PERDIÇÃO - 𝒸ℴ𝓂𝓅𝓁ℯ𝓍ℴ 𝒟ℴ 𝒜𝓁ℯ𝓂𝒶ℴ ꨄ︎

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Isa:

A festa foi se estendendo pela noite, e a energia na sala estava incrível. O Terro, que estava ainda mais descontraído, agora se jogava nas piadas com os amigos, completamente envolvido na ideia de ser pai. A alegria de todo mundo contagiava até os cantos mais afastados da casa, e eu só observava com um sorriso no rosto. Como é que, de uma briga e uma tensão tão grandes, a gente chegava nesse momento tão leve? Isso só me fazia perceber o quanto a vida tinha uma maneira engraçada de nos surpreender.

Gabi: (pulando ao meu lado) Você viu como o Terro ficou feliz? Agora ele vai ser aquele pai babão, certeza!

Isa: (rindo) Não me diga! Ele vai estar em todo o rolê, fazendo a maior cena, cuidando de cada passo do moleque. Vai ser hilário.

O pessoal tava se acabando na diversão, mas de repente, Terro me puxou do meio da galera. Eu sabia que ele tinha alguma coisa pra me dizer, o rosto dele estava mais sério, mas ainda com aquele sorriso de quem tava realizando um sonho.

Terro: (sério, mas com uma pontada de emoção) Isa, vou falar uma parada pra você. Tá vendo todo mundo aqui? Eles tão felizes e tal, mas, por mais que seja zoeira, eu tô aqui com a maior responsabilidade do mundo. E não é só com o moleque não, é contigo também. Pode contar comigo, o que for, sempre.

Isa: (com os olhos brilhando, um pouco emocionada) Eu sei, Lucas, sei que pode contar comigo também. A gente vai dar o melhor que a gente pode. Mesmo quando a gente briga, mesmo quando a gente discorda, no fundo, você sempre vai ser meu parceiro. A gente vai construir isso juntos.

Ele ficou me olhando por um tempo, como se quisesse dizer mais alguma coisa, mas, no fundo, já havia dito o suficiente. O que ele falou parecia simples, mas era o tipo de gesto que significava mais do que mil palavras. No final das contas, não importava o que a gente tivesse que enfrentar. O futuro, agora, não parecia tão assustador.

Terro: (brincando de novo, com um sorriso maroto) E você, né, dona Isadora, vai ter que me aturar nessa jornada, vai ser uma aventura e tanto.

Isa: (rindo) Vai ser a maior aventura da nossa vida, Lucas. Com certeza.

E com essa troca, que parecia simples, mas que era carregada de significado, a noite seguiu. A gente passou mais tempo com os amigos, brindando, jogando conversa fora, mas eu sabia que aquele dia ficaria marcado como o dia em que tudo realmente começou a mudar. A revelação do sexo do bebê foi só o começo, mas a mudança no nosso relacionamento, no jeito como a gente via a vida e as responsabilidades, era o que mais importava.

A festa foi até tarde, e, ao final, quando os amigos começaram a ir embora, eu fiquei em pé na porta, observando o Terro, que estava lá fora, encarando as estrelas. Ele parecia pensativo, mas quando me viu, sorriu.

Isa: (chegando perto) E aí, o que você tá pensando?

Terro: (olhando pra mim com um sorriso leve) Só pensando no futuro. Vai ser do caralho, né?

Isa: Vai sim, Lucas. Vai ser do caralho.