𝖢𝖺𝗉𝗂́𝗍𝗎𝗅𝗈 𝟣𝟤-"poções quentes e coracões frios"

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Era mais uma manhã fria de inverno. Severus Snape estava no laboratório, preparando as poções do dia para as aulas. O ambiente estava silencioso, interrompido apenas pelo som das poções borbulhando. De repente, ele ouviu uma voz pequena e confusa, que lhe parecia estranhamente familiar. Suspeitando que se tratasse de um aluno do primeiro ano perdido, ele se preparou para repreendê-lo. No entanto, ao abrir a porta, deparou-se com a estatura diminuta de uma garotinha de cabelos ondulados, castanho-escuros, e olhos castanho-esverdeados.

— Cecília? — indagou Severus, com uma dúvida evidente em sua voz. — O que você está fazendo aqui? Era para você estar na casa dos seus tios; hoje é quinta-feira!

— Eu sei, papai, mas o Dumbledore e a professora Minerva apareceram em casa hoje e... bem, eu não entendi muito bem o que aconteceu, mas eles me trouxeram para cá! — respondeu Cecy, com uma inocência que lhe era própria.

— E com que permissão? Ele não me avisou nada antes de trazê-la! — retrucou Severus, visivelmente irritado.

Antes que Cecy pudesse explicar, Dumbledore apareceu na porta e fez um sinal para que ela aguardasse do lado de fora por um momento.

— Bem, Severus, vim conversar com você sobre a minha decisão. Cecília começará a frequentar Hogwarts como aluna, mas apenas participará das aulas de Poções e de Feitiços do primeiro ano. Isso é apenas para que ela comece a se enturmar com os outros alunos.

— Mas Cecília acabou de completar sete anos na semana passada — disse Severus, com um tom de preocupação. — Será que ela não é muito jovem? Os alunos podem querer se aproveitar dela!

— Severus, você é o pai e ela estará praticamente do seu lado!

— Ela pode ficar, desde que durma em meu dormitório!

— Certo, assim será! — afirmou Dumbledore, mantendo a calma e a maturidade que lhe eram características.

Dumbledore fez um sinal para que Cecy retornasse e, em seguida, afastou-se.

— Bem, Cecília, você ficará em meu dormitório, mas saiba que será tratada como uma aluna normal. Sem regalias ou mimos; você terá que se esforçar se quiser ficar aqui!

— Ok, papai — respondeu Cecy, com um tom de felicidade.

Severus virou-se e caminhou em direção à mesa onde as poções estavam dispostas.

— Mas uma coisa: me chame de Severus ou de professor e feche a porta antes de sair.

Cecy, um pouco cabisbaixa, dirigiu-se à porta e, com um tom de deboche triste, disse:

— Sim, senhor "professor".

— Mocinha, volte aqui; não gostei do seu tom de voz — Severus disse, quase elevando a voz, visivelmente frustrado.

— Essa garota está me deixando maluco; os tios dela estão a tornando mal-educada e estúpida! — pensou Severus, enquanto Cecy deixava o laboratório, triste, e tentava encontrar o dormitório de Snape.

Ela avistou Kathrine saindo do local. Kathrine ficou surpresa com a visita inesperada.

— Cecy? O que faz aqui, pequena?

— Ah, oi, titia — Cecy tentou disfarçar a angústia. — O Dumbledore me chamou para participar de algumas aulas do primeiro ano e pediu que eu dormisse neste dormitório.

Kathrine, ainda sem saber que Severus era o pai de Cecy, respondeu:

— Mas acho que ele se enganou, fofinha. Este é o dormitório do professor Snape.

— Então, o que você estava fazendo aqui? — Cecy perguntou, com um tom seco e confuso de criança inocente.

— Bem, ele havia me pedido para buscar alguns frascos e eu vim aqui — respondeu Kathrine, gaguejando e um pouco envergonhada.

— Bem, já que você só veio procurar algo, vou entrar porque não quero desapontar o titio Dumbledore. Com licença, titia.

Cecy entrou e viu várias coisas que não pareciam pertencer a seu pai, mas, por ser tão inocente, ignorou e não achou que fossem algo demais. O dormitório era grande e tinha divisões, então Cecy colocou suas coisas em uma das divisórias que parecia desocupada e começou a organizá-las.

— Prontinho! Tomara que papai fique feliz com a minha vinda para Hogwarts. Estou tão animada por poder passar um tempo com ele! — disse Cecy, radiante.

— Cecy, querida, você já terminou? A titia precisa fechar a porta — disse Kathrine.

— Já terminei, titia! — respondeu Cecy, enquanto saía para que Kathrine pudesse fechar a porta.

— Bom, eu estou indo! O que você vai fazer agora, Cecy?

— Bem, vou explorar a escola e tentar descobrir onde ficam as coisas!

— Que ótimo, Cecy! Espero que seu passeio seja incrível!

— Obrigada, titia!

— Só não se esqueça de ir com o seu pai.

— Ah, meu pai... — Cecy murmurou, cabisbaixa.

— O que houve, pequena?

— Não sei. Desde que completei sete anos, papai tem estado muito estranho comigo. Nossas conversas não são mais felizes e engraçadas; ele está frio e me trata com desprezo. Acho que isso deve ser apenas da minha cabeça, mas estou ficando chateada com isso. Ele é a minha única família, além do tio Moony e do tio Paddyfoot. Às vezes, até prefiro ficar na casa dos meus tios por causa disso.

— Nossa, Cecy, isso deve ser horrível. Vou tentar conversar com ele, ok? Talvez ele esteja cansado e isso possa melhorar.

— Eu espero, tia. Bom, agora vou indo — Cecy abriu um sorriso, mais aliviada.

— Ok, pequena, pode ir.

Cecy saiu correndo feliz pelos corredores, cheia de curiosidade para aprender sobre a escola.

A  Princesinha Da Sonserina (O Diário de Cecilia Snape)Onde histórias criam vida. Descubra agora