Analu

174 22 21
                                    

Analu Narrando.

Sábado, 22:10 da noite...

Tô mega atrasada pro churrasco da Karol. Mas, sério, quem me conhece sabe que eu nunca chego no horário, então tá tudo bem.

Nem consegui achar babá pro Dom hoje. Tive que deixar ele lá na casa da Gisellen mais cedo. Ele vai dormir com os priminhos e a babá dos meninos vai cuidar deles.

Acabei de me arrumar e agora tô aqui, revirando a mala, que, aliás, ainda nem desfiz.

— Analu, pelo amor de Deus, você não tem nada decente pra usar, que ódio! — reclamo sozinha.

Aí acho uma calça branca e um top preto. Pronto, vai isso mesmo.

10 minutos depois...

Me vesti, botei um cinto preto pra dar uma incrementada, tênis da Nike no pé, uns acessórios, perfume, desodorante... tô pronta. Pego minha bolsa e corro pra sair.

Aí, óbvio, quando tô trancando a porta, lembro que deixei o celular em cima da cama. Que merda.

Volto correndo pra buscar. Mais atraso.

22:30 da noite...

Estaciono na frente da casa. Deve ser aqui, né? Desço do carro e, claro, quem eu vejo? O Gerson. Saindo do carro dele, com a filha. Era só o que faltava.

— Sério, Deus? Por que me odeia tanto? — murmuro olhando pro céu, enquanto fecho a porta com força.

Ele me dá uma olhadinha rápida e segue com a filha, como se eu fosse só um poste no caminho. E, caramba, a Giovanna tá gigante.

Fico enrolando do lado de fora, fingindo que esqueci alguma coisa no carro. Sem pressa pra entrar.

5 minutos depois...

Tá, não dá mais pra evitar. Vou ter que entrar.

— Oi, oi, boa noite! — digo tentando ser educada, e a Karol já me agarra num abraço.

— Gente, essa aqui é a Analu, irmã do BH! Juro que eu também fiquei passada quando soube — Karol me apresenta pras amigas dela. Todas bem simpáticas, por sorte.

1 hora depois...

Conversei com a galera, mas tava precisando de uma bebida. Peguei uma cerveja e fui sentar perto do Bruno e da Gi.

— Ô, Ortiz! Essa aqui é minha irmã que eu te falei — Bruno chama um cara LINDO pra me apresentar.

— Eita... — ele me olha de cima a baixo.

— Analu — estendi a mão, jogando um sorriso simpático.

— Léo. O outro Léo do Flamengo, haha. Pode me chamar de Ortiz, se preferir — ele beija minha mão, todo galante, e aí eu sinto aquele famoso olhar me furando. Nem preciso olhar duas vezes pra saber que é o Gerson.

Dou um sorrisinho de quem não deve nada e vou direto pro banheiro, fugir desse clima esquisito.

30 minutos depois...

Tava indo perguntar pra Karol onde tem água quando, do nada, o Gerson passa por mim quase me atropelando.

— Tá querendo minha atenção, é? — pergunto, virando pra ele com aquele toque de deboche.

— Não preciso. Já tenho a da minha mulher — ele fala, me lançando uma piscadinha.

Não me aguentei e soltei uma gargalhada alta.

— Pelo visto, ela não tá dando muita atenção pra você, né? Tá tentando a minha o tempo todo — mandei um beijinho no ar.

— Ai, Analu não quero entrar nesse joguinho – Gerson sem muita paciência encarou alguém que vinha atrás de mim.

— Não tem joguinho nenhuma, Gerson! Até porquê você é casado – falei séria.

— Fechou, fechou – ele fez um joinha e foi até o Bruno.

— Meu Deus, o que foi isso? — Karol pergunta baixinho, tentando entender.

— Ah, esquece. Bora cantar, vai! — puxei ela e fomos curtir o samba que tava rolando.

01:35 da madrugada...

Já tava bem de boa, curtindo o som, quando vejo a filha do Gerson, a Gio, quase dormindo num canto. Fui até lá.

— Tá com sono? — perguntei, sentando ao lado dela.

— Muito... É, Você era a namorada do meu pai, né? — ela solta, me pegando de surpresa.

— Era. Mas isso já passou. Agora ele tá com sua mãe — respondi, dando um sorriso e tirando uma sujeirinha do rosto dela.

— Você é legal — Gio me diz, com aquela carinha de sono, e eu sorrio de volta.

— Vamo, Gio! — Gerson aparece do nada, pegando o tênis dela que tava jogado no chão.

Ela me acena sorrindo, e eles saem.

Quando eles tão quase indo, percebo que a Gio esqueceu o celular. Saí correndo atrás.

— Gio! Seu celular! — gritei, entregando pra ela. Ela sorriu e agradeceu, enquanto o Gerson me olhava daquele jeito estranho de novo.

Eles foram embora, e eu? Já tava na hora de dar tchau também. Me despedi da galera e fui embora. Já deu pra mim hoje.

15 comentários e eu posto o próximo capítulo! 🤍

Reencontro • Gerson SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora