Pequena Andy

A última peça do quebra cabeça

GENTE eu simplesmente ODIEI esses últimos capítulos. Odiei odiado. A história ficou nada a ver👊🏾

__ Essa casa fica completamente assustadora a noite... Como você conseguia morar aqui? __ Emily seguia pelos corredores da casa agarrada ao braço de Andrea.
__Eu estava com Miranda, e não há ninguém melhor para fazer você se sentir segura do que Miranda Priestly. __ Andy estanca assustada ao ouvir uma gargalhada alta de Emily.
__ Se sentir segura? Com Miranda Priestly? A Lady Dragon? Coração de gelo? Diabo em Prada?
__ Existe outra? __ Digo e cara fechada, odeio a forma como as pessoas falam dela.
__ Okay... Você é mesmo tantan da cabeça amiga.
Entramos no escritório de La Priestly e sinto que essa vai ser a investigação mais tranquila da minha vida, tudo é muito bem organizado e catalogado, além de que Miranda gosta de guardar a maioria de seus documentos em papel, pouquíssima coisa em arquivos no computador.
__ Só tem coisas sobre a Runway aqui... __ Emily olhava os documentos salvos no computador enquanto eu olhava os papeis.
__ E aqui só tem exames pessoais dela. Você encontrou alguma coisa no nome do marido?
__ Apenas coisas da empresa... Coisas básicas também.
__ Eles usavam o mesmo escritório?
__ Como é que eu vou saber. __ Emily desliga o computador e segue em direção a porta. __ Vamos fuçar a casa.
__ Vai ser fácil Andy, está tudo organizado. __ Falo comigo mesma frustrada por não encontrar nada.
Andávamos pela casa abrindo porta por porta, entravamos, abríamos os guarda roupas e seguíamos frustradas para o próximo. Nunca vi uma casa com tantos quartos de hospede.
__ Não tem por que ter um escritório aqui em cima Emily, vamos logo para o quarto dela.
....
__ Não tem nada aqui também! __ Havíamos olhado por tudo mas ela não guarda nada de documento em seu quarto.
__ Todo mundo sempre tem uma caixa com coisas aleatórias guardada no fundo do armário, por que que ela não tem? __ Digo frustrada agora só mexendo a toa nas araras.
__ Quem danificaria um closet perfeito desses com caixas velhas Andrea?? __ Reviro os olhos e antes que eu pudesse revidar vejo uma porta atrás de uma das araras. Puxo o objeto para longe e abro a porta.
__ O que você encontrou?...
Entro no lugar e me sinto sem palavras. É um quarto de bebe, o quarto das gêmeas. Ouço Emily suspirar impressionada atrás de mim e bater a mão no interruptor ao lado da porta, o quarto todo se ilumina com uma luz baixa e aconchegante, o quartinho tem um cheirinho de bebe e tudo limpinho mostrando que Miranda entra ali com frequência.
O quarto é todo em rosa e azul bebê, diferente do que eu pensava não há nada de luxuoso e estravagante, apenas o clássico, com moveis brancos, ursinhos de pelúcia nas prateleiras e um berço grande o bastante para duas bebes dormirem juntas. Me aproximo da poltrona de amamentação podendo ver um álbum de fotos, é um álbum com fotos da Miranda gravida dês do inicio da gestação, fotos tiradas por ela mesma e algumas imagino terem sidas tiradas pelo marido, todas em ambiente casual e familiar. Sinto meus olhos se encherem d’água ao pensar no tanto que ela sofreu com essa perda.
__ Pronto? __ Emily pergunta se aproximando de mim.
__ Que?
__ Já terminou de choras? Nós temos um objetivo aqui precisamos ser rápidas, com você na cidade e o dragão cuspindo fogo novamente, não demora ela estar aqui na casa dela novamente.
__ Como consegue ser tão fria? __ Limpo minhas lagrimas colocando o álbum de volta no lugar.
__ Não sou fria, sou objetiva. Além do mais, essa mansão parece aquelas de filme de terror.
__ Não parece não. __ Seguro uma pequena pilha de papeis que ela da na minha mão.
__Quero estar longe daqui até meia noite!
Olho para os papeis e percebo ser documentos e exames referentes a maternidade, me sento no chão espalhando os papeis. Emiily revira os olhos mas se junta a mim no chão. Olhamos documento por documento, por o que nós compreendemos, não havia nada de errado na gravidez de Miranda, ela era muito jovem quando as teve então sua gravidez fora super tranquila. Nos documentos do hospital diz que a morte das bebes ocorreu devido ao cordão umbilical, enrolou em seus pescoços e atrapalhou o fluxo sanguíneo e o oxigênio chegar ao cérebro ocorrendo uma lesão cerebral, elas nasceram conscientes mas depois faleceram.
__ Foi uma boa desculpa, qualquer doença que inventassem iriam desconfiar. __ Tiro foto de todos esses documentos para imprimi-los como fiz com os outros em Cabo.
Me aproximo da cômoda que Emily pegou os documentos e sinto um nó se formar em minha garganta, ao lado da cômoda estava a porta que seria original do quarto com saída para o corredor, havia apenas tijolos ainda sem reboco barrando a entrada, do lado oposto não é possível ver nenhuma marca de que um dia teve uma porta ali, destacando que é um lugar intimo da Miranda que ninguém pode ter acesso. Respiro fundo me recompondo e caminho para fora do quarto, estava começando a me sentir mal como se estivesse adentrando no íntimo mais profundo de meu amor.
__ Sabe o que eu tava pensando Andy... __ Descíamos as escadas perdidas cada uma em sua mente. __ Miranda passa muito uma vibe de quem tem coisas do marido guardadas em caixas no sótão.
__ Aqui não tem sótão.
__ Na garagem então. __ Reviro os olhos parando em frente a ela com a mão na cintura ao terminar as escadas.
__ Guardar coisas em caixas na garagem é sinal de desorganização, Miranda detesta desorganização.
__ Nos filmes sempre guardam coisas de falecidos nessas caixas para em algum momento poderem ver e sofrer.
__ Já faz muito tempo pra ela querer ver e sofrer com alguma coisa. __ Mesmo contrariada sigo em direção a garagem.
__ Andrea ela tem um quarto inteiro de bebe!
Entramos na garagem e realmente ela estava certa, no fundo havia prateleiras com algumas coisas relacionadas aos carros e as famosas caixas... Claro que estavam catalogadas, o que facilitou muito para nós, pulamos a de objetos pessoais para pegarmos a de documentos.
__ Talvez seja melhor levarmos para casa, Miranda estava estressada, ela pode querer voltar para casa.
__ Certo. Vamos levar as caixas com coisas do trabalho também.
Pegam tudo e seguem para a casa de Emily, viram a madrugada olhando todos os documentos mas não encontram nada que deem alguma certeza a elas, apenas mais suspeitas. Na caixa de documentos havia cópia de todos os documentos hospitalares das gêmeas referente a sua morte e junto deles uma lista de todos os profissionais que passaram por elas. Os documentos funerários não nos entregavam nada, as mais importantes eram as certidão de óbito que também não nos entregava nada.
__ Por que não foi o mesmo médico do parto que assinou a certidão de óbito? __ Arregalo os olhos com essa questão que a Emily faz.
__ Finalmente alguma coisa! Finalmente! Finalmente! __ Anoto essa informação junto dos nomes dos profissionais e guardo todo o resto. Não há mais nada de útil além do notebook do marido. __ Amanhã bem cedo levaremos em um tecno para desbloquear esse computador, ele não é do papel igual a Miranda, tenho certeza que encontraremos mais informações nesse notebook do que no computador da Miranda.
__ Hacker. Amanhã nos encontraremos com um hacker! __ Apenas afirmo com a cabeça, precisaremos de um hacker. Nunca é apenas a senha para entrar no computador.
  ....
__ UM DOIS TRES QUATRO? A SENHA É UM DOIS TRES QUATRO?? __ Acordo com os gritos de Emily vindo da sala, me levanto e sigo até ela para ver o que estava acontecendo. __ Eu não posso acreditar...
A vejo sentada no sofá com o notebook de Tom no colo enquanto uma mulher da qual eu não conheço ria da sua cara, reviro os olhos para o seu exagero e volto para o meu quarto, já sentia uma pontada de dor se achegando em minha cabeça. Ultimamente ela tem estado sempre aqui, é como se meu cérebro não desse conta de tudo isso que está em minha mente nos últimos meses. Tomo um remédio para dor e confiro meu celular, esqueci ele no silencioso, já são dez da manhã e estão todas surtando comigo. A primeira que me chama a atenção é Miranda.
“Não vai embora de novo sem antes conversarmos, por favor.” – 8:15
“Posso te ligar?” – 9:00
E o que mais me surpreendeu é que ela não ligou sem eu ter aceito... A respondo dizendo que não vou embora agora e que mando mensagem pra ela quando estiver pronta. Em seguida abro as mensagens de minha mãe.
