05 • ZONA DE PERIGO

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Desde que comecei a trabalhar na empresa, meus dias têm sido uma montanha-russa de emoções. O ambiente corporativo é mais tenso do que eu jamais imaginei, e grande parte dessa tensão vem diretamente de Sukuna. Ele é um homem poderoso, intenso e, de alguma forma, sempre parece estar um passo à frente de todos, incluindo eu. Nossos encontros até agora têm sido cheios de confrontos profissionais, mas há algo mais no ar, algo que me faz sentir um misto de excitação e nervosismo toda vez que ele está por perto.

Hoje, tudo pareceu se intensificar. Fui chamada ao escritório dele para discutir um novo projeto, um que, segundo as palavras de outros colegas, seria crucial para a empresa. Eu sabia que trabalhar diretamente com Sukuna era uma faca de dois gumes; poderia ser uma grande oportunidade, mas também poderia me colocar em uma situação perigosa, tanto profissionalmente quanto pessoalmente.

Quando entrei na sala, ele estava de pé ao lado de uma enorme tela que exibia os gráficos e detalhes do projeto. Sua presença dominava o espaço, como sempre, e senti um frio percorrer minha espinha. Era quase impossível não ficar intimidada pela forma como ele ocupava a sala, como se o próprio ar ao redor dele fosse mais denso.

— Leah, — ele começou, sua voz firme e controlada. — Precisamos discutir as estratégias para este projeto. É vital que todos os aspectos sejam minuciosamente analisados.

Assenti e me aproximei da tela para acompanhar suas explicações. Enquanto ele falava, apontando para gráficos e números, eu tentava absorver o máximo de informações possível, mas minha mente estava dividida. Parte de mim estava focada no trabalho, mas outra parte não conseguia deixar de notar a proximidade entre nós. Havia algo na forma como ele falava, como seu olhar ocasionalmente se demorava em mim, que fazia meu coração bater mais rápido.

Então, aconteceu. Estávamos ambos inclinados sobre a tela, analisando um detalhe específico de um gráfico. Nossos movimentos se sincronizaram de forma estranha e, de repente, esbarramos um no outro. O impacto foi suficiente para me desequilibrar, e antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, senti as mãos de Sukuna segurando minha cintura, me impedindo de cair.

O toque dele foi firme, quase possessivo, e uma onda de calor percorreu meu corpo. Meus olhos se arregalaram ao perceber o quão perto estávamos. Podia sentir a respiração dele tão próxima que parecia que o mundo ao nosso redor havia desaparecido, deixando apenas nós dois naquele momento suspenso no tempo.

— Cuidado, — ele murmurou, sua voz suave e baixa, quase como um sussurro. Havia algo mais naquela voz, algo que fez meu coração disparar ainda mais rápido.

— Eu... obrigada, — respondi, mas minhas palavras saíram quase como um sussurro também, carregadas com uma tensão que eu não sabia como explicar.

Enquanto ele me segurava, senti algo em mim começar a ceder. Era como se o controle que eu tanto me esforçava para manter estivesse escorregando por entre meus dedos. Ele me puxou um pouco mais para perto, o suficiente para fazer meu estômago dar um nó, e por um momento, pensei que ele fosse me beijar ali mesmo. A proximidade era sufocante e intoxicante ao mesmo tempo, e eu não sabia mais se estava torcendo para que ele realmente fizesse isso ou se afastasse de vez.

Mas então, lentamente, ele me soltou, permitindo que eu recuperasse o equilíbrio. No entanto, o que quer que estivesse acontecendo entre nós não podia ser desfeito. Havia algo no ar agora, uma corrente elétrica invisível que apenas nós dois podíamos sentir. Algo perigoso, algo que eu sabia que deveria evitar, mas que ao mesmo tempo estava se tornando impossível de ignorar.

Tentei me recompor, mas minha mente ainda estava girando com o que acabara de acontecer. Podia sentir o olhar de Sukuna sobre mim, avaliando minhas reações, quase como se estivesse esperando para ver o que eu faria em seguida. Mas eu sabia que ele era muito mais do que apenas um observador. Ele estava jogando um jogo perigoso, e de alguma forma, eu estava sendo arrastada para ele.

— Vamos continuar, — ele disse, sua voz de volta ao tom controlado e profissional, como se nada de extraordinário tivesse acontecido.

Mas algo havia mudado. Eu podia sentir isso, e sabia que ele também podia. Tentei me concentrar no trabalho, em absorver as informações que ele estava compartilhando, mas minha mente continuava voltando ao momento em que ele me segurou, ao jeito como ele me olhou. Havia um fogo queimando dentro de mim, um que estava ficando mais difícil de ignorar a cada segundo.

Quando a reunião finalmente terminou, eu saí do escritório de Sukuna com as pernas tremendo levemente. O ar parecia mais pesado, carregado com a eletricidade do que acabara de acontecer. Tentei acalmar minha respiração e organizar meus pensamentos enquanto caminhava de volta para minha mesa, mas o tumulto interno não me deixava em paz.

Enquanto me sentava em minha cadeira, minhas mãos ainda tremiam ligeiramente. Eu sabia que tinha que manter o foco no trabalho, que precisava me lembrar do motivo pelo qual estava ali. Mas como eu poderia fazer isso quando toda vez que fechava os olhos, tudo o que eu conseguia ver era o rosto de Sukuna, seus olhos intensos, o toque firme de suas mãos em minha cintura?

Sabia que estava jogando com fogo, mas o que eu não conseguia entender era por que, em vez de recuar, eu parecia estar sendo atraída cada vez mais para esse jogo perigoso. E o pior de tudo é que, por mais que tentasse, não conseguia encontrar uma maneira de escapar.


B. GHOST:
O que acharam do capítulo?
Sentiram a tensão? 🔥 Hahahahahaha

AOS DELÍRIOS DA SEDUÇÃO • Ryomen SukunaOnde histórias criam vida. Descubra agora