No misterioso e conturbado cenário do mundo corporativo, Castiel, um homem de negócios respeitado, mas solitário, encontra-se imerso nas sombras de uma vida controlada pelo trabalho. Seu olhar penetrante e sua postura séria o tornaram alguém a quem...
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O dia começou cedo para Castiel. A luz suave da manhã filtrava-se pelas janelas amplas de seu apartamento de luxo, refletindo-se nas superfícies polidas e no ambiente minimalista que ele chamava de lar. A maioria das pessoas se sentiria confortável em um espaço como aquele, mas para Castiel, parecia apenas mais um ambiente funcional. Ele tinha tudo o que precisava: conforto, espaço e privacidade, mas algo essencial parecia estar sempre ausente. As paredes impecáveis e a mobília elegante ofereciam pouco calor, pouco do que ele realmente buscava em sua vida ultimamente. Era como se ele tivesse se cercado de luxo e, mesmo assim, não conseguisse evitar o vazio persistente.
Ele passou os dedos pelos cabelos desalinhados, sentindo o leve cansaço nos olhos. As noites de sono fragmentado eram comuns, especialmente com os pensamentos que sempre retornavam a Dean e à pressão que vinha enfrentando na empresa. Desde que seu irmão Nick — ou ‘Lúcifer’, como ele gostava de ser chamado — começou a manipular as coisas, Castiel sentia que cada dia era uma batalha para manter seu império intacto. Mas naquela manhã, ele tentava deixar esses pensamentos de lado.
A agenda do dia estava cheia, e como de costume, começava com um momento que ele prezava mais do que qualquer reunião: o café da manhã com seu filho, Jack.
Enquanto atravessava o corredor do apartamento, Castiel se preparava mentalmente. Jack estava crescendo rápido, e cada conversa com ele era uma surpresa. O garoto de oito anos, com seus cabelos loiros despenteados e olhos curiosos, era uma fonte constante de energia e perguntas — algumas das quais Castiel ainda não tinha certeza de como responder. Mesmo assim, o tempo com Jack era o ponto alto de seus dias, uma pausa em meio ao caos que ele enfrentava no trabalho.
— Papai! — A voz animada de Jack ecoou pela cozinha assim que ele viu Castiel aparecer. O garoto estava sentado à mesa, já atacando uma tigela de cereais.
— Bom dia, Jack — Castiel respondeu, sentindo o calor suave de um sorriso se formar em seus lábios. — Dormiu bem?
Jack assentiu com a cabeça, os olhos brilhando. — Dormi! Mas tive um sonho maluco. Tinha um carro gigante, e ele falava! — Ele riu, sem esperar por uma resposta, já se entretendo com outra colherada de cereal.
Castiel se serviu de uma xícara de café, observando o filho com um misto de admiração e curiosidade. "Ah, se os problemas na vida fossem tão simples como os sonhos de uma criança", pensou ele. Mas ele gostava de ouvir sobre essas fantasias, pois eram um lembrete da inocência que Jack ainda tinha, algo que Castiel se esforçava para proteger.
— Um carro falante? — Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha. — Era como o Impala que você adora?
Jack balançou a cabeça. — Não, esse era diferente! Ele podia voar! E estava todo brilhante, como um carro de corrida!
Castiel sorriu, pensando em como a mente de uma criança podia transformar tudo em algo mágico. "Se ao menos meus problemas pudessem ser resolvidos com um carro voador", pensou. Enquanto ele refletia, seu telefone vibrou na bancada, trazendo-o de volta à realidade. Uma mensagem de Ash, sua assistente na empresa, lembrando-o de uma reunião importante com Sam Winchester, o advogado que vinha lidando com os trâmites legais de seu irmão.
