Dinastia Luthor-Danvers

Primeiros dias Parte 2

Enquanto Lizzie voltava para NY, Lexie prendia a gravata para seu primeiro dia no colégio como sophomore (segundo de quatro anos do ensino médio americano).
Correu até a limusine da família, com Apollo reclamando que ela estava demorando.

-Ah cala a boca!- mandou Lexie.
-Você não pode dizer isso!- reclamou Pollo.

A garota revirou os olhos sem dizer muito.

Quando chegou a sala de literatura, Alexa não estava na sala de aula, o que era comum para o primeiro horário. No entanto, ela nunca faltava especificamente a essa aula. Lexie se sentou em uma carteira na terceira fila, esperando não ser notada pelo professor, que claramente não gostava dela. Ao contrário de sua mãe Kara, que adorava linguagens e artes, Lexie tinha uma queda por ciências naturais e exatas, e geralmente fazia trabalhos em conjunto com Alexa. Alexa a ajudava nas matérias de linguagens, enquanto Lexie a carregava nas matérias que dominava.

Ela se encolheu sobre sua cópia não lida de "A Letra Escarlate" quando o coordenador entrou na sala, chamando a atenção dos alunos. Ao lado dele, havia um menino novo, com cabelos loiros e olhos cor de mel, desajeitadamente alto e magro. Seu uniforme parecia usado, mas seu rosto era desconhecido na escola.

— Esse é Jackson Dexter — apresentou o coordenador. — Ele acabou de entrar na nossa escola e quero que o recepcionem bem.

O professor logo apareceu atrás deles, pronto para falar.

— Gostaria de se apresentar, senhor Dexter? — perguntou o professor.

— Ah... oi. Eu sou o Jack, sou novato e... sei lá... curto assistir filmes? — respondeu Jackson, visivelmente acanhado.

O coordenador sorriu, encorajando-o.

— Muito prazer, Jack. — disse o professor. — Agora, pode tomar um assento.

Lexie percebeu o olhar do professor se fixar nela, e ele apontou para a cadeira atrás dela, que deveria ser de Alexa.

— Ali, sente-se ao lado da senhorita Luthor.

Jackson pareceu surpreso ao ouvir o sobrenome dela, mas se dirigiu para a cadeira, transferindo a mochila das costas para as mãos.

A aula prosseguiu sem que Lexie e Jackson trocassem palavras. Apenas observaram o professor dissertar sobre a genialidade de "A Letra Escarlate" e o romance trágico entre a protagonista e o padre.

— A única parte boa é quando esse cara morre — comentou Jackson em um tom debochado.

Lexie se virou para ele e sussurrou:

— Você leu?

Ele deu de ombros.

— Achei a premissa interessante, mas o livro todo é bem chato. Um monte de gente velha reclamando porque uma mulher ficou com um pastor achando que o marido tinha morrido. Quase 400 páginas disso.

Ela sorriu, cansada.

— Pelo menos você se deu ao trabalho.

Ele se inclinou para frente, falando mais baixo.

— O filme é uma merda também. A única coisa que se salva é ver o Gary Oldman jovem nadando sem roupa.

Um sorriso atravessou seus lábios, e seus olhos buscaram os dela, esperando uma reação.

— Acho que já posso colocar algo no meu relatório — respondeu Lexie.

Ele se inclinou para trás, apoiando as costas no encosto.

— É, pode.

Ao final da aula, receberam um trabalho para entregar: fazer um vídeo interpretando uma cena de um livro. Jackson a cutucou.