Gerson

81 15 14
                                    

Gerson Narrando.

3 semanas depois...

Treininho daqui a pouco, mas antes vou levar a Gio pra escola. Peguei ela ontem na casa da mãe, e essa semana vai ser comigo. Tem que aproveitar o tempo, né?

— Pai, posso levar meu iPad? – Gio surgiu com o iPad na mão, aquela cara de quem já sabe a resposta. Eu, terminando o café, só balancei a cabeça.

— Bora logo que tamo meia hora atrasados... – passei o guardanapo na boca, me levantei da mesa e peguei o celular. Já tava na hora de sair, mas não podia esquecer de passar na cozinha.

Lá fui eu dar aquele beijo na dona Maria. A mulher não falha nunca, melhor comida da vida.

— Ainda bem que você topou vir trabalhar aqui – falei, entrando de fininho. Ela deu um pulo.

— E você acha que eu ia ficar lá aguentando a amargurada da sua ex? Jamais – respondeu no jeito engraçado dela, e eu dei risada.

Gio apareceu de novo na cozinha, e finalmente saímos de casa.

Mais tarde...

Já no treino, mas minha cabeça tá longe... Só consigo pensar naquele beijo. Aquela noite na casa da Analu, que não sai da minha cabeça.

— Tá viajando pra onde, parceiro? – Bruno me tirou dos pensamentos, do nada.

— Lugar nenhum – menti, enquanto terminava meu tempo na bike.

— Ah tá, lugar nenhum... E o que rolou depois daquela festa da Lud com a minha irmã, hein? que até hoje não me contou nada – ele sentou na esteira, me encarando com aquela cara de curioso.

— Só rolou um beijo, mas ela tá confusa, falou isso – tentei encurtar o assunto, sem querer entrar em detalhe.

— Complicado... – ele disse, mas logo mudou o foco quando viu o Gabriel passando com uma nécessaire.

— Ô, Gabriel, essa nécessaire é minha, hein! Passa aqui, bora! – Bruno levantou num pulo e foi atrás do Gabriel, que saiu correndo na zoeira.

Esses dois... parece até que voltaram pra infância. Dá pra rir.

19:45 da noite

Tô aqui fora, pós-banho, jogando uma água no carro. Dando aquele trato pra deixar ele brilhando. E, de repente, vejo Analu chegando com o Dom na mini motinha dele, e ela de roupa de academia, pronta pra dar uma volta no condomínio, imagino.

— Lava direito esse carro, hein – Analu falou, brincando, e eu sorri de canto, tranquilo.

— Tudo que eu faço, eu faço bem feito – mandei, cheio de confiança.

— Se acha, né? – ela riu, e eu só dei de ombros. Normal.

— Ô, papain que me deu, olha minha motinha! – Dom veio todo empolgado me mostrar o brinquedo novo.

— Caraca, muito massa, cara! – baguncei o cabelo loirinho dele. Moleque é uma figura.

Será que o pai dele tá por perto? Não devia nem pensar nisso, não é da minha conta.

— E a Gio, tá onde? – Analu perguntou.

— Trancada no quarto, assistindo alguma coisa lá – falei, com aquela voz de quem já desistiu de entender o que ela vê o dia inteiro.

— Sei como é... A gente se vê por aí – ela acenou, e o Dom saiu voando com a mini motinha.

Moleque engraçado demais. Gosto dele sem esforço.

10 comentários e eu posto o próximo capítulo! ❤️

Reencontro • Gerson SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora