realidades e distâncias

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2024

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2024

Eu tinha 16 anos agora. Acordei no meu enorme quarto, um dos muitos frutos da fortuna da minha mãe, Kim Kardashian. Cada detalhe ali me lembrava do quão grande era nossa vida, mas, ao mesmo tempo, de como me sentia pequena diante de tudo isso. As cortinas deixavam entrar a luz suave da manhã de Los Angeles, enquanto eu me virava na cama, tentando prolongar mais alguns minutos de descanso.

Foi então que senti o peso em cima de mim.

— Kiara! Acorda! — North, minha irmã de 11 anos, pulava na minha cama, rindo.

Eu sempre me perguntava como ela conseguia tanta energia logo cedo. North, Saint, Chicago, e Psalm. Todos meus irmãos. E, de algum jeito, todos pareciam tão... distantes de mim, mesmo estando tão perto. Minha doença fazia isso. Eu me afastava, não por querer, mas por medo de que minha bipolaridade criasse uma barreira entre nós.

— Kim já saiu? — perguntei, ainda meio sonolenta, enquanto afastava os cobertores.

— Não, ela tá lá embaixo — North respondeu, rindo como se isso fosse óbvio.

Suspirei, levantei e fui direto para o banheiro. Escovar os dentes era uma das poucas coisas que eu fazia no piloto automático. O espelho refletia meu rosto cansado, e eu sabia que o dia seria longo. Desci até a cozinha com o cabelo ainda solto e meio bagunçado, passando os dedos por ele enquanto pensava no que eu realmente queria fazer naquele dia.

Assim que cheguei à cozinha, vi minha mãe. Kim, a mulher que praticamente comandava um império e ainda conseguia tempo para ser mãe.

— Bom dia, querida! — ela sorriu e me puxou para um abraço apertado.

— Bom dia, mãe — murmurei, aceitando o abraço por um momento antes de me soltar e ir direto à geladeira. Peguei uma garrafa de suco e virei para a cozinheira. — Sônia, pode fazer algo pra mim? Uns ovos mexidos?

— Claro, Kiara — Sônia respondeu com um sorriso. Ela já estava acostumada com as minhas preferências.

Sentei à mesa, bebendo o suco e pegando meu celular para dar uma olhada nas redes sociais. As notificações eram incontáveis, mas eu mal prestava atenção. Foi quando ouvi minha mãe pigarrear, o que me fez desviar o olhar do celular. Quando olhei para ela, vi o frasco amarelo de remédios sobre a mesa.

Revirei os olhos e abaixei a cabeça, resmungando.

— Kiara... — ela começou, e eu sabia exatamente onde isso ia dar.

— Eu sei, eu sei. — Peguei um dos comprimidos e o engoli rapidamente com um gole do suco, fazendo uma careta.

Minha mãe me observava, sempre preocupada, mas ela sabia que eu odiava tomar esses remédios. Não era apenas o gosto amargo, mas a lembrança constante de que algo em mim não era... normal.

— Pra onde você vai hoje? — perguntei, tentando mudar de assunto.

— Tenho uma reunião na empresa. E você? — Ela perguntou enquanto tomava um gole de café.

𝙾 𝚙𝚎𝚜𝚘 𝚍𝚘 𝚗𝚘𝚖𝚎| ᵏᶦᵐ ᵏᵃʳᵈᵃˢʰᶦᵃⁿOnde histórias criam vida. Descubra agora