Gerson

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Gerson Narrando.

1 semana depois...

Ontem teve jogo contra o Fluminense, e zero novidade: deu Mengão, como sempre. Hoje o rolê é no show da Ludmilla, gravação do Numanice. E desde aquele dia na casa da Analu... bom, a gente tá mais "próximo", digamos.

Estacionei na frente da casa dela e lá vieram ela, Karol e Léo. O Brunão e a Gi ficaram de fora hoje, levaram as crianças pra um aniversário dos amiguinhos. Festa infantil, nada que me envolva.

— Por que mesmo eu sou o chofer hoje? – brinquei, assim que eles entraram no carro.

— Você que tá no comando, amigão – Léo deu duas batidinhas no meu ombro, cheio de moral. — E nada de beber – completou, e eu neguei com a cabeça, indignado.

Dei partida, rumo ao local do show. Enquanto dirigia, não resisti e olhei pelo retrovisor. Analu tava no banco de trás, distraída, olhando pela janela. Ela sempre é gata, mas hoje... cara, ela tá ainda mais gata que o normal.

Ela percebeu que eu tava encarando pelo espelho e tirei o olhar rapidinho, focando na estrada de novo.

Horas depois...

Tamo aqui, curtindo o Numanice. Só que né, motorista da vez, então nada de bebida pra mim. Tô no famoso só na água.

— Foi pro Maraca e o Mengão perdeu, acho que era foda e se f***eu – Karol tava lá, cantando agarrada com a Analu, as duas super animadas.

— Perdi minha mulher pra tua mulher – Léo soltou a piada e eu ri.

— Minha nada – balancei a cabeça, negando. Dei mais um gole na minha água, observando elas se divertirem.

Do nada, aparece o Gabriel com uma mina que eu nunca vi.

— É trepa-trepa... quer dizer, ex-trepa-trepa – Gabriel começou a zoar o Léo, e Karol deu um tapa no braço dele.

— Respeita meu homem, Gabriel Barbosa – Karol reclamou, e ele caiu na risada.

— Foi mal, anêmica – Gabriel zoou de volta. — Essa aqui é uma amiga minha – disse, apresentando a mulher que tava com ele. Nesse momento, a Analu chegou com mais bebida.

— Gabriel!!! Que saudade – ela abraçou ele, toda eufórica, e a cara da amiga dele fechou na hora.

— Já tá bêbada, né? – Gabriel perguntou, e ela só confirmou com a cabeça, rindo.

— Óbvio! – E virou o copo de uma vez.

— Ô, você cuida dela que eu cuido da minha – Léo disse, e eu concordei com a cabeça, de longe.

1 hora depois...

As duas foram pro banheiro tem uns 30 minutos, e até agora nada de voltarem. Ah, lá vêm elas, finalmente... Karol praticamente arrastando a Analu. Tão mal pra caramba.

Analu esbarrou numa mulher no caminho e já cheguei junto.

— Tá maluca, porra? – a mulher gritou, e eu puxei a Analu de lado.

— Foi mal aí, fica de boa – falei, mantendo a calma, e a mulher se calou rapidinho.

— Bora pra casa, já deu – falei pro Léo, e ele concordou sem pestanejar.

Saímos do local e fomos embora.

Horas depois...

Deixei o Léo e a Karol na casa deles, e agora tô parado em frente à casa da Analu. Ajudei ela a sair do carro.

— Pô, tá tudo girando, Gerson – ela reclamou, e eu só neguei rindo.

Ela abriu a porta com a digital e entramos. Deixei ela perto da escada e fui pegar um copo d'água na cozinha.

— Bebe tudo – falei, entregando o copo. Ela reclamou um pouco, mas acabou bebendo.

Ajudei ela a subir pro quarto, acendi a luz e sentei ela na cama.

— Me ajuda a tomar um banho... – Analu pediu, com aquela voz arrastada, e eu concordei. Tirei o salto dela e levei pro banheiro. Prendi o cabelo dela e abri o chuveiro.

— Tá gelada, muito gelada – ela resmungou, e eu só concordei.

— Já, já você vai estar melhor – falei, e ela resmungou mais alguma coisa que eu nem consegui entender.

Minutos depois...

Ela já tava um pouco melhor. Desliguei o chuveiro, peguei uma toalha e um pijama pra ela trocar aquela roupa toda molhada.

— Toma, se troca. Tô te esperando no quarto – entreguei as coisas pra ela e voltei pro quarto, esperando.

Minutos depois...

Enquanto esperava, me peguei pensando nos últimos dias. A gente tava ficando mais próximo, depois de tanto tempo com tudo meio esquisito. Mas sei lá... parecia diferente agora. Mais... intenso.

Analu saiu do banheiro, já trocada, e se jogou na cama.

— Nunca mais bebo, tô falando sério – ela disse, cobrindo o rosto com o travesseiro.

— Tá entregue. Vou indo. – levantei da cama rindo.

— Obrigada pela ajuda... e se quiser ficar, pode ficar... – ela murmurou, quase fechando os olhos. Cheguei perto pra ajeitar o edredom em cima dela, mas então ela me puxou pelo braço.

— Fica, Gerson... – Analu sussurrou, me encarando com aqueles olhos que sempre mexeram comigo.

Foi rápido. Talvez rápido demais pra pensar. Antes que eu me desse conta, nossos rostos estavam próximos, e quando percebi, nossos lábios se tocaram. Primeiro, de leve, como se nenhum de nós tivesse certeza. Mas logo o beijo foi ficando mais profundo, mais real.

O beijo... foi como se todo aquele tempo que a gente ficou separado não existisse. Como se a gente nunca tivesse se afastado.

Quando o beijo terminou, eu encarei ela, meio sem saber o que dizer. Ela também parecia confusa, mas de um jeito bom.

— Desculpa, eu... – tentei dizer algo, mas Analu colocou um dedo nos meus lábios.

— Não tem nada pra desculpar, Gerson... fica aqui hoje – ela pediu, num tom suave.

Olhei pra ela por um segundo, mas foi o suficiente. Suspirei, tirando os sapatos e me acomodando ao lado dela na cama.

— Tá bom... eu fico – falei, enquanto ela se aninhava ao meu lado, com a cabeça encostada no meu peito.

E assim, no meio desse caos todo, eu acabei ficando. Só nós dois. A casa quieta, e ela ali, dormindo encostada em mim, como se as coisas finalmente estivessem no lugar.

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• 15 comentários e eu posto o próximo capítulo! 🩷

Reencontro • Gerson SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora