As correntes do Príncipe(prt 2)

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 Drogon ficou encarregado de vigiar Tessarion, garantindo que nenhum homem leal a Rhaenyra tentasse algo contra a dragão, e que a própria criatura não escapasse. Daenerys sabia que Tessarion não tentaria fugir sem seu montador, e, além disso, a dragão estava fraca demais para qualquer tentativa. Mesmo assim, Drogon não parecia nada satisfeito com as ordens de sua mãe.

    Daenerys ordenou aos lordes que encontrassem um local seguro para manter Daeron, longe do alcance dos outros soldados. Ele foi colocado em uma barraca exclusiva, mas estava acorrentado por grossas correntes, e com uma perna quebrada, não havia necessidade de prendê-las também.

    Quando ela entrou na cabana, o cabelo prateado de Daeron caía sobre o rosto, grudado à testa pelo suor. A perna ferida estava envolta em uma tala, feita às pressas por um dos meistre do acampamento, e sua cabeça pendia, encarando o chão. Ele estava preso a uma viga de madeira no centro da tenda, e apenas a acompanhou com o olhar quando ouviu seus passos.

    — Tessarion está bem — disse ela, a voz calma — irritada e cansada, mas bem.

    Daeron ergueu a cabeça, seus olhos brilhando de fúria e confusão.

    — Por que nos deixou vivos? — perguntou, cuspindo as palavras com amargura.

    — Você sabe por quê, Daeron. — Daenerys cruzou as mãos à frente do corpo, a expressão impassível.

    — Não trairei minha casa — ele riu com desprezo. — Não darei informações aos que tentam usurpar o trono de meu irmão.

    Ela observou o jovem com olhos firmes, sem se abalar pelo tom ácido.

    — Então prefere que Tessarion seja morta? E que você tenha a cabeça cortada, e seus resto enviados para sua mãe em uma caixa de presente para que ela possa chorar em cima?

    Daeron trincou o maxilar, a tensão evidente em seus ombros. Ele manteve o silêncio por alguns instantes, e, incapaz de sustentar o olhar dela, desviou os olhos.

    — Isso é uma guerra. É o que acontece em guerras — ele murmurou, ainda sem encará-la.

    Daenerys deu um passo à frente, seu próprio rosto ainda manchado pela fumaça e pelo calor das chamas de Tessarion. Sua armadura já não brilhava como antes, e os cabelos prateados estavam embaraçados e soltos, mas ela mantinha a cabeça erguida com uma dignidade fria.

    — Sim, é verdade — ela concordou, a voz baixa, mas carregada de peso. — Mas guerras podem ser resolvidas sem mais mortes. Foi por isso que deixei vocês viverem. Estou tentando impedir que mais sangue manche o estandarte da nossa casa.

    — Nossa casa? — Daeron soltou uma risada amarga. — Vocês bastardos sempre acham que, por terem uma fração de nosso sangue, podem finalmente se encaixar.

Chamas do Passado | Herdeiras do fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora