𝖢𝖺𝗉𝗂́𝗍𝗎𝗅𝗈 𝟨-"Enfrentando o Luto"

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O luto de Severus Snape era uma sombra indomável, uma presença constante que se aninhava em sua alma. A morte de Amber havia deixado um vazio profundo, e cada dia era um desafio, um lembrete constante da ausência dela e do peso que agora recaía sobre seus ombros. Com a responsabilidade de criar sua filha, Cecília, ele se via preso entre a dor e a determinação de ser um pai exemplar.

Cecy, com seus pequenos pés descalços, corria pelo piso frio da casa de Sirius e Remus. Era uma manhã clara, mas a atmosfera estava carregada de uma tristeza silenciosa. Sirius e Remus a seguiam com olhares protetores, tentando transformar a melancolia em risos.

— Olha, Cecy, quem consegue pegar este boneco antes de você? — Sirius exclamou, atirando um pequeno brinquedo em direção a ela.

Cecy riu, sua risada cristalina rompendo a névoa de dor que pairava sobre a casa. Remus, com um sorriso suave, tentava imitar um cachorro, fazendo caretas e latidos engraçados. A pequena se divertia, mas no fundo de seu coração, havia uma saudade que ela ainda não compreendia completamente.

Enquanto isso, Severus estava em seu laboratório, imerso na preparação de poções. O cheiro familiar de ingredientes mágicos e a combinação de ervas o acalmavam, mas sua mente estava longe. Cada movimento automático era um lembrete da vida que havia perdido. Ele se perguntava se estava à altura da tarefa de criar Cecy sem Amber ao seu lado. A imagem dela sorrindo para a filha invadia seus pensamentos, e um aperto no peito o fazia hesitar.

— Eu farei o que for preciso, — murmurou para si mesmo, decidido a não deixar que a perda o derrotasse.

Naquela mesma manhã, Cecy encontrou um objeto que mudaria seu dia. Enquanto explorava a sala, seus olhos brilharam ao ver um livro antigo, coberto de poeira, que havia pertencido a sua mãe. Curiosa, ela o pegou e abriu suas páginas. Uma foto desbotada de Amber sorriu de volta para ela, um retrato que capturava a felicidade que ela tanto desejava.

— Mamãe? — Cecy perguntou, os olhos arregalados de surpresa e confusão.

Sirius, percebendo a necessidade de uma explicação, se aproximou, sentando-se ao lado dela.

— Sim, querida, essa é sua mamãe. Ela te amava muito, — respondeu, sua voz suave e reconfortante. Ele sabia que não era fácil para a menina lidar com a ausência da mãe.

A menininha tocou a foto delicadamente, como se tentando sentir a presença de Amber. No entanto, a saudade logo se transformou em frustração.

— Eu quero minha mamãe! — ela gritou, lágrimas nos olhos, sem entender por que ela não estava ali.

Sirius envolveu-a em um abraço apertado, tentando confortá-la, enquanto Remus se aproximava para oferecer seu apoio. O ambiente estava carregado de emoção, mas a pequena Cecy ainda não conseguia verbalizar sua dor. Ela apenas chorava, uma onda de tristeza envolvendo seu ser.

No final do dia, Severus voltou para casa após mais uma jornada na escola. O cansaço e a preocupação estavam estampados em seu rosto, mas ele sabia que precisava ser forte por Cecy. Ao entrar na sala, viu a cena: Sirius abraçando Cecy, que soluçava. O coração de Severus apertou ao perceber a fragilidade da filha.

— Cecília? — ele chamou, a voz suave, tentando atrair a atenção da menina.

Cecy olhou para cima, os olhos vermelhos de chorar. Severus se agachou, olhando diretamente em seus olhos.

— Eu sei que está difícil, querida. Mamãe... ela sempre estará conosco, em nossos corações. — Ele hesitou, buscando as palavras certas. — E eu vou estar aqui para cuidar de você, não importa o que aconteça.

O silêncio pairou por um momento, enquanto Cecy absorvia as palavras do pai. Então, em um impulso, ela se lançou em seus braços. Severus a segurou, sentindo a fragilidade dela, mas também a força que emanava de seu pequeno corpo.

Naquela noite, enquanto Cecy dormia em seu quarto, Severus olhou para o retrato de Amber ao lado da cama. A dor ainda estava lá, mas agora havia um fio de esperança se entrelaçando com a tristeza. Ele fez uma promessa silenciosa a si mesmo: cuidaria de Cecy da melhor forma possível, honrando a memória de Amber.

E assim, juntos, eles enfrentariam a perda, buscando consolo um no outro enquanto a vida seguia seu curso incerto.

— Se precisar de mim, estarei sempre aqui, — ele sussurrou, sabendo que o caminho seria longo, mas que o amor poderia guiá-los.

A  Princesinha Da Sonserina (O Diário de Cecilia Snape)Onde histórias criam vida. Descubra agora