Os Verdes

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   Aemond estudava o mapa preso ao quadro de madeira à sua frente. Seu olhar fixo em Harrenhal. Era lá que Daemon Targaryen reunia seus exércitos e fortalecia o poder dos negros. Aquele maldito tinha os lordes em suas mãos; queriam-no no trono mais do que queriam a prostituta de sua meia-irmã. Eles apoiavam a falsa rainha na esperança de que Daemon governasse em seu lugar, mesmo como Rei Consorte. Seu tio era uma ameaça que ele se satisfaria em eliminar.

   E então havia ela... a maldita bastarda. Surgira do nada, como fumaça sem fogo. Seu dragão negro era rápido demais para seu tamanho, feroz demais. Uma raridade. Naquele dia, ele pôde sentir que até Vhagar o percebia como uma ameaça, um desafio ao qual a fêmea estava sedenta para enfrentar. Mas ele fora obrigado a recuar; caso contrário, não importava o quanto Vhagar desejasse uma boa luta, ambos estariam mortos no fim do dia.

   A bastarda os atacara de cima; ele estava ocupado demais com Rhaenys e Meleys para perceber sua aproximação. Isso o intrigava. Soube que Rhaenyra convocara bastardos para montar dragões, manchando a tradição de sua casa, envergonhando o legado de Valíria. Ainda assim, ele não os via como uma verdadeira ameaça: dragões experientes nas mãos de plebeus ignorantes, sem qualquer conhecimento sobre voo ou estratégia de batalha. Ele duvidava que soubessem sequer ler.

   Mas ela era diferente. Ela atacara Vhagar com precisão calculada, e ele a vislumbrou — não estava assustada, tampouco parecia ser sua primeira vez. Havia pureza em suas feições, uma frieza serena que não combinava com uma simples bastarda. Aemond se perguntava o que mais Rhaenyra escondia do reino. A notícia de que a jovem era filha bastarda de Daemon explicava parte do enigma, mas ainda não era o suficiente para que todas as peças se encaixassem. E o dragão? Era o maior mistério. Como uma criatura daquele porte permanecera oculta da Casa Targaryen e do mundo? A besta não devia ter menos de cinquenta anos.

   Mas a bastarda não viveria muito. Ele daria fim a ela e ao pai. Mesmo com Vermithor e Meleys ao lado dos negros, ele sabia que ela seria a enviada para apoiar Daemon. Vermithor podia ser gigantesco, mas carecia da velocidade da besta negra, e seu montador, sem dúvida, carecia da destreza dela. Meleys era veloz, até mais do que o dragão desconhecido, mas menor. Daemon era o pai da garota; ela sempre seria a primeira opção. Era uma tática arriscada de sua parte, mas a guerra exigia riscos, e ele não era covarde para hesitar.

   — Quando parte? — a voz de sua mãe soou atrás dele, e ele se voltou para ela.

   — Ainda hoje — respondeu, caminhando até ela. — Acabarei com a maior esperança de vitória dos negros.

   Alicent o fitou, depois desviou o olhar para o mapa, as sobrancelhas franzidas em pensamento.

   — E o que o faz pensar assim? — perguntou, cética. — Rhaenyra ainda terá a vantagem, mesmo que você mate dois deles.

Chamas do Passado | Herdeiras do fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora