Meu pai e o alphamax

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N: Aqui teremos alguns diálogos em francês, mas será compreendido 😊

Inibidores - AlphaMax: prende feromônios. Tomar um inibidor permite que o receptor estabilize o cio enquanto o efeito durar. No entanto, um inibidor custa um preço absurdo e não pode ser obtido por pessoas normais, devido os efeitos colaterais.



Jungkook



— Vocês fizeram usando a porra de um sorvete?!

— Sim. - respondo com ânimo, olhando para si, sentada à minha frente, à mesa, num gramado francês em pleno verão.

— Na noite passada? - Seu queixo descansou na mão de dedos longos. Os pássaros saltitando pela fonte.

— Eu tinha experimentado sentir algo gelado e grudento no meu corpo por tanto tempo. 

Jessi revira os olhos. Esperava não ter dado a ele falsas esperanças. Ainda não tinha me decidido. E não deveria ceder apenas pelo sexo... e de como viemos fazendo. De qualquer forma, agora, não somos amigos, colegas, nem namorados. Com tudo o que está acontecendo entre a gente, eu simplesmente fugi pela manhã. Por que não conseguia encará-lo. 

O céu, ainda era cinzento nessa parte da manhã. Agora me pergunto se gostaria de vê-lo acordando de manhã? Contei para Jessi que fiquei com dores nas costas por causa das tentativas. Próximo dali, o restaurante de Jessi, recém-reformado, ainda estava fechado. Sua fachada brilhava com o toque moderno que ela trouxe ao bairro. 

— Obrigada por estar compartilhando momentos calorosos da sua vida amorosa... Minha nossa. Você é mesmo meu amigo? - diz ela erguendo uma sobrancelha em sinal de alerta. - Mudou o penteado! Parece mais jovem!

— Só achei muito diferente... Ele foi gentil e eu pensei: por que não? Não acreditava que as pessoas pudessem se apaixonar novamente depois de tanto tempo separadas... Quero dizer, na vida real.

— ... ele pode ser considerado um tarado. - sua boca formou uma linha dura, mas depois ouço sua gargalhada.

Seu cabelo liso estava partido ao meio, seus traços eram bem definidos ao mesmo tempo delicados com o rosto pálido em formato de coração. Me fazia lembrar uma cantora na qual eu não lembrava o nome. E uma flor vermelha na cabeça, que havia recebido de Hyeon quando chegamos. Alta e um pouco mal-humorada, raramente severa demais. 

Havia uma mistura de calor e umidade que vinha de dentro do velho Marché Couvert Beauvau. A estrutura histórica nos envolvia como um gigante adormecido, e por um momento, parei para absorver sua imponência. Estava ali desde 1777, e eu podia quase sentir o peso dos séculos nas paredes e vigas que sustentavam aquele espaço. O cheiro da madeira antiga e do metal oxidado mesclava-se ao de carne crua e condimentos.

Hyeon estava distraída atrás do balcão do restaurante com um rolo de madeira, espiando o interior de uma padaria, seu rosto quase coberto de farinha, resultado do seu interesse quase compulsivo por comida, o que o fazia ser ótimo para momentos como esse. Às vezes, ela parava subitamente para pegar um cacho de uva roxa ou de um queixo doce, sorrindo envergonhada quando a olhava acusadoramente. 

— Sério? Parece que estou te contando alguma piada? - pergunto impaciente, deixando claro que aquilo deveria ser um bom conselho.

— Provavelmente. Pensei ter perdido algo, mas seu idioma até que é fácil de entender. - ela mexe em sua bolsa, retirando um pacote de biscoitos doces, me oferecendo um.

— No começo perguntei para ele se estava me escondendo alguma coisa... e ele foi sincero comigo a todo momento. Isso me fez ceder.

Ela revirou os olhos por causa de tamanha tolice minha a medida que avançávamos mais para o interior do mercado. 

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