- Segredos à mesa

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Acordei pela primeira vez sem ter Alcina ao meu lado

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Acordei pela primeira vez sem ter Alcina ao meu lado. Aquilo me fez automaticamente mergulhar em minhas paranoias. Justo após o que sucedeu entre nós, entreguei-me a ela de corpo e alma; desejei que fosse completa, que sua essência penetrasse não apenas o meu exterior, mas também meu interior, alcançando meu ápice. "Onde ela estava?" Essa era uma pergunta à qual eu sabia que não obteria respostas.

A imagem de seu corpo despido, adornado por um esplendor que desafiava a própria natureza, ficou gravada em minha mente, superando a capacidade dos meus olhos e fazendo-me recordar de instante a instante... A suave curva de sua silhueta, os sussurros de sua pele sob meus dedos, cada toque se transformava numa memória pulsante, uma chama que arde sem se apagar. Eu nunca, nunca havia imaginado ter relações com uma mulher, mas a sensação incrível de ter aqueles enormes seios em minha boca, quase ao meio de um naufrágio, mergulhando nas profundezas de sua pele pálida. A forma na qual meu corpo reagia à cada vez que eu ouvia o gemido de Alcina, me fez ter a certeza de que meu corpo já não é posse minha, e sim dela...

Estendi os braços na tentativa de me livrar da preguiça, e foi então que me dei conta de que ainda estava despida. Estava tão entregue a Lady que nem percebi que, durante todo aquele momento de aconchego na cama, nos encontrávamos sem roupas.

Enrolei-me no lençol e procurei algo para me vestir. Com a traseira inclinada em direção à grande porta, buscava ansiosamente uma peça que pudesse cobrir minha nudez. Mas, como já havia se tornado rotina, levar um sustos naquele lugar. Uma voz familiar ressoou no ambiente.

- Você fica linda nessa posição, draga mea.

Olhei para trás, assustada. "Como essa porcaria dessa porta não fez o menor barulho ao se abrir?" pensei, nervosa. O susto foi tamanho que esqueci momentaneamente que segurava o lençol ao meu corpo, e o deixei escorregar, caindo ao chão.

- Não faça isso, draga mea... - continuou Alcina, com um tom provocador. - Não poderei me conter se você continuar com essas atitudes.

Aquelas palavras, trouxeram-me um misto de constrangimento e excitação. O calor subiu à minha face enquanto eu tentava recuperar a compostura. Alcina, com seu olhar penetrante e aquele sorriso travesso, parecia ter uma aura que me envolvia, ofuscando todas as inseguranças que me assaltavam.

Sabe aquele momento em que você age por impulso e, assim que termina de proferir a última palavra, percebe a enorme besteira que cometeu? Pois bem...

- Então não se contenha, oras! - exigi, deixando escapar um deboche juvenil.

Imediatamente, percebi o impacto das minhas palavras, como se uma onda de ar frio invadisse o ambiente. O sorriso que se formou nos lábios de Alcina se transformou em uma expressão que mesclava surpresa e um deleite travesso. Eu havia invocado a tempestade ao desafiar a calma do seu desejo.

Ela deu um passo à frente, a intensidade do seu olhar se aprofundando. - Oh, draga mea, quer mesmo saber?

Apenas assenti com a cabeça. Alcina se aproximou ainda mais, pressionando meu corpo a pequena mesinha atrás de mim, ela levantou meu rosto em sua direção, com a pontinha do dedo.

The Devil in Silk || Lady DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora