VIII - sob o véu do orgulho

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Castiel dirigia pelas ruas como se tentasse fugir de seus próprios pensamentos. O dia estava claro, o sol batendo forte no para-brisa de seu Lexus, mas sua mente estava nublada com um turbilhão de emoções conflitantes. Ele sempre fora um homem controlado, alguém que lidava com os problemas de maneira lógica e racional, mas ultimamente, isso estava ficando cada vez mais difícil.

Já era o terceiro sonho que tivera com Dean, tão vívido, o deixara em frangalhos. A proximidade física, o calor do toque, a forma como seus corpos pareciam se encaixar como peças de um quebra-cabeça, tudo aquilo o havia abalado profundamente. Ele já não conseguia ignorar os sentimentos que vinham crescendo dentro dele, mesmo que tentasse.

- São só sonhos - ele murmurava para si mesmo, as palavras ecoando como um mantra vazio.

No fundo, ele sabia que não era apenas o sonho que o perturbava. Eram os sinais que vinha ignorando, os olhares furtivos, as visitas constantes à oficina, a estranha urgência que sentia em estar perto de Dean. Castiel, o homem de negócios sério e focado, estava sendo arrastado para um território perigoso, um território onde não tinha o controle de seus próprios sentimentos.

Ele não sabia ao certo por que estava indo para a oficina naquele momento, mas seus pés o levaram para lá, como se algo maior o estivesse guiando. Talvez fosse uma desculpa para ver Dean novamente, para confirmar que o sonho não era um reflexo de seus desejos mais profundos. Ou talvez fosse porque, em algum nível, ele sabia que precisava estar lá.

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Quando Castiel chegou, a oficina estava imersa em sua rotina habitual. O som dos motores, o cheiro de óleo e graxa no ar, a atmosfera pesada e ao mesmo tempo familiar daquele lugar o acolheram de uma maneira que ele não esperava. Dean estava de costas, concentrado no trabalho, os músculos de seus braços se contraindo a cada movimento. Vestia uma regata surrada, suja de graxa, e o calor do ambiente fazia sua pele brilhar com uma leve camada de suor.

Castiel observou de longe, por um momento, seus olhos captando cada detalhe de Dean. Ele parecia completamente à vontade ali, como se aquele fosse o seu reino. Cada movimento era calculado e habilidoso, e o mundo ao redor parecia desaparecer enquanto ele trabalhava. O que mais perturbava Castiel era o fato de que sua presença ali já não parecia casual - ele se pegava indo à oficina cada vez com mais frequência, mesmo sem motivo aparente.

"Por que eu estou aqui?", ele se perguntava, tentando encontrar uma justificativa racional para sua própria presença. Mas antes que pudesse pensar mais sobre isso, uma voz familiar interrompeu seus pensamentos.

- Então, você realmente conserta de tudo, hein? - A voz de Nick soava do outro lado do carro, com um tom que imediatamente fez Castiel enrijecer.

Nick estava inclinado contra a lateral do veículo, seus olhos azuis cravados em Dean, com um brilho que Castiel conhecia muito bem. Era o tipo de olhar que Nick reservava para suas jogadas manipulativas, sempre com uma pitada de flerte, como se estivesse testando as águas para ver o quanto poderia se aproveitar de alguém.

Entre sombras e Luzes - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora