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Isa:

O dia seguinte chegou rápido, e, apesar de ter sido uma noite longa, cheia de emoções, a rotina logo tomou conta. A casa ainda estava cheia de lembranças da festa, com algumas decorações espalhadas e o resto dos petiscos guardados. A sensação era de que aquele momento de revelação tinha sido um marco, mas a vida, como sempre, não parava por aí.

Isa: (dentro do meu quarto, organizando as coisas) Ugh, ainda tô cansada. Mas a responsabilidade não vai embora com a ressaca, né?

Terro tinha ficado o resto da noite com os amigos dele, e eu sabia que, apesar da festa, ele não era do tipo que curtia muito o barulho depois de tanta agitação. Ele adorava ficar na dele, e, na manhã seguinte, não demorou muito até ele dar sinais de que tava com aquela cara de quem tava pensando mil coisas ao mesmo tempo.

Quando desci para a cozinha, me deparando com o cheiro de café fresco, encontrei a avó na mesa, já tomando o dela.

Isa: (bocejando) Bom dia, vó.

Vó: (olha pra mim, sorrindo) Bom dia, minha filha. Como foi o chá ontem? Aparentemente você e o Terro se divertiram bastante, hein?

Isa: (sorrindo, mas com um ar cansado) Foi legal, vó. Todo mundo curtiu. Até o Terro ficou todo bobo, você não acredita.

Vó: (rindo) Ah, esses meninos… Vão se acabar de tanto cuidar do bebê, mas quem vai mandar em tudo vai ser você, Isadora. Fica atenta, porque depois que o menino nascer, ele vai ficar mais manso, pode apostar.

Isa: (rindo, mas com um tom de seriedade) Pode crer. Eu sei que vou ter que segurar a barra, mas a gente vai dar conta. E, no fim das contas, ele vai ser o pai que o meu filho vai precisar.

A avó me deu aquele sorriso sábio que só ela tinha, e enquanto tomava meu café, já pensando nos próximos passos, o celular vibrou em cima da mesa. Era uma mensagem do Terro.

Terro: "Acorda, Isadora. Te espero na minha casa. Precisamos falar sobre umas paradas."

Eu li a mensagem e fiquei por um segundo pensando no que ele queria dizer. Com o jeito dele, talvez fosse algo sério, mas eu não tinha certeza. Fui lá pegar a bolsa e me preparei pra sair, não sabia o que esperar, mas sabia que algo importante tava por vir.

Isa: (falando pra avó enquanto se prepara) Vou dar uma passada lá na casa do Terro. Ele quer conversar.

Vó: (com um olhar atento) Fica esperta, viu? Qualquer coisa, me liga.

Isa: Pode deixar, vó.

Sai de casa, e enquanto descia pelas vielas em direção à casa do Terro, o peso da conversa que estava prestes a acontecer parecia crescer. Não era algo que ele costuma pedir de manhã, o que me fez sentir uma pontada de curiosidade e até uma certa apreensão.

Cheguei lá e, ao bater na porta, ele me recebeu com um sorriso, mas eu percebi que ele estava com aquele ar de quem tem algo importante pra dizer.

Isa: (entrando na casa e olhando pra ele) O que foi, Lucas? Tá com cara de quem teve uma noite complicada.

Terro: (com a expressão séria) Complicada não, Isa. Tava pensando no futuro. Agora que a revelação rolou, a coisa ficou mais real. A gente vai precisar planejar muita coisa. Preciso saber se tá tudo certo entre a gente pra quando o moleque nascer.

Isa: (respirando fundo, mas firme) Claro que tá tudo certo. Não é fácil, eu sei, mas é o que a gente tem que fazer. Vamos fazer do jeito que der, sem pressa, sem tentar controlar tudo. A gente vai dar o nosso melhor.

Ele me olhou por um instante, e eu vi que ele estava buscando uma confirmação, uma certeza de que essa jornada não ia ser só mais um peso nas costas dele. Era importante pra ele que eu tivesse essa convicção.

Terro: (pensativo) Eu sei, Isa. Mas eu não quero deixar nada pra última hora, sabe? Quero garantir que quando o menino nascer, a gente tenha tudo no lugar. E eu... (pausa) eu quero estar mais presente. Mais do que nunca.

Isa: (com um sorriso calmo, tocando o braço dele) Eu sei que você vai estar, Lucas. E a gente vai fazer isso juntos, não importa o que aconteça. Não é uma corrida, é só uma nova fase.

Terro: (com um sorriso sincero) É... você tem razão. A gente vai fazer junto.

E, com essas palavras, a tensão que estava no ar se dissipou. Sabíamos que esse era só o começo de muitas decisões e mudanças pela frente, mas a confiança, o respeito e a certeza de que estaríamos lado a lado davam aquele alívio de que, apesar das dificuldades, a gente tinha tudo para seguir em frente.

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⏰ Última atualização: Oct 19 ⏰

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