Gerson

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Gerson Narrando.

Bruno inventou de fazer um churrasco na casa dele, e daqui a pouco tô indo lá. Só preciso deixar a Giovanna na casa da mãe antes.

— Eu não queria voltar pra casa hoje, pai – Gio reclamou pela décima vez. Meu coração sempre aperta quando ela fala isso, mas acordo é acordo, e hoje é dia dela voltar.

— Sábado, depois do jogo das seis, eu te busco – prometi, e dei um beijo na testa dela antes de sairmos do carro. Peguei a mochila no porta-malas e, claro, a Gre já tava na calçada, do jeito que ela gosta, controlando tudo.

— E aí, como vai? – ela perguntou, direto.

— Tudo certo. E você? – respondi no automático, sem muito entusiasmo.

— Ótima! Tô conhecendo um cara aí – ela jogou do nada, do jeito que só ela faz. Eu só dei uma olhada, tipo: "e daí?"

— Que bom, tomara que dê certo – falei, porque né, o que mais eu ia dizer? Entreguei a mochila da Gio e entrei no carro sem perder tempo. Dei partida e fui direto pra casa do Bruno.

Minutos depois...

Estacionei em frente à casa. O som do pagode já tava alto, e isso me anima. Gosto de uma vibe tranquila assim, ainda mais com o pessoal de sempre.

— Bh, tô entrando! – falei alto, mas, com o barulho, duvido que alguém tenha ouvido.

Caminhei até a área externa e reconheci todo mundo de sempre. Só um cara que eu nunca tinha visto antes tava ali. Deve ser o tal do pai do Dom.

— Gerson! – ouvi o Dom me chamando e, antes de perceber, ele já tava correndo pra mim.

Peguei ele nos braços e dei um sorriso.

— Animado pra fazer 4 anos? – perguntei, e ele abriu aquele sorrisão.

— Xim! Falta só mais um aninho pra completar a mão! – ele mostrou os dedinhos, contando até cinco com aquela alegria de criança que é impossível de não rir junto.

Foi quando o cara novo se aproximou. Alto, loiro, de barba, com aquele jeito de quem quer se apresentar.

— Ele gosta de você, deve ser gente boa – o cara falou, apontando pro Dom.

— Conquistei o baixinho, né? – brinquei, mas já de olho.

— Marcello – ele estendeu a mão.

— Gerson – apertei, mantendo aquele olhar mais firme.

— Esse é o meu papain! – Dom se apressou em anunciar.

— Já imaginava – falei, sem tirar os olhos do pequeno. Aquele moleque é especial.

— Dom, vem aqui! – Analu gritou do outro lado da piscina, e, quando olhei, lá tava ela, toda descolada. Deu um tchauzinho e eu acenei de volta, sem drama. Coloquei o Dom no chão, e ele saiu correndo pra ela, rápido como sempre.

Assim que o Dom saiu correndo, o Marcello ficou por ali, então puxei um papo. O cara é novo no pedaço, vale trocar uma ideia.

— E aí, tá curtindo o Rio? – perguntei, quebrando o gelo.

— Cara, o Rio é incrível. Acabei de chegar da Itália, então tô ainda me acostumando, mas já tô apaixonado – Marcello respondeu, com aquele sotaque que denunciava de onde ele vinha.

— Chegou há quanto tempo? – perguntei, curioso.

— Faz só alguns dias. Minha mãe é brasileira, então sempre tive uma conexão com o Brasil, mas viver aqui é outra coisa – ele comentou, dando um sorriso meio nostálgico.

— Itália é um lugar e tanto, mas o Rio tem seu charme, né? – comentei, olhando pro céu azul, típico do nosso verão.

— É, difícil comparar. A beleza aqui é diferente, mais vibrante. E o clima, né? É outra vibe – ele disse, claramente curtindo a mudança.

— E agora com o Dom por perto, imagino que o foco mudou bastante – falei, já sabendo como é ter um filho que vira o centro de tudo.

— Mudou completamente. Tô me adaptando à rotina, mas com ele é impossível não querer estar sempre presente – Marcello riu, e eu acompanhei, entendendo bem esse sentimento.

— Criança tem essa de não parar nunca, né? Tem que aproveitar enquanto eles são assim – comentei, lembrando da Gio quando tinha a idade do Dom.

A conversa seguiu leve, falando sobre o Rio, o que ele já tinha visto por aqui, e como era estar de volta ao Brasil depois de tanto tempo na Itália. A gente até falou das praias, da comida, e de como o Rio tem essa energia diferente que te prende. É aquele lance de cidade grande, com um toque de natureza, que faz você se sentir em casa.

10 comentários e eu posto o próximo capítulo! 🤎

Reencontro • Gerson SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora