𝖢𝖺𝗉𝗂́𝗍𝗎𝗅𝗈 𝟣𝟦- "A poção do orgulho"

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O sol começava a nascer em Hogwarts, iluminando o castelo em um belo dia de inverno. Cecy acordou mais cedo do que de costume e, ao sair do dormitório, encontrou seu pai, que estava prestes a sair também. Ela o observava com seu pequeno dinossauro de pelúcia, um presente dele.

— Bom dia, Cecília. Espero que não se atrase para a aula.
— Bom dia, papai. Não vou me atrasar.

Cecy ainda não sabia que Severus e Kathrine tinham um relacionamento. Kathrine dormia no mesmo dormitório, mas sempre acordava meia hora antes de Cecy para tomar banho e sair discretamente. Naquele dia, no entanto, Cecy acordou justamente no horário em que Kathrine estava no banho. Enquanto Cecy conversava com o pai, Kathrine, ao ouvir a voz dela, entrou em pânico.

— Meu Deus, e agora... Se a Cecy me ver aqui, pode pensar várias coisas. Vou precisar improvisar...

Como os dormitórios ficavam próximos ao jardim, Kathrine se trocou rapidamente e decidiu pular por uma pequena janela do banheiro que dava para uma árvore baixa. Após descer, ela destrancou a porta para que Cecy pudesse entrar e tomar seu banho, e já se afastou do local.

Depois de terminar a conversa com o pai, Cecy foi ao banheiro, tomou um banho rápido, se trocou e começou a se arrumar. Sentindo que aquele seria um dia especial, fez lindas tranças no cabelo, adornou-as com pequenas flores e prendeu duas presilhas da Sonserina. Arrumou a cama, pegou a mochila e desceu para o café da manhã no Salão Principal.

Ao chegar, avistou Diana na mesa da Sonserina e correu para cumprimentá-la.

— Diana! Que bom que você também acordou cedo! Achei que fosse passar um tempo sozinha.
— Oi, Cecy! Nas sextas-feiras, gosto de acordar mais cedo para treinar poções. As aulas do Snape são sempre as mais difíceis!
— Como assim?
— Ele sempre passa uma poção mais complicada e faz uma pequena avaliação... É assustador!

Cecy lançou um olhar de preocupação, mas ao mesmo tempo de confiança.

No entanto, no momento seguinte, todos foram chamados à atenção quando Dumbledore se levantou na mesa dos professores, batendo suavemente uma colher contra uma taça.

— Bom dia, queridos alunos. Antes de começarmos o café da manhã, gostaria de apresentar o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas: Professor Remus Lupin!

Cecy se levantou, aplaudindo animada junto com os outros alunos.

— Meu tio! — disse ela maravilhada.
— Tio? — perguntou Diana, confusa. — Mas seu pai não é um Snape, Cecy?
— É, mas minha mãe era Amber Lupin. Por isso o Lupin é meu tio!
— Ahhh, agora tudo faz mais sentido!

Após as apresentações, todos começaram a comer e, ao final, seguiram para suas respectivas aulas. Quando Cecy entrou na sala de Poções, viu Severus com seu típico semblante severo. Ele não demonstrou qualquer mudança ao vê-la.

— Sentem-se nos seus lugares, agora! — ordenou ele com uma voz áspera. — Hoje vamos aprender a preparar a poção Wiggenweld.

Os olhos dos alunos se arregalaram, e um murmúrio de preocupação se espalhou pela sala.

— Por que eles estão tão nervosos, Diana? — perguntou Cecy, curiosa e inocente.
— Como assim, Cecy? Você não conhece a poção Wiggenweld? É a mais difícil para os alunos do primeiro ano!
— O quê?!
— Quando eu disse que nas sextas-feiras seu pai não pega leve, eu não estava brincan...

— CECÍLIA E DIANA, CONVERSAS PARALELAS NÃO SÃO ADMITIDAS NA MINHA AULA. MENOS CINCO PONTOS PARA A SONSERINA! — interrompeu Severus, com um tom cortante.

— Sim, senhor — Cecy respondeu, baixando a cabeça, segurando as lágrimas.

Severus então começou a explicar a preparação da poção.

— Os ingredientes para a poção Wiggenweld são: Muco de Verme, Rabo de Rato, Casca de Wiggentree, Folha de Ditamno e Suco de Wigan. Coloquem primeiro o suco de Wigan e o muco de verme, depois a folha de ditamno e o rabo de rato. Por último, uma pitada de casca de Wiggentree. Nem mais, nem menos que uma pitada, ou haverá um desastre em meu laboratório!

Determinada, Cecy pensou consigo mesma: "Vou preparar essa poção com tanta precisão que ele vai ficar orgulhoso de mim."

Com cuidado, Cecy seguiu as instruções, adicionando os ingredientes na ordem correta. Quando terminou, sua poção estava perfeita, com a cor e textura exatas. Os colegas a olhavam com espanto, incrédulos com o resultado. Severus, surgindo atrás dela, comentou:

— Impressionante, Cecília. É admirável a sua habilidade com poções complexas. Parece que você se dá bem com as mais desafiadoras. — Ele franziu a testa levemente e se afastou.

— Isso foi um elogio, Diana?
— Com certeza, amiga!

Após a aula, Cecy foi até o jardim e sentou-se em um canto mais reservado. Não demorou para que seu tio Remus Lupin se aproximasse, carregando alguns livros para sua aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Cecy! Você foi incrível na aula de poções hoje. A poção mais difícil do primeiro ano e você fez com uma destreza impressionante. Parabéns!
— Obrigada, tio. Mas parece que meu pai ainda não se orgulha de mim... Isso me deixa triste.
— Cecy, seu pai se orgulha muito de você. Ele só quer ver o seu melhor, e isso o faz ser mais rígido. Entende?
— Entendo, tio.
— Olhe para mim, você é a garotinha mais extraordinária que já conheci. Um futuro brilhante a espera, Cecy!
— Eu te amo, tio Moony.
— Eu também te amo, Cecy.

Os dois compartilharam um sorriso, e Cecy se sentiu um pouco mais esperançosa. Talvez, um dia, seu pai demonstrasse o orgulho que ela tanto buscava.

A  Princesinha Da Sonserina (O Diário de Cecilia Snape)Onde histórias criam vida. Descubra agora