minutos, olhando para a sala vazia, A curiosidade tomou conta dela, e sem pensar duas vezes, começou a vasculhar o escritório de Snape, seus olhos correndo pelas prateleiras e gavetas.

Entre os objetos pessoais e documentos, encontrou várias cartas antiga, Uma delas, amarelada e desgastada pelo tempo, chamou sua atenção, Era endereçada a Lilian Evans.

Lanna reconheceu o nome imediatamente — era a mãe de Harry Potter, Lanna não deixou de pensar do porque haveria alguma relação entre eles (Lilian e Snape), Com mãos trêmulas, ela abriu a carta e começou a ler, mas antes que pudesse absorver todas as palavras, sentiu uma presença atrás de si.
Quando se virou, encontrou Snape, com uma expressão de pura fúria nos olhos.

— O que você pensa que está fazendo? — A voz dele era baixa, quase um sussurro mortal, mas carregada de uma raiva intensa.

Antes que Lanna pudesse responder, Snape avançou e, em um movimento rápido e furioso, pressionou a ponta da varinha contra o pescoço dela, sua respiração pesada.

— Como ousa invadir meu espaço pessoal? — Ele sibilou, os olhos cheios de uma mistura de ódio e dor. — Você acha que pode simplesmente vasculhar meus segredos? Não tem ideia do que está lidando, garota.

Lanna sentiu um frio percorrer sua espinha, Snape nunca havia demonstrado tanto descontrole antes, e o olhar em seus olhos não era o do professor meticuloso e severo que ela conhecia,Era algo muito mais sombrio.
Havia uma intensidade ali que ela não conseguia entender totalmente, mas sabia que tocava em algo profundo e doloroso.

— Eu... eu só estava curiosa... — ela começou a dizer, com a voz tremendo, mas as palavras morreram em sua garganta, A presença de Snape, tão próxima e ameaçadora, a sufocava.

— Curiosidade não é desculpa para intromissão! — Ele vociferou, a raiva crescendo. — Lilian... — ele parou de falar abruptamente, o nome pairando no ar como uma maldição.

Lanna percebeu, naquele momento, que havia tocado em algo sagrado para ele, Lilian Evans, a mãe de Harry, era mais do que apenas uma lembrança distante, Ela era uma ferida aberta no coração de Snape, uma parte de sua alma que ele mantinha trancada e intocada, O fato de Lanna ter se aproximado disso, mesmo que inconscientemente, despertou algo perigoso nele.

Mas havia mais, Por baixo da raiva, Lanna sentiu outra emoção, algo que ela não conseguia identificar completamente: ciúmes.
Ela não sabia exatamente por que estava sentindo aquilo, mas a ideia de que Snape ainda guardava tantos sentimentos por Lilian a perturbava profundamente.

Snape, por sua vez, lutava internamente, Ele não suportava que alguém mexesse em seu passado, e muito menos que Lanna, de todas as pessoas, estivesse tão próxima de descobrir seus segredos.
A lembrança de Lilian era intocada, quase imaculada para ele, e a dor de relembrar o que nunca pôde ter era insuportável.

Aos poucos, ele recuou, afastando a varinha e voltando a si.
Respirou fundo, ainda furioso, mas agora mais controlado.

— Saia, Agora. — Sua voz estava fria, mas não tão ameaçadora quanto antes.

Lanna, assustada e sem saber o que dizer, saiu da sala rapidamente, o coração batendo acelerado.
Ela sabia que havia cruzado uma linha, e não sabia como consertar o estrago que fizera.

Amortentia- Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora