𝖢𝖺𝗉𝗂́𝗍𝗎𝗅𝗈 𝟩- "A Pequena Alquimista"

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Os corredores de Hogwarts ecoavam com a suave risada da pequena Cecília Snape, que corria pelos halls, os olhos brilhando de curiosidade. Mesmo com apenas cinco anos, a garotinha já demonstrava uma inteligência incomum, algo que Severus sempre notara e se preocupava.

Após a morte de Amber, Severus lutava para equilibrar seu papel de pai e professor. Muitas vezes, a sua sala de poções se tornava um refúgio para ele e Cecy. Assim que as aulas terminavam, ele a chamava para passar um tempo com ele no laboratório, onde ela poderia explorar e aprender.

"Hoje, vamos fazer algo especial, Cecy," Severus disse, enquanto organizava os ingredientes para uma nova poção. Ele olhou para ela com um semblante sério, mas havia um brilho nos olhos que revelava seu afeto. "O que você gostaria de aprender?"

Cecy, sentada em uma pequena cadeira que quase a engolia, olhou para ele com um sorriso travesso. "Quero fazer uma poção que faça as flores cantarem, papai!"

Severus riu, um som raro e bonito que fez Cecy brilhar. "Flores cantando? Isso é um pouco ambicioso, não acha? Vamos começar com algo mais simples."

"Por favor, por favor!" ela implorou, batendo os pezinhos no chão. "Eu prometo que vou ajudar!"

Severus suspirou, sabendo que ceder era quase uma impossibilidade quando se tratava da determinação da filha. "Muito bem, então. Vamos tentar algo do seu jeito, mas você vai me ajudar em cada passo."

Enquanto trabalhavam juntos, Severus percebeu que, apesar de sua dor, a presença de Cecy preenchia um vazio em seu coração. Ela o fazia lembrar de Amber, mas também trazia um novo tipo de alegria. Cecy se concentrou nos ingredientes, sua pequena mão tentando seguir as instruções do pai enquanto ele supervisionava cada movimento dela.

"Você precisa adicionar uma pitada de pó de mandrágora agora," Severus disse, mostrando como fazer. "Mas não exagere, ou a poção vai fazer barulho em vez de cantar."

Cecy riu e se esforçou para medir a quantidade certa, derramando um pouco em excesso, mas Severus não se importou. "Um pequeno erro é apenas uma parte do aprendizado, minha pequena."

O ambiente estava envolto em risos e falas suaves, e a dor da perda parecia mais leve naquele momento. Com cada gota da poção, Cecy sentia que estava criando algo mágico, algo que a unia a seu pai de uma forma especial.

Após várias tentativas e muitos risos, eles finalmente terminaram a poção. Com um gesto dramático, Severus despejou o líquido em um pequeno frasco e, enquanto ele murmurava o encantamento, as flores na mesa começaram a vibrar e, surpreendentemente, a emitir uma melodia suave.

"Você conseguiu!" Severus exclamou, surpreso e impressionado. "Acho que temos uma verdadeira alquimista em casa."

Cecy pulou de alegria, seus olhos brilhando como estrelas. "Eu sabia que conseguiríamos, papai!"

Ele se agachou para estar em sua altura, seu olhar sério, mas com um toque de ternura. "Lembre-se, Cecy, a magia não é apenas o que fazemos com poções e feitiços. A verdadeira magia está nas conexões que criamos."

Cecy assentiu, embora não entendesse completamente, mas o sentimento no ar era claro. O amor que compartilhavam era, de fato, a maior magia de todas.

Quando o dia chegava ao fim e o céu começava a escurecer, Severus preparou-se para levar Cecy de volta à casa dos tios. Ele sabia que ela ainda era muito jovem para ficar em Hogwarts por muito tempo, mas aqueles momentos juntos eram sagrados.

Enquanto caminhavam pelos corredores, Cecy segurava a mão do pai, sentindo-se segura e amada. "Eu te amo, papai," ela disse com sinceridade, olhando para ele com olhos esperançosos.

"Eu também te amo, Cecília," Severus respondeu, o coração apertado, mas cheio de esperança para o futuro.

Naquele momento, tudo parecia possível.

A  Princesinha Da Sonserina (O Diário de Cecilia Snape)Onde histórias criam vida. Descubra agora