“Andy cadê você?” – 8:50
Ligação perdida de mamãe – 8:50
“Filha eu estou preocupada me da um retorno” – 8:53
Ligação perdida de mamãe – 8:53
“Eu sei que você está me ignorando, você nunca acorda tarde, apenas me diga onde está e se está bem.” – 8:55
Ligação perdida de mamãe – 8:55
Ligação perdida de mamãe – 8:57
Ligação perdida de mamãe – 8:59
Ligação perdida de mamãe – 9:01
Ligação perdida de mamãe – 9:03
Ligação perdida de mamãe – 9:06
Ligação perdida de mamãe – 9:30
Ligação perdida de mamãe – 9:34
Ligação perdida de mamãe – 9:36
Parando pra pensar tenho acordado bem fora do meu horário mesmo. Des de que me separei de Miranda tenho dormido muito e estado sempre com baixa energia, a tempos não me sinto animada como antes.
__ Andreah! __ Queria tanto que esse Andreah fosse da minha platinada... __ Como tem coragem de abandonar eu e Caroline da forma que abandonou? __ Arregalo os olhos espantada ao ver Caroline entrar no quarto atrás da irmã com olhos marejados.
__ Cassidy! Pare de perturbar a sua irmã! __ Corro abraçar a minha ruivinha chorosa.
__ Não perturbei ninguém. __ Vai em direção a minha a mesa de cabeceira para pegar o caderno que anoto as coisas da investigação folheando as paginas. __ Só isso?
__ Queria mais o que? __ Reviro os olhos pegando o caderno da mão dela e me sento com Carol na cama, vejo Emily entrar em passos lentos no quarto com o notebook na mão.
__ Talvez elas queiram um notebook com acesso as mensagens do celular do morto, registrando conversas com policias sobre um sequestro, conversas com um desconhecido ameaçador, conversas com um socio cobrando silencio e dividas E mensagens com a funerária para espedir um atestado de óbito falso sob um pagamento de, pasmem, 2 mil míseros dólares. __ Ficamos todas em silêncio encarando Emily tentando processar todas as informações.
__ É. Isso serve. __ Diz Cass pra em segui sentar no meu colo e me abraçar. Ela se faz de forte mas é impossível uma criança não se abalar por tudo isso, Impossível!
Ding Dong
A campainha toca e nenhuma de nós faz menção de levantar.
Ding Dong
__ Emy, a casa é sua. __ Só então ela se levanta para atender a porta mas antes que ela chegue ao destino ouço a porta da entrada se abrir e fechar.
__Miranda?
__Puta que pariu! __ Nós três levantamos correndo, eu com o objetivo de trancar a porta mas as garotas queriam sair, ficamos em um empurra, empurra até que eu consigo fechar a porta e passar a chave.
__ Andrea me dê a chave. __ Cassidy diz com uma calma.
__ Ela não pode ter agora.
__Andreah me dê a chave! __ Vem em minha direção tentando tirar a chave de mim a todo custo enquanto discutíamos e Carol chorava.
POV Miranda
__ Me desculpe a invasão, pensei que pudessem não ter ouvido a campainha. __ Preferi não dizer a parte que meu ciúmes imaginou razões erradas para elas não ouvirem a campainha.
__ Sem problemas Miranda. __ Ouço a vozes de Andrea e de crianças vindo dos quartos.
__ Emily o que está acontecendo? __ Tento ir em direção as vozes mas Emily entra na minha frente.
__ Saia da minha frente agora. __ Digo em tom baixo e ameaçador.
__ Ta tudo bem lá dentro Miranda, Andrea logo vem ver você.
__ Isso é um choro? __ Desvio da mulher a minha frente rapidamente chegando a porta, tento abri-la mas estava trancada. __ Andrea o que está acontecendo? Abra essa porta Emily!
__ Eu não tenho a chave, foi ela quem trancou. __ Volto a chama-la e bater na porta. Não obtenho resposta, ouço apenas sons abafados e passos do lado de dentro.
__ O que você está fazendo com a minha namora??? Resolva isso agora! __ Forço a maçaneta tentando abrir a porta mas paro ao perceber o total silencio no ambiente.
__ Agora! __ Digo subindo o tom para além do meu habitual. Andrea abre a porta e só tenho tempo de sentir duas crianças me abraçando.
