- Seria um sonho ou pesadelo?

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Meus olhos se fixaram nela, e por um momento, as batidas do meu coração pareciam ecoar pelo quarto. O brilho suave das velas iluminava seus traços refinados, e o tom desafiador de sua voz ainda reverberava em meus ouvidos. Fugir para o meu quarto parecia uma ideia reconfortante, mas parte de mim sabia que não teria coragem de recusar o convite. Algo nela... me atraía e me dominava.

Respirei fundo, reunindo toda a coragem que restava dentro de mim, e dei um pequeno passo à frente.

- Eu... eu vou ficar.

Lady Dimitrescu arqueou uma sobrancelha, um sorriso lento surgindo em seus lábios, como se já soubesse a minha resposta. Sem dizer nada, ela estendeu a mão para mim. Suas longas unhas, delicadas mas afiadas, refletiam a luz das velas. Eu hesitei, mas, sabendo que minha escolha já estava feita, segurei sua mão.

Ela me conduziu com elegância até a cama, seus passos firmes, e por um instante, o medo foi substituído pela curiosidade. Quando chegamos à beira do leito, senti o ar frio que emanava de seu corpo, uma aura de poder e mistério que a envolvia. Ela se sentou na borda da cama, ainda segurando minha mão, e me puxou suavemente para mais perto.

- Não há necessidade de vergonha aqui, draga mea - murmurou, seus olhos escuros fixos nos meus.

Eu estava prestes a me afastar, um instinto de recuo começando a surgir, mas antes que pudesse reagir, seus braços fortes me envolveram. Fui puxada para ela, e meu rosto se aninhou contra seus seios firmes e volumosos. Seu toque era frio, mas paradoxalmente, trazia um calor peculiar, um conforto que eu não entendia. O aroma que a cercava era intrigante, uma mistura de algo floral e metálico, que só intensificava o mistério que ela exalava.

Minha vergonha rapidamente se transformou em uma vulnerabilidade exposta, e antes que pudesse protestar, seus dedos longos e frios deslizaram suavemente pelo meu rosto, forçando-me a erguer o olhar.

- Gosto que fique perto de mim - ela disse, com um tom que deixava claro que a minha resistência era inútil. - A sensação da sua pele quente é... maravilhosa.

Minhas palavras estavam presas na garganta, e todo o ar parecia ter abandonado o quarto. Sentir sua pele próxima, ouvir o ritmo calmo e controlado de sua respiração, me trazia uma sensação estranha de proteção, misturada com uma tensão quase insuportável. Seus olhos continuavam a observar cada pequena reação minha, saboreando o jogo de poder que se desenrolava entre nós.

- Você é muito bonita, Lady Dimitrescu... nem parece real -  sussurrei, envergonhada por minha própria ousadia, antes de esconder meu rosto novamente em seus seios.

Ela soltou uma leve risada, um som baixo e sensual, e seus dedos deslizaram pelo meu cabelo, forçando-me a levantar a cabeça mais uma vez.

- Ah, draga mea, não tenha vergonha de mim - murmurou ela, seus lábios se curvando em um sorriso complacente. - Essa foi a coisa mais bonita que alguém já me disse. E não precisa de toda essa formalidade. Para você, bichinho, eu me chamo Alcina.

- Alcina... Alcina Dimitrescu - repeti suavemente, saboreando o som de seu nome.

- Isso mesmo. Agora descanse, petile - ordenou ela enquanto seus dedos começavam a acariciar meus cabelos, o toque frio contrastando com o calor que crescia em meu estômago.

Cada movimento dela me deixava com uma sensação de frio na barriga, e eu sabia que o perigo era real, mas algo dentro de mim ansiava por ficar. Mesmo assim, ela fez questão de reforçar a realidade do que estava acontecendo.

The Devil in Silk || Lady DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora