O AMOR NÃO É QUASE NADA

CAPÍTULO 5

Depois daquele desastroso jantar, eu tentei ao máximo manter distância de Alisson. Algo nela me deixava desconfortável, talvez pelo jeito afiado com que ela me observava, sempre analisando, como se estivesse esperando que eu cometesse algum erro. No entanto, não demorou muito para que a gente se esbarrasse novamente.

Um dia, enquanto eu caminhava pelo centro da cidade junto com Elsie olhando algumas lojas, vi Alisson saindo de uma galeria de arte com uma câmera pendurada no pescoço. Ela estava distraída, olhando algumas fotos expostas na vitrine, e eu não consegui evitar um sorriso tímido ao vê-la em um contexto diferente. Fotografia? 

Quem diria que a prima de Oliver fosse envolvida com arte.

—Amber? Sua voz me tirou dos pensamentos. Ela sorriu quando me viu, um sorriso mais caloroso do que eu lembrava. —Não esperava te encontrar por aqui.

Elsie ficou um pouco confusa.

—Elsie, essa é a Alisson, prima do Oliver.

—Oi Alisson, eu sou Elsie, a melhor amiga de Amber e namorada de Pitter, seu primo.

—Parece que meus primos tem ótimos gostos para mulheres.

Elsie e eu sorrimos sem graça.

—Amber, você está ocupada?

Eu balancei a cabeça, sem saber exatamente o que dizer.

—Não, só estamos olhando algumas roupas. Disse eu incluindo Elsie na conversa mesmo entendendo que a pergunta era direcionada somente a mim.

—E você?

—Curso de fotografia. Estou na cidade por alguns  meses pra isso. Você gosta de arte?

—Acho interessante, mas não sou muito entendida no assunto.

Ela sorriu e, por algum motivo, dessa vez não parecia condescendente. —Vem, vou te mostrar algo. 

 Antes que eu pudesse reagir, ela me puxou para dentro da galeria e eu puxei Elsie.. O ambiente era sereno, e as fotos expostas nas paredes pareciam capturar momentos delicados e únicos, cheios de vida e emoção.

—Essas são suas fotos? perguntei, surpresa ao ver o nome Alisson Carter em algumas assinaturas.

—Algumas. O curso é mais pra me aprimorar. Eu gosto de capturar o que as pessoas não veem à primeira vista, sabe? Ela olhou para mim de forma intensa, como se estivesse dizendo mais do que com palavras. O que fica nas entrelinhas.

Nesse momento Elsie nos olhou de uma maneira estranha, eu conhecia aquele olhar.

Ela estava com ciúmes, rs.

Ficamos lá por mais um tempo, andando pela galeria, e percebi que havia uma conexão diferente entre nós, algo que eu não tinha sentido no jantar. Alisson era complexa, e por mais que eu tentasse ignorar, havia algo nela que me instigava. Saímos da galeria e, antes de nos despedirmos, ela me olhou com aquele sorriso provocante de novo.

—Quem sabe a gente não toma um café qualquer dia desses...

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A partir daquele dia, nos esbarramos mais vezes na cidade. Começamos a nos encontrar para tomar café, e nossas conversas fluíam de forma surpreendentemente natural. Com o tempo, descobri que Alisson não era apenas aquela mulher rica e intocável que eu tinha imaginado. Ela era criativa, divertida e, por trás daquela fachada de confiança, também parecia carregar suas próprias inseguranças.