__ Mamãe! __ Fico paralisada olhando das crianças para Andrea que possuía os olhos molhados e a ponta do nariz vermelha.
__ Andrea o que está acontecendo?
Antes que ela dissesse qualquer coisa o choro de uma delas aumenta, agora seu choro é alto e vem com soluços que parecem a sufocar. Não faço ideia de quem são essas crianças mas a situação faz meu peito apertar. Pego a criança que chorava no colo e pego a outra pela mão guiando até a cama onde nós nos sentamos. Seguro aquele rostinho delicado em minhas mãos e sinto meu coração disparar, um nó se formar em minha garganta e os olhos arderem, nunca vi crianças tão parecidas com as minhas, o tempo que pude as ver foi curto mas me lembro perfeitamente de seus cabelinhos ruivos e os olhos verdes intensos. Respiro fundo dispersando todos esses pensamentos da minha mente e tentando passar a maior sensação de calma possível seco suas lagrimas enquanto converso com ela em baixo tom de voz.
__ Se acalme querida, está tudo bem, já passou ta bem? __ Acariciava seus cabelos e seu rostinho. __ Aquela doida da Andreah já abriu a porta. __ Dou um leve sorriso para ela que me encara com grandes olhos expressivos e em seguida olho para sua irmã.
__ Qual o seu nome querida? __ Pego em sua mão e percebo ela gelada e levemente tremula como imagino também estar as minhas.
__ Eu sou Cassidy, ela é Carol. __ Apesar do nervosismo percebo que ela tenta falar com firmeza para mascarar seus sentimentos.
__ Onde estão seus pais? __ Caroline me abraça escondendo o rosto em meu pescoço e Cassidy aperta mais forte a minha mão olhando para Andreah. Olho também para ela que tinha expressões ansiosa agarrada ao braço de Emily.
__ Cadê os pais dessas crianças?
__ Em Cabo. __ Fala quase sussurrando. A criança ao meu lado se meche inquieta.
__ Andy por favor... __ Olho para todas me sentindo totalmente confusa mas já sentia o sentimento de raiva dando sinais, provavelmente percebendo isso Andrea finalmente toma a frente da situação já que Emily se tremia em suas pernas.
__ Meninas me de um tempo com a Miranda por favor.
__ Você vai contar?
__ Vou contar tudo. Vão lá comer alguma coisa com a Emy na cozinha. __ Emily nem mesmo espera pelas crianças, apenas sai correndo do quarto, mas as meninas a segue sem mais palavras.
__ O que você ta fazendo com essas crianças Andreah? Essas crianças foram sequestradas?
__ O que? Não fui eu quem sequestrou elas!
__ Então elas foram sequestradas??? __ Me levanto exasperada.
__ Não! Quer dizer, sim! Mas não agora.__ Cruzo os braços lançando um olhar inquisidor que faz a jovem se encolher e caminhar até a cama, me sento ao lado dela e apenas a olho em silencio esperando a resposta. __ Ta. Vou te contar uma história.
Andreah me conta tudo sobre o encontro com as gêmeas, sobre como as conheceu, quando nasceram suas suspeitas sobre o sequestro e então apresentou tudo que ela tem registrado que comprovam que elas podem sim serem minhas filhas sequestradas. Me mostra a foto dos sequestradores mas infelizmente não os reconheço, me diz sobre o meu marido saber do sequestro e eu não sei como reagir a essa informação, vejo bem por cima as mensagens e e-mails que ele trocou com policiais mas já sendo o suficiente para entender tudo o que aconteceu. Me jogo nos braços de Andreah pondo pra fora toda a dor que esteve me corroendo durante todos esses anos.
Seu abraço casa, como sempre, logo faz o papel de me acalmar, tirando todo o pânico e deixando apenas sutis lagrimas silenciosas. Ela me afasta de seu corpo e segura em rosto como fiz outrora com Caroline.
__ Miranda me escuta... Eu sei que tudo leva a crer que suas filhas não morreram, que são aquelas duas gêmeas lá na cozinha. Mas não podemos nos precipitar, não temos nenhuma prova concreta sobre as suas gemeas sequestradas serem as gêmeas que aqueles dois sequestraram.
__ Andreah. __ Assumo o meu modo La Priestly. __ A chance de uma gestação resultar em gêmeos idênticos é de aproximadamente 1,5%, a cor ruiva, representa apenas entre 1% e 2% da população mundial. A combinação de cabelos ruivos e olhos claros é ainda mais rara. Agora, pense na possibilidade de nascer duas crianças idênticas as minhas. Faça as contas. __ Me levanto com uma fúria queimando meus olhos.
__ Não sou boa em matemática... __ Resmunga me olhando de baixo com seus olhos de corça fazendo se esvair qualquer sentimento que não fosse amor de dentro de mim.
__ Vem. __ A puxo pela mão para um abraço mais calmo. __ Você me trouxe minhas filhas. __ Digo em tom baixo e emocionado.
__ Minhas filhas...