Hoje era uma sexta-feira e o restaurante estava muito movimentado, o que era normal pra um começo de fim de semana.
As pessoas entravam sem parar e eu fazia o meu melhor para ser rápido e gentil com todos, era o meu trabalho afinal.
Sorri pra mais algumas pessoas e fui até a cozinha, entregando mais um pedido anotado.
Estava extremamente cansado — tanto fisicamente como emocionalmente — e fazia de tudo para não demonstrar pra ninguém, muito menos para Minho, não queria mostrar para ele a minha bagunça.
Eu sabia que tinha que conversar com ele, mas aquilo me assustava porque eu me sinto muito vulnerável e patético quando falo dos meus problemas, como se não fossem nada, sabe? Existem tantas pessoas com tantos problemas piores que o meu, que parece idiota sofrer tanto por coisas pequenas.
A realidade é que eu estava meio estranho desde a festa da mãe do Minho. Não me entenda mal, eles são a família mais linda que eu já vi e me tratam super bem, mas o problema é um pouco mais fundo.
Na minha cabeça, frases ditas naquela noite se repetem num looping assustador, “Minho e o namorado dele”, “proteja o meu filho”, “nunca se esqueça de mantê-lo por perto, feliz e amado, eu confio em você, querido”.
Eu era capaz de cuidar de Minho? Eu era capaz de entrar num relacionamento no qual eu seria cheio de inseguranças? Minho suportaria ficar mais que alguns meses comigo? Ele me suportaria?
A minha mente é uma droga. Eu realmente tô pronto pra isso?
— Meu bem?
Dei um pulinho quando ouvi Minho e senti suas mãos no meu quadril.
— Aí que susto! – coloquei a mão no peito, tentando controlar a minha respiração.
— Desculpa – deu um risinho sem graça. — Não queria te assustar, só quis saber se estava bem, você parece meio pra baixo…
Ah, merda… Ele percebeu.
— Eu… – comecei mas balancei a cabeça — Tô bem! Só meio cansado, sabe?
Merda. Eu só precisava falar um “podemos conversar? Eu preciso muito de você agora” mas, aparentemente, eu não consigo nem fazer isso.
— Tem certeza? Você parece meio pálido… Você comeu?
Não.
— Não… – disse num sussurro, sem conseguir olhá-lo nos olhos.
— Ji… – senti seus dedos pegarem no meu pulso, num gesto de carinho e preocupação.
— Me desculpa mesmo, Min – disse, num fio de voz. Nem sabia se pedia desculpas por não comer nada ou só por ser assim. Meus olhos correram pelo restaurante e vi uma mesa que eu atendi me chamar — Tenho que atender aquela mesa, eu juro que tô bem, tá? Não precisa se preocupar!
Vi Minho assentir meio relutante, logo soltando meu pulso.
Será que ele merece essa bagunça?
[...]
14:17PMEu estava no meu horário de almoço e não conseguia comer nada. Aproveitei que meu horário e de Minho eram diferentes e fui sentar um pouco nos bancos que ficam na outra rua.
Estava com muita tontura e dor de cabeça e eu sabia que era por não ter comido nada, mas quando tentei comer eu vomitei. Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo.
Já se passavam das duas da tarde e o meu horário de almoço estava acabando. A cada minuto a minha cabeça doía mais e eu senti a tontura me consumir em níveis absurdos, será que era mesmo só por não ter comida nada?
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Bolada Certeira | Minsung
FanficOnde Minho jogava vôlei de praia com seus amigos e, sem querer, acaba acertando um dos caras mais bonitos que já viu Ou onde Jisung acaba por levar uma bolada no meio da cara justo no seu primeiro dia de férias.