- Estou morta?

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Abigail***

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Abigail***

- Aow, vejamos, parece que esta criaturinha realmente conquistou o seu coração, meu demônio... - anunciou Mãe Miranda ao entrar no salão, com Morgana logo atrás, a expressão tão severa quanto a de uma estátua esculpida por mãos divinas.

- Não fale assim dela, Mãe Miranda, por gentileza. Ela é a minha mulher! - Alcina proclamou, firme, ao apertar minha cintura com suas mãos colossais. Sua voz era resoluta, mas continha um tom subjacente de respeito, como se temesse desafiá-la.

- Como desejar, querida. - O tom de Mãe Miranda era afiado, carregado de um sarcasmo mal disfarçado, enquanto ela se aproximava lentamente.

Ela me analisou com olhos frios e penetrantes, como os de um predador avaliando sua presa.
- És corajosa, pequena. - Suas palavras vieram acompanhadas de um gesto lento, enquanto sua mão se apoiava em minha cabeça. Instintivamente, recuei e agarrei-me ainda mais ao corpo de minha Lady, que era meu porto seguro naquele momento de tensão.

- Vejo que fizeste uma escolha interessante. - Mãe Miranda acrescentou, sua voz carregada de intenções veladas.

Tomando coragem, ergui a voz, embora trêmula:
- O que devo fazer? Como funciona o Cadou?

Meus dedos apertavam com força o indicador de Alcina. Não a mão inteira, pois seus dedos eram como colunas, impossíveis de abarcar completamente com minhas mãos pequenas.

- Funcionará da seguinte forma, Abigail... - respondeu Mãe Miranda, ignorando o leve tremor em minha voz. Apontou para uma mesa de pedra no centro da sala. - Estás a ver aquele corpo?

Meus olhos seguiram sua mão, e vi uma figura deitada sobre a mesa, envolta em mistério. Uma mulher repousava ali, sua mão pousada sobre o ventre. O rosto, porém, estava coberto por uma manta negra, e símbolos antigos adornavam o altar onde jazia.

- Aquela é minha Cassandra - declarou, com uma frieza que me fez estremecer. - E cabe a ti trazê-la de volta.

- E como isso será possível? - perguntei, incapaz de ocultar o nervosismo em minha voz.

Mãe Miranda apontou para uma banheira de metal negro ao lado do altar.
- Primeiro, deves ser submersa naquela banheira.

Inclinei-me para observá-la melhor, e um arrepio percorreu minha espinha ao perceber o líquido avermelhado em seu interior.
- Mas que água estranha... - balbuciei, sentindo o terror aflorar.

Mãe Miranda gargalhou, seu riso ecoando nas paredes como o som de um sino sinistro.
- Tão ingênua, pequena. Isso não é água... é sangue.

- Sangue? Mas de quem? - indaguei, horrorizada.

- De almas puras - respondeu, com desdém. - Não cabe a ti saber todos os detalhes, querida. Agora, estás pronta?

O olhar aflito de Alcina encontrou o meu, e naquele momento vi algo que jamais havia presenciado: vulnerabilidade. Suas mãos, firmes como granito, estavam agora tão geladas quanto as águas da Antártida.

The Devil in Silk || Lady DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora