𝖢𝖺𝗉𝗂́𝗍𝗎𝗅𝗈 𝟫-"Noites Silenciosas e Encontros Inesperados"

3 1 0
                                    

Era uma noite fria em Hogwarts, e o céu estava coberto por estrelas. Cecy, de apenas 5 anos, estava deitada no sofá do escritório de seu pai, enrolada em um cobertor que ele havia cuidadosamente colocado sobre ela. Mas o sono não vinha. A saudade de sua mãe, Amber, ainda era uma sombra presente em seu coração, e mesmo que não conseguisse colocar em palavras, o vazio era doloroso.

Severus estava concentrado em uma pilha de pergaminhos, corrigindo trabalhos dos alunos. Ele mantinha um olho em Cecy, que fingia estar dormindo. Quando percebeu que ela não conseguiria descansar, ele parou o que estava fazendo e se aproximou, sentando-se ao lado da filha no sofá.

Cecy olhou para seu pai com os olhos grandes e curiosos, segurando o ursinho que Severus havia lhe dado em uma das visitas à casa dos tios. "Papai, você acha que a mamãe está olhando pra gente lá de cima?" perguntou ela, com a vozinha doce e um toque de tristeza.

Severus hesitou por um momento, sentindo a habitual dor ao falar de Amber, mas decidiu ser sincero. "Sim, Cecy. Eu acredito que ela estaria orgulhosa de você," respondeu, tentando manter a voz firme, mesmo que um nó apertasse seu peito.

A menina sorriu levemente, buscando consolo nas palavras de seu pai. "Ela deve estar feliz que você cuida de mim... e que eu estou com você."

Severus deu um pequeno sorriso, algo raro de se ver, mas sincero. "Ela estaria, sim. Agora, que tal tentar dormir mais um pouco? Amanhã podemos passear pelos jardins, se você quiser."

Depois de algum tempo, Cecy finalmente adormeceu, mas não por muito tempo. A inquietação a acordou novamente. Percebendo que Severus havia saído para buscar alguns ingredientes no estoque, ela decidiu explorar os corredores de Hogwarts por conta própria.

Andando pelos corredores escuros, seus passos pequenos ecoavam suavemente nas paredes de pedra. Cecy sabia que não deveria estar ali, mas algo na tranquilidade da noite a atraía. Ela gostava do brilho das tochas e do som distante das armaduras se movendo. Foi então que ouviu um som atrás de si e se virou, assustada.

Lowen Smith, a aluna do sétimo ano que sempre a provocava, estava ali, vagando pelos corredores. Ela franziu a testa ao ver Cecy sozinha. "O que uma pirralha como você faz perambulando por aqui a essa hora? Não deveria estar na cama?"

Cecy tentou não demonstrar o medo que sentia e respondeu, com uma determinação que mal sabia que possuía. "Eu estava só... andando um pouco. E você, Lowen? Não deveria estar no seu dormitório?"

Lowen bufou, aproximando-se mais. "Se eu fosse você, voltava logo para o seu pai antes que ele perceba que você fugiu, garotinha. Ou vai acabar perdendo o caminho e ficando por aí, sem ninguém para te ajudar."

Antes que Cecy pudesse responder, uma voz grave ecoou pelos corredores. "Smith, acho que já é tarde o suficiente para você estar em seu dormitório. Ou devo encaminhá-la diretamente para a Professora McGonagall?"

Lowen deu um passo para trás ao ver Snape surgir das sombras, sua expressão severa. "Eu... já estava voltando, professor." Ela lançou um último olhar a Cecy antes de apressar o passo e desaparecer no corredor.

Severus se virou para Cecy, cruzando os braços. "O que você acha que estava fazendo fora da sala, Cecília? Já falamos sobre perambular pelos corredores à noite."

Cecy abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas se acumularem em seus olhos. "Desculpa, papai... eu só queria ver as estrelas. Prometo que não vou mais fazer isso."

Severus suspirou, abaixando-se para ficar na altura da filha. Ele estendeu a mão e segurou a dela. "Tudo bem, Cecy. Mas você precisa entender que é perigoso para você andar por aqui sozinha."

Cecy assentiu, e Severus a guiou de volta ao seu escritório, onde ela finalmente adormeceu em seu colo. Ele sabia que ainda tinha muito a aprender sobre ser pai, mas momentos como aquele mostravam que, mesmo com todas as dificuldades, ele não trocaria aquela responsabilidade por nada.

A  Princesinha Da Sonserina (O Diário de Cecilia Snape)Onde histórias criam vida. Descubra agora