Analu

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Analu Narrando.

Fiquei só de longe observando o Gerson e o Marcello conversarem. Engraçado como eles pareciam melhores amigos, rindo de alguma coisa que nem me dei ao trabalho de entender. Parecia que se conheciam há séculos.

— Analu, eu gosto do teu ex – Marcello falou do nada, se aproximando com o Gerson. Eu só ri sem graça, meio tímida.

O Gerson me olhou daquele jeito que me desarma, e eu fiquei lá, parada, olhando de volta. Que situação esquisita.

— É... vou no banheiro – ele disse, coçando a cabeça, e eu só assenti.

Gente, o que tá acontecendo comigo hoje? Não consigo falar nada perto dele. Parece que tem uma bagunça aqui dentro, mas, ao mesmo tempo, quando ele tá perto, tudo parece tão claro. Vai entender...

— Fica de olho no Dom pra mim? – pedi pro Marcello, que concordou sem nem piscar.

Resolvi seguir o Gerson, assim, meio no impulso. Quando ele olhou pra trás, senti o pânico subir e pensei em dar meia-volta, mas já era tarde.

— Me seguindo, senhora Ana Luiza? – ele falou com aquela voz provocativa, e eu me virei, pronta pra brigar.

— Analu! – respondi com raiva, porque se tem uma coisa que eu odeio é ele me chamar de Ana Luiza.

— Tá, tá bom – ele levantou as mãos, como se se rendesse.

— E eu não tô te seguindo, só ia buscar o carregador do Bruno lá em cima – falei, coçando a nuca, meio sem jeito. Ele riu, claro.

— Sei... – ele me provocou mais, e eu só revirei os olhos, passando direto por ele e subindo as escadas, com a desculpa mais esfarrapada do carregador que eu nem preciso.

Só que o Gerson, como sempre, veio atrás. Quando eu entrei no quarto, ele já tava lá também.

— Vai querer o carregador também? – perguntei, tentando parecer despreocupada.

— Não, quero você – ele mandou na lata. Eu dei um sorrisinho, mas logo voltei a ficar séria.

— Não tô disponível pra ser usada, bebê – peguei o bendito carregador e me aproximei da porta, mas ele bloqueou o caminho, é claro.

— Você entendeu o que eu quis dizer... – ele se aproximou, passando o dedo pela minha boca, e senti a mão dele indo pra minha nuca.

Fechei os olhos, tentando me segurar, mas a sensação era irresistível.

— Sei... mas a gente não pode... – falei com a voz meio tremida enquanto ele acariciava meu lábio inferior com o polegar.

— No seu tempo, eu prometo – ele sussurrou no meu ouvido, e pronto, eu já tava desmoronando por dentro.

— No meu tempo... e sem ninguém saber de nada – murmurei, alternando o olhar entre os olhos dele e os lábios.

— Fechado – ele concordou, e aí... meu Deus, eu já era.

E foi a deixa. Eu não esperei mais nada e fui direto pra boca dele, aquele beijo cheio de saudade, tensão e tudo mais que a gente vinha segurando.

— Gostosa... – ele sussurrou no meu ouvido, a voz dele rasgada, e eu pulei no colo dele, sem pensaram duas vezes.

— Shhhh... vamos aproveitar – coloquei o dedo nos lábios no dele, mandando ele calar a boca.

Nos entregamos ao momento, ao beijo esquentando, sem espaço pra qualquer outra coisa. Só a gente.

Minutos depois...

— Mamain, tio bruno disse que voxê veio po quarto dele – a voz do Dom ecoou lá de fora e eu desci rapidinho do colo do Gerson.

— A gente continua depois – Gerson deu um tapa na minha bunda, e eu só sorri, concordando.

Me ajeitei, respirei fundo e abri a porta. Lá estava Dom, com a boca toda lambuzada de chocolate.

— E essa boca toda suja? – perguntei, semicerrando os olhos, desconfiada.

— É... tia Gi que deu chocolate pa gente – ele respondeu com aquela cara de anjinho. Não me engana.

Peguei ele no colo e desci as escadas tentando fingir que nada tinha acontecido. Mas com Gerson, era difícil esconder alguma coisa.

• 15 comentários e eu posto o próximo capítulo! 🧡

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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Reencontro • Gerson SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora