- Isso faz de mim uma assassina?

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Abigail***

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Abigail***

Acordei no meio da noite, sentindo o braço de Alcina repousado sobre minha barriga. Fitei o teto, esfregando os olhos, enquanto sentia a urgência de ir ao banheiro. Com cuidado, retirei o braço dela e o coloquei suavemente sobre o colchão. Ela murmurou algo incompreensível e virou a cabeça para o outro lado, o que me permitiu respirar aliviada.

Levantei-me e segui em direção ao banheiro. Ao me sentar na privada, os pensamentos do que aconteceu à horas atrás invadiram minha mente com força avassaladora.

"Pelo amor, Abigail! Estavas prestes a te entregar a Alcina..." Refleti enquanto terminava minhas necessidades.
A esta hora eu encarava meu reflexo no espelho do banheiro.

A lembrança da sensação de ter Alcina sobre mim era inebriante. O modo como seus dedos puxaram meus cabelos, o sutil som que escapava de suas narinas enquanto sorria contra meus lábios... Já estava completamente molhada naquele momento, e a maldita me deixou assim, sem nada mais! Por que teria ela recuado? Será que viu algo em mim que a desagradou?

Afastei aqueles pensamentos tolos e voltei ao quarto. Assim que me deitei, virei de costas para ela, tentando encontrar o conforto do sono. No entanto, logo senti o braço de Alcina envolvendo minha cintura, puxando-me para perto. Seu corpo esbelto e poderoso pressionava-se contra o meu, e os seus seios volumosos, com os bicos firmes, tocavam minhas costas, causando-me um inesperado tremor que se espalhou por todo o meu ser, alcançando até o meu sexo.

Que estranho sentimento era esse que agora me consumia? O pulsar entre minhas pernas era quase incontrolável, e, com grande esforço, forcei-me a fechar os olhos e adormecer novamente. Contudo, as chamas de desejo ainda ardiam em mim, provocadas pela proximidade daquela mulher tão enigmática e dominante.

Quando acordei na manhã seguinte, os primeiros raios de sol penetravam as frestas das cortinas, lançando um brilho dourado sobre o quarto. Alcina ainda dormia serenamente ao meu lado, sua respiração calma contrastando com o turbilhão de emoções que eu sentia. De repente, sua mão deslizou, inconscientemente, por minha pele, e eu senti um novo tremor percorrer meu corpo. Havia algo nela que despertava em mim sensações que eu ainda não compreendia por completo.

Ela abriu os olhos lentamente e, sem dizer palavra, apenas sorriu. Aquele sorriso... era como se ela soubesse o efeito que causava em mim, como se dominasse o campo em que se movia, sempre à frente, sempre no controle.

Sem dizer uma palavra, Alcina inclinou-se sobre mim e selou um beijo suave em meus lábios, permitindo-me sentir o gosto ferroso de seus lábios. Senti meu rosto corar, e sorri timidamente em sua direção.

- Bom dia, draga mea - ela murmurou, sua voz baixa e aveludada.

- Bom dia, Alcina - respondi, ainda sentindo o resquício daquele toque nos meus lábios.

- Terei de ir agora. Vou pedir que Fernanda traga suas roupas. Em breve, pretendo encher este armário com vestes dignas pra você, petile.

Seu tom possuía uma doçura que contrastava com a imponência de sua presença. Meu coração acelerava ao ouvir suas promessas e ver o cuidado que ela tinha comigo. Era como se, aos poucos, eu estivesse sendo envolvida pela teia de fascínio que Alcina tecia ao meu redor.

The Devil in Silk || Lady DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora