MEU PADRASTO

MP-17

                                   Voltei!!

Não esqueçam o Votinho ⭐, ele e muito importante !!

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"Coração de ferro, forjado na dor, é um testemunho de resiliência e força inabalável."

Observo as dançarinas se exibirem sobre o palco enquanto tomo minha terceira garrafa de whisky. Cada movimento delas é hipnotizante, mas minha mente está atolada nas palavras de Jimin, martelando incessantemente em minha cabeça. Não sei o que pensar, nem mesmo como agir. O som da música é envolvente, mas parece distante, como se estivesse em outro mundo.

O líquido quente desce pelo meu gargalo, uma tentativa desesperada de anestesiar a inquietação que cresce a cada gole. Sinto a ardência do álcool aquecer, mas também percebo que ela não consegue dissipar a tensão que me consume. Cada gole me afunda mais em um espiral de confusão e desamparo.

As bailarinas  se movem com graça e sensualidade, e eu me pergunto se sou capaz de dançar entre as expectativas que me foram impostas e os sentimentos que se acumulam dentro de mim. O peso do meu coração de ferro me impede de me libertar, como se estivesse preso em uma armadura que não consigo remover.

Amor, maldito e pesado amor.

Jamais poderia competir com Jisun, mesmo sabendo que aquela ordinária não vale um centavo de todo o seu dinheiro sujo. Ela sempre será a mãe dele, uma posição que lhe confere um poder que não posso desafiar. A verdade pesa como uma âncora, uma carga que gostaria de soltar, mas contar tudo seria uma armadilha a mim mesmo. No fundo, sei que sairia como o vilão, independentemente do que eu dissesse.

Me perco em pensamentos, observando tudo ao longe. A insegurança se instala, e a raiva se mistura à frustração. É uma batalha interna, um duelo entre o que desejo e o que é mais seguro. Às vezes, a verdade é um peso insuportável, e talvez o silêncio seja a única defesa que me resta.

De todo jeito, ele me odiaria afinal.

Passo as mãos por meus cabelos, respirando profundamente para tentar acalmar a tempestade que se formou em tão pouco tempo.

Talvez tenha razão; se não tivesse entrado naquele maldito quarto, nada teria mudado. Continuaria sendo apenas Jeon Jungkook, e daria orgulho à única família que me resta.

Eu poderia ter mantido distância, preservado minhas fiéis intenções. Mas naquele dia, naquele momento, algo dentro do Jeon se quebrou. O desejo de descobrir mais, de me permitir sentir, ofuscou a razão. Agora, a escolha que fiz ecoa em minha mente como um maldito alerta.

O peso é esmagador, e me pergunto se valeu a pena. O que eu ganhei, afinal?

Meus dedos deslizam pelos fios, e eu me pergunto se, em vez de buscar o que há além das portas fechadas, deveria ter ficado na segurança do que conheço. A lealdade à minha família deveria ser meu norte, mas agora, com tudo isso, o caminho se tornou turvo e incerto.

— Boa noite! Precisa de companhia? - sou interrompido gentilmente — Me chamo Dora! Vi de longe que está pensativo, gostaria de algo?

Olho para ela surpreso pela interrupção, mas ao mesmo tempo grato por essa oferta inesperada. Dora parece radiante, com um brilho nos olhos, que incrivelmente não me deixou irritado por sua ousadia recente.

— Sim, me sirva com o álcool mais forte da casa — jogo a garrafa vazia sobre a mesa, o vidro fazendo um barulho surdo ao impactar a superfície. — Essa droga de whisky não está fazendo efeito.