∆ Leah
Depois de um longo dia na empresa, quando finalmente cheguei em casa, deitada na cama, encaro o teto, as sombras dançando com a luz fraca que entra pela janela. Tento focar em qualquer coisa que não seja ele. Qualquer coisa. Mas é inútil. O rosto de Sukuna invade minha mente, como sempre faz ultimamente, sem pedir permissão.
"Ele beija muito bem...", pensei, mordendo o lábio quase sem perceber.
A sensação de vergonha tomou conta de mim imediatamente. Peguei uma almofada e a pressionei contra o rosto, como se isso pudesse me proteger das lembranças. A imagem de suas mãos me segurando com firmeza não saía da minha cabeça.
— Ah... por que eu deixei aquilo acontecer? — murmurei, afundando ainda mais no sofá.
Me desfazendo da almofada, fecho os olhos e lá está ele de novo, tão nítido como se estivesse acontecendo agora. Sinto o calor de sua respiração contra meus lábios, o toque firme de suas mãos na minha cintura. O cheiro dele, a forma como sua presença parecia consumir todo o ar ao redor.
Não foi um beijo comum. Não tinha nada de normal naquele momento. A intensidade, a raiva que se transformou em algo completamente diferente num piscar de olhos. Quando nossos lábios se encontraram, o mundo pareceu parar. Por um segundo, não havia nada além de nós dois, naquele escritório, rodeados por papéis e projetos que, por um instante, deixaram de importar.
Minha mão instintivamente toca meus lábios, como se ainda pudesse sentir o gosto do beijo. Tudo foi tão confuso e ao mesmo tempo tão claro. A forma como ele me segurou, como se estivesse me impedindo de cair, não só no chão, mas em algo mais profundo, algo que eu não estava preparada para enfrentar.
Mas a parte que mais me atormenta é o que veio depois. As palavras dele... "Isso foi um erro." Aquilo reverbera na minha mente, como um eco interminável. Ele disse que não deveria ter acontecido, mas no fundo eu sei que ambos queríamos. Pelo menos naquele momento, não havia como negar.
Agora, aqui deitada, me pergunto o que tudo isso significa. Eu deveria estar com raiva? Arrependida? Porque, para ser honesta, uma parte de mim — uma parte que eu tento esconder até de mim mesma — quer aquilo de novo.
Suspirando pesadamente, resolvi deixar os meus pensamentos de lado e apaguei a luz do quarto. [...]
∆ Dia seguinte
O escritório estava vazio quando entrei. O silêncio era quase palpável, quebrado apenas pelo som distante da cidade lá fora. Sukuna havia pedido para discutir alguns detalhes finais do projeto em que estávamos trabalhando. Normalmente, essa seria apenas uma reunião de rotina, mas o que eu estava prestes a experimentar era algo muito mais complexo e carregado de tensão.
Sukuna estava de pé, próximo à janela, com um olhar distante. Ele tinha a postura firme e imponente que sempre o caracterizava, mas havia algo diferente no ar hoje. A sensação de atrito entre nós estava se tornando quase insuportável. Cada interação nossa parecia carregada de uma eletricidade que não conseguíamos ignorar.
Quando me aproximei, Sukuna se virou para me encarar. Seus olhos eram intensos, com uma profundidade que fazia meu coração acelerar. A conversa que estávamos prestes a ter era sobre o projeto, mas a dinâmica entre nós parecia estar mudando. A tensão era inegável, e o desejo não correspondido estava começando a se tornar um problema.
— Leah, — começou Sukuna, sua voz grave e controlada, mas com um tom que não conseguia esconder a tensão subjacente. — Precisamos revisar os detalhes finais antes da apresentação de amanhã.
Eu acenei e comecei a revisar os documentos na mesa, tentando focar no trabalho em vez de na intensidade da atmosfera. No entanto, era impossível ignorar a forma como Sukuna me observava. Seus olhos seguiam cada movimento meu, e havia uma tensão palpável no ar que não conseguia descrever.
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AOS DELÍRIOS DA SEDUÇÃO • Ryomen Sukuna
FanficEm um mundo moderno, Ryomen Sukuna é o impiedoso CEO de um conglomerado multinacional, conhecido por sua frieza e habilidade de destruir seus adversários sem hesitação. Seu nome inspira medo e respeito. No entanto, a chegada de uma nova funcionária...