Meu nome é Lorena De Veigas, tenho 19 anos e moro atualmente nos Estados Unidos. Trabalho como secretária em uma empresa de contabilidade. Moro sozinha desde que vim para cá estudar e trabalhar, e mesmo que a solidão às vezes pese, aprendi a lidar com ela... na maioria dos dias.
Era inverno — minha estação favorita. Sempre achei roupas de frio mais elegantes, além de me sentir mais aconchegada dentro de casacos grossos e cachecóis. O vento frio lá fora parecia trazer um tipo de nostalgia confortável, como se eu vivesse em um filme antigo toda vez que caminhava pelas ruas forradas de neve.
Meu despertador toca insistentemente, ecoando como um alarme de emergência. O som me faz estremecer, mas não me movo de imediato. A luz suave que passa pelas frestas da persiana me diz que o dia já começou, embora eu ainda estivesse lutando para aceitar isso. Odiava levantar nas manhãs frias — era quase um sacrifício.
Olho o horário. 07h06 da manhã.
Suspiro e me sento lentamente na cama. Um arrepio me percorre quando o ar gelado entra em contato com minha pele aquecida pelas cobertas. Parecia que o próprio inverno me abraçava, mas de forma nada gentil. Me levanto sem vontade, ciente de que estou atrasada de novo. Maldição.
No banheiro, encaro meu reflexo enquanto escovo os dentes. Olhos inchados, cabelo meio bagunçado. Nada fora do normal. Lavo o rosto e tento domar o cabelo com um coque frouxo. Não é como se alguém ali se importasse com minha aparência, mas eu me sentia melhor quando estava, no mínimo, apresentável.
Visto meu uniforme de forma relutante. Ainda acho ele horrível — me faz parecer mais velha, e o casaco de frio da empresa só piora a situação. Nada combinava, e tudo aquilo me deixava com cara de senhora entediada. Tanta formalidade pra quem ganha tão pouco.
Após muitos rodeios entre o quarto e o banheiro, verifico o relógio de novo. 07h54.
Droga. Eu deveria estar saindo agora se quisesse chegar no horário. Esse será o segundo atraso pela segunda vez na semana. Na primeira tive a sorte do meu chefe não estar presente, mas essa sorte podia não durar para sempre. Adrien Moore era conhecido pelo seu temperamento difícil. Caso me flagrasse entrando atrasada, seria o suficiente para me marcar — e não de um jeito bom.
Pego minha bolsa e saio apressada do apartamento, decidida a pegar um café no caminho. Meu estômago roncava de leve, e encarar a manhã apenas com um copo de café talvez fosse o máximo de nutrição que teria até o almoço.
As ruas estavam cheias. Pessoas indo e vindo, a maioria com o mesmo semblante cansado que eu carregava. Parecíamos zumbis sobrevivendo ao mesmo apocalipse: a rotina.
Paro em um café pequeno e aconchegante no caminho e peço um café americano para viagem. A atendente demora mais do que deveria. Cruzo os braços, impaciente. Se eu fosse chefe delas, já teriam sido dispensadas por sua lerdeza irritante. vida de CLT é uma droga. Acordo de meus pensamentos quando a atendente ponha o copo sobre o balcão de forma arrogante. essa hora do dia e de mau humor, não a julgo, eu iria viver assim se trabalhasse aqui também.
agradeço e pego copo quente entre os dedos gelados e continuo meu caminho em direção à empresa, quase correndo.
Chego aos portões da empresa com 10 minutos de atraso. Meu coração já batia mais rápido que o normal, parte pela corrida, parte pelo medo de ser flagrada. Entro discretamente, tentando parecer calma. Caminho até minha mesa com passos cautelosos e me sento,aliviada. Nenhum superior me viu.
Mas mal tive tempo de comemorar a sorte quando uma voz firme e fria soou atrás de mim, cortando o ar como uma lâmina:
— Lorena. Quero sua presença na minha sala. Agora mesmo.

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I'm Lorena
Literatura FemininaPúblico🔞 Conta uma história de uma mulher Plus size Contém conteúdo sexual Sadismo Masoquista Romance Drama Capítulos atualizados até 5 dias após ter postado um. Boa leitura 🍎❤️