world cup - beauany

010

Eu devo ter tomado mais uns três shots de tequila.

Eu queria ter tomado mais, mas aí perderia tudo que está acontecendo ao meu redor.

Nour e o garoto espanhol chamado Alex — descobri o nome não faz muito tempo — estão em um canto do sofá aos beijos há pelo menos vinte minutos. E quando eles param de se beijar, ficam de mãos dadas rindo baixo.

Heyoon e Lamar estão na pista dançando juntos, o clima parece ter mudado pra eles muito rápido, eu mao consegui acompanhar.

Josh e eu também estamos na pista.

Separados, é claro.

No entanto, o clima é muito divertido e as músicas tão envolventes...sem contar o álcool no meu corpo, que as vezes me faz esquecer que tenho um casamento de fachada que preciso manter.

Mas preciso confessar que Josh está fazendo isso ser impossível pra mim.

— Você não tem muito ritmo, Beauchamp. — Zombo, um pouco próxima demais dele para que ele me ouça em meio a música alta.

— Dança não é muito a minha praia. — Ele deu de ombros com um sorriso. — Sozinho, porque acompanhado pode ser muito mais fácil.

Ele estende a mão para mim.

É nesse momento em que reparo na mão enorme de Josh estendida para mim. Os dedos dele são grossos e dá pra ver de longe alguns calos, provavelmente por pegar peso na academia.

Eu queria a mão dele fechada no meu pescoço.

Jesus, estou quase bêbada, tenho que tomar cuidado para não dizer isso alto.

Antes que ele diga alguma coisa sobre a minha demora, eu aceito sua mão sem pensar muito. Ele me roda duas vezes e me arranca uma gargalhada fácil.

— Eu vou cair. — Minha voz está tão boba. Não sei se deveria parecer boba perto de Josh. Mas não ligo.

— Não vai não. — Ele coloca minha mão no ombro e me puxa para perto pela cintura.

Meu corpo imediatamente ascende quando seu braço forte envolve minha cintura. Nossos corpos estão próximos, próximos demais.

Eu tenho a impressão de que não estamos dançando no ritmo da música. Na verdade, sequer estamos dançando.

Beauchamp me mantém próxima a ele. Sinto seu nariz percorrer a pele do meu ombro exposto até o meu pescoço. Meu corpo se arrepia completamente e instintivamente tombo a cabeça para o lado, para dar mais espaço a ele.

— Seu cheiro é delicioso. Puta que pariu... — Ele confessa. Sua voz mudou totalmente. Ele não fala mais em tom de flerte e provocação. O timbre grave de sua voz denuncia que eu não sou a única afetada aqui.

Minhas mãos estão firmes nas costas dele, minhas unhas passando por cima do tecido branco. Eu queria que ele estivesse sem nada. Assim eu poderia marcar sua pele.

— Achei que nós iríamos dançar. — Ele me lembra de forma provocativa, mas eu quase não consigo me virar por causa de seu aperto na minha cintura.

Minhas costas ficam coladas no peito dele e minha bunda em sua virilha. Penso que talvez eu possa deixar Josh nervoso e fazê-lo me afastar, mas não. Ele segura minha cintura mais firme contra si e me incentiva a me mover no ritmo do reggaeton que está estourando no ambiente.

— Nós estamos no meio de um monte de gente. — O aviso, virando minha cabeça para o lado, fazendo com que o rosto dele fique perto do meu.

— E daí?