Bolada Certeira | Minsung

02. Parte legal

Eu me questiono até onde essa situação é boa ou ruim demais.

Nesse exato momento eu estava caído na areia com a minha cara mais vermelha que um tomate e minha mão tentava aliviar a dor, o que é claro que não adiantava.

Quando a dor conseguiu passar um pouco, eu consegui abrir meus olhos — apesar de estar lacrimejando — e me deparar com Seungmin preocupado, Felix e Jeongin voltando do mar e algumas pessoas estranhas ao meu redor.

Oh, é claro, o gatinho que tinha acertado a bola em mim. Ele era loiro, musculoso e tinha uma pose estupidamente gostosa de marrento. Eu me amarro!

— Por Deus, Minho! Eu falei pra você controlar a força!

— Me desculpa, ok?! Eu não sabia que ia acertar ele – brigou com o amigo antes de se virar para mim. — Moço, me desculpa! Eu juro por tudo que há de mais sagrado no universo que eu não quis acertar a sua cara. Desculpa!

Acabei por rir um pouco, mas logo parei já que minha cara doeu no processo.

— Tá tudo bem, sério! – tentei afirmar mas logo vi o seu olhar de desespero. — O que foi?

— Você tá sangrando! – Seungmin disse, pegando alguns panos na sua bolsa e entregando para mim.

— O que aconteceu, Ji?! – Felix e Jeongin chegaram perguntando preocupados. Já estou vendo que vou ser a piada do grupo agora.

— Eu só levei uma bolada sem querer, juro que tô bem – disse, enquanto segurava o pano no meu nariz. Por algum motivo, eu não consegui tirar os olhos de Minho, algo nele me atraía de uma força avassaladora.

— Desculpem o erro do Minho – um cara mais alto, que eu reconheci ser o Chan que Seungmin falou, se aproximou. — Era pra esse encontro acontecer de outra forma?

— Que encontro? – questionou Felix.

— Da bola na minha cara? – brinquei, causando risadas em todos e, principalmente, Minho.

Confesso que gostei de fazer ele rir.

— Não, seu idiota! – Seungmin, advertiu. — Gente, esse é o Chan, o cara que eu tava ficando! A gente queria reunir o grupo por que a gente pensou que vocês iriam se dar bem.

— Oh, faz sentido!

— Bom, esses são Hyunjin, Changbin e Minho – Chan apresentou e os outros sorriram alegres, exceto Minho que ainda tinha um sorriso envergonhado para mim.

— Prazer! – Felix disse sorrindo, o que causou um sorriso disfarçado em Changbin — Sou Felix, esse é o Jeongin e aquele ali no chão é o Jisung!

— Nossa, por que você não vai ali no mar dar uma afogada, hein, seu paquito do capeta?

Todos acabaram por rir de mim, eu apenas dei um sorriso já que meu rosto ainda doía. Não era nada insuportável, mas mesmo assim a dor continuava ali.

Seungmin acabou por pegar uma maleta de Chan, e que eu supôs ser por eles jogarem vôlei e colocou ao meu lado, mas Minho a pegou antes.

— Posso tentar te ajudar? – Ele disse ainda com aquele olhar de culpa. — Como uma forma de me desculpar.

— Foi um acidente, relaxa – disse, sorrindo para ele. — Você pode, isso ajudaria bastante, na verdade.

Ele sorriu e assentiu, me ajudando a me sentar ainda na areia.

— Vocês vão ficar bem aí? – Seungmin perguntou.

— Tá tudo bem, não foi nada demais, podem ir lá jogar vôlei, eu fico aqui – sorri para ele.

— Tem certeza?

— Sim, Seung, tenho toda a certeza do mundo! – segurei as suas mãos, olhando em seus olhos tentando passar confiança para o mais novo. — Vai lá aproveitar o tempo com o Chan! E beija na boca!

— Cala a boca – revirou os olhos rindo. — Tudo bem eu vou. Cuida dele, por favor, Minho.

O loiro assentiu e assim Seungmin e os outros foram jogar vôlei na rede bem na nossa frente.

Minho pegou uma gaze e molhou no soro — que inacreditavelmente estava gelado — e passou perto da região que a bola tinha pego. O movimento de sua mão era tão calmo e suave, apesar de ter uma força sobre-humana, que eu senti que iria dormir ali mesmo.

— Posso saber o nome do meu cuidador com as mãos suaves? – brinquei, olhando para ele que riu

— Sim, você pode. Me chamo Lee Minho – ele disse com um sorriso tímido. Aquela postura de marrento era só uma postura mesmo? Bom, ele acaba de ficar mais atraente. — Eu posso saber o nome do gatinho que eu, sem querer, acertei?

Acabei por rir tímido e olhei para ele.

— Han Jisung – disse, vendo ele sorrir. — É um prazer te conhecer, Minho.

— É um prazer, Jisung! Apesar das circunstâncias não serem das melhores – ele brincou fazendo uma careta e eu acabei por rir demais.

— Essa é a parte legal do destino.

E ele sorriu tão lindo para mim que eu senti as minhas pernas bambearem.

— Tem razão, sou grato por isso.