QUAL É SEU FILME DE TERROR FAVORITO?

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Iberê se acomodou no sofá do seu pequeno apartamento, envolto em um cobertor quentinho. Era sábado à noite, e ele decidiu que a melhor companhia seria um filme da franquia “Pânico”. Com uma pipoca quentinha ao seu lado e uma lata de refrigerante, sentiu-se pronto para mergulhar naquele mundo de suspense e risadas.

Enquanto o filme começava, não pôde deixar de pensar na obsessão do amigo por aquela mulher perfeita. "Sério? Viola?" murmurou para si mesmo, dando uma risadinha ao lembrar das vezes em que Mavi falava dela com tanto entusiasmo. Para Iberê, era quase cômico.

O primeiro assassinato do filme ocorreu, e ele soltou uma risada alta. "Ah, claro! A clássica 'não olhe por trás da porta'! Como se isso fosse acabar bem!" Começou a debochar da situação, imitando a voz do amigo. "Ela nunca faria algo tão estúpido! É perfeita!" Revirou os olhos, imaginando como Mavi se comportaria se estivesse ali.

Com cada cena de tensão crescente, as piadas continuavam. "Olha lá! O típico personagem que vai investigar barulhos estranhos no escuro. É como se tivesse um ‘sou idiota’ estampado na testa!" Ria sozinho, sentindo-se aliviado por poder expressar suas opiniões sem medo de incomodar alguém.

Quando o filme chegou à parte em que os personagens discutem sobre quem pode ser o assassino, Iberê não perdeu a oportunidade. "Aposto que é alguém com um nome bem comum! Tipo ‘Viola’. Olha só como ela deve ser obcecada por esse tipo de coisa!" Ele fez uma careta exagerada, imitando uma versão caricata da mulher.

No fundo, sabia que estava sendo injusto. Ela era apenas uma pessoa tentando viver sua vida. Mas a ideia do amigo ser tão apaixonado por ela o fazia sentir uma mistura de ciúmes e diversão. "É como se eu estivesse competindo com um personagem de filme B," pensou, rindo da própria situação.

À medida que o filme avançava, começou a criar suas próprias teorias sobre quem seria o assassino — tudo isso enquanto continuava a debochar das escolhas dos personagens. "Se você não consegue ver que essa pessoa é suspeita desde o início… bem-vinda ao clube dos desavisados!"

Ao final do filme, estava rindo tanto que quase derrubou a pipoca no sofá. Precisava parar de pensar na obsessão do amigo daquela maneira; afinal, eles eram amigos e ele deveria respeitar seus sentimentos. Mas era difícil não sentir um certo prazer em imaginar Mavi se envolvendo em discussões sobre os filmes e defendendo Viola como se fosse uma heroína.

Com um suspiro resignado, decidiu mudar de canal. Enquanto navegava pelas opções disponíveis na TV, pensou na possibilidade de convidar o amigo para assistir aos filmes juntos na próxima vez. “Talvez assim eu consiga debochar dela ao vivo,” sorriu para si mesmo.

Mas por enquanto, estava feliz ali — sozinho no sofá, rindo dos clichês dos filmes de terror e tentando esquecer um pouco da confusão emocional que envolvia seus sentimentos pelo amigo e a presença constante daquela mulher em sua vida. A noite ainda era jovem, e havia muitas outras oportunidades para rir e relaxar antes que a realidade voltasse à sua porta na segunda-feira.

CASO SÉRIO (Spin-Off: Mania De Você)Onde histórias criam vida. Descubra agora