Analu

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Analu narrando.

11:34 da manhã...

Eu fiquei ali, sentada na cama, olhando o Gerson dormir e sentindo minha cabeça rodar com um milhão de pensamentos. A noite anterior foi... um turbilhão. O beijo, o jeito que ele me olhou, tudo parecia tão certo na hora. Mas agora, com a luz da manhã entrando pela janela, eu não conseguia parar de pensar: isso não devia ter acontecido.

Me mexi de leve, tentando levantar sem acordar ele, mas, claro, não deu certo. Gerson abriu os olhos, ainda com a cara de quem não sabe nem onde tá.

— Bom dia... — falei, tentando soar normal, mas minha voz saiu meio tensa.

— Bom dia... — ele respondeu, com a voz rouca, e um sorriso preguiçoso. — Dormiu bem? – ele me encarou.

— Aham... — murmurei, desviando o olhar. Eu sabia que precisava falar. Tinha que esclarecer tudo antes que ficasse mais complicado. Respirei fundo.

— Gerson, sobre ontem... — comecei, tentando achar as palavras certas. — O beijo... não era pra ter acontecido. – soltei de uma vez.

O sorriso dele desapareceu, e ele me olhou, confuso.

— Como assim? — perguntou, se ajeitando na cama, agora mais atento.

Mordi o lábio, me sentindo péssima por ter que dizer isso, mas era a verdade. Eu tava confusa demais, e a última coisa que eu queria era complicar ainda mais a situação.

— Eu tô numa fase muito confusa da minha vida, Gerson. Eu ainda não me entendi com tudo o que tá rolando com o Piquerez, e a gente... tem muita história. Eu não sei se tô pronta pra reviver tudo isso de novo, sabe? — falei, tentando explicar o que se passava na minha cabeça.

Ele ficou me olhando, sem dizer nada por um tempo, e o silêncio começou a ficar pesado.

— Eu só... — continuei, me sentindo cada vez mais nervosa — Não sei se esse beijo foi uma boa ideia. Eu não quero que as coisas fiquem mais complicadas entre a gente. Eu não tô pronta pra isso. – conclui.

Ele suspirou e passou a mão pela barba, como se tentasse processar tudo o que eu tava dizendo.

— Eu entendo, Analu... — ele finalmente falou, com a voz mais baixa. — Eu só não quero que você se sinta mal por isso. Mas se é assim que você tá se sentindo, a gente pode deixar o que rolou pra lá. – Gerson disse.

Eu assenti, aliviada por ele ter entendido, mas ainda sentindo aquele nó no peito.

— Desculpa... — murmurei, de verdade. — Eu só preciso de um tempo pra entender o que eu quero, e eu não quero bagunçar mais a nossa história – encarei ele.

Ele assentiu, dando um meio sorriso que não alcançou os olhos.

— Tá tranquilo, Analu. A gente vai no seu tempo. Eu só quero que você fique bem. – Gerson deu um beijo na minha mão.

Eu sorri, aliviada por ele ter sido tão compreensivo. Isso me dava um pouco mais de paz, mesmo com toda a confusão dentro de mim.

— Obrigada, Gerson. Sério. – fiz carinho na mão dele.

Ele balançou a cabeça, e o clima pareceu finalmente relaxar. Mesmo que as coisas ainda estivessem meio incertas, pelo menos a gente ta tendo essa sinceridade entre nós.

Eu levantei da cama, pronta pra começar o dia, mas ainda com a sensação de que a gente ia ter que lidar com tudo isso de novo, em algum momento. Mas, por enquanto, talvez a amizade fosse o caminho certo pra gente.

10 comentários e eu posto o próximo capítulo! 🩵

Reencontro • Gerson SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora