Waiting for you

Meu pai e o quebra cabeça

Jungkook

Seo Hyeon foi a primeira a acordar. Assim que escuto seus passos pequenos e rápidos, ela já está ao meu lado, olhos arregalados, eu a peguei no colo. Minha filha estava muito agitada e nervosa, como se estivesse prestes a resolver uma questão de vida ou morte. Precisei apertar minha mão contra o travesseiro para conter minha raiva.

- Papai é feio quando acorda! - ela diz, sem nenhuma tentativa de suavizar o comentário. Suspiro, ainda tentando entender como se reage a isso logo cedo.

A sinceridade de uma criança deveria ter uma chave de liga e desliga.

- Por que esta dizendo isso? Me fala?

Ela para, pensa e pergunta:

- Você não vai trabalhar hoje por que?

Pensei em dar-lhe uma resposta obvia, começaria com: é feriado nacional, então as pessoas aproveitam para relaxar e dar um passeio sem se preocuparem com a linha de estação atrasada o caos cotidiano? Mas, inspirado na lógica do diálogo simples dela, decidi jogar no mesmo estilo.

-Ah, então.... se eu sou um homem feio, você também é feia. - respondo sorrindo, esperando que ela capte a brincadeira.

- Ai... - Ela fica quieta. Em segundos, desaparece para trás da porta do guarda-roupa, o rosto meio escondido como um animalzinho assustado. Eu suspiro, sabendo que é minha deixa para tentar consertar o estrago.

- Não, calma... Não foi o que quis dizer. Você não é feia.

- Sim... - ela murmura, voz abafada atrás da porta, com o bico ainda mais pronunciado.

- Não é, eu juro. - Olho para ela, esse pequeno ser que consegue ser

- Eu sou... Eu sou uma menina muito feia.

- Não fale assim... Voce é uma menina bonita. Vem aqui, o papai vai te dar um cafune gostoso. - Ela hesita, mas aos poucos se aproxima, com aquele passo lento e medido. Eu a puxo para perto e começo a afagar seu cabelo. O cafuné aos poucos dissolve o bico, como se as ondas dos meus dedos acalmassem o mar agitado. Ela sorriu, finalmente. - Vamos escolher uma roupa bem bonita? Vamos dar uma volta e fazer todos terem inveja de você.

Todas as crianças possuíam sapatos caro nos pes. Deixando sua marca registrada em cada lado calçada. Elas correm.

Este vento me perder em pensamentos. Sabendo que existem crianças nas ruas sem o suficiente para comer. Quem somos nós para fingirmos de cego?

Um inverno congelou o coração das pessoas. Sinto um gosto salgado em minha boca. Elas não tem para onde ir; por isso, seguem o vento.

- Vocês me deixaram sozinho! - digo recuperando o fôlego. Houve uma pequena guerra em passarmos pela portaria do prédio sem que o síndico escutasse os latidos do chocolate. Achei que seria melhor trazê-lo também. Tomar um ar fresco.

- Não falou com estranhos, não é papai?

- Eu não... - digo tranquilo a Hyeon, agasalhada até os pés. - Sou um bom garoto. Acho que o Chocolate parece bem melhor agora.

- Posso levar ele?

-Não sei, ele é muito pequenino pode perdê-lo por aí.

- Não vou perder. - rebateu ela. Não pude dizer não a tamanha autoridade. - Eu cuido do chocolate e o papai Tae cuida de você.

- Isso mesmo. - Taehyung concordou sorridente. - Hyeon me deu essa tarefa, não posso descumprir. E você precisa se cobrir direito para não ficar doente, quer voltar para pegar outra roupa? Está pálido...