P.o.v S/n
- Filha? Tô descendo ali na pracinha. - minha mãe avisou e bateu a porta em seguida me deixando sozinha.
Era sábado e eu estava morrendo de tédio, estava literalmente largada na minha cama mexendo no meu celular, saindo de uma rede social e entrando em outra, e não tinha nada de interessante em nenhuma delas.
Então minha única opção era ir atrás da minha ver o que ela estava fazendo, já sou pouco curiosa mesmo. No nosso condomínio havia uma pracinha onde algumas crianças brincavam durante o dia, e de longe enxerguei ela sentada junto com uma moça em um dos bancos que havia no espaço.
Caminhei até elas para ouvir a conversa.
- Então pode ser assim. - minha mãe dizia.
- Oi! - cheguei as cumprimentando. E então reconheci, era uma conhecida da minha mãe, havia se conhecido em um evento daqui mesmo. - Tá fazendo o que? - perguntei para minha mãe.
- Anotando os nomes das crianças que vão dançar na festa junina.
- É, decidimos fazer uma festinha pra eles, só pra não ficarem sem nada por aqui.
- Entendi. - respondi me sentando junto com elas.
Logo o assunto sobre a tal festa foi esquecido e elas começaram a fofocar da vida, afinal fazia algum tempo que não se viam.
Acabou que passamos pouco mais de uma hora alí, anotaram alguns nomes, e só fofocaram, acho que na verdade se encontram apenas para isso.
- Bom, meninas. Então fica, assim. Eu já vou indo, tenho algumas coisas pra fazer ainda.
- Então tá, obrigada viu? - minha mãe agradeceu.
- Imagina! Ah, amanhã vamos fazer um churrasquinho pra minha sogra ali no salão, aparece por lá.
- Ah nós vamos, sim. Pode deixar.
Nos despedimos, e minha mãe e eu voltamos pra casa, enquanto me contava algumas fofocas que eu havia perdido.
- Ela tava contando que talvez o outro filho dela venha pra cá, amanhã.
- E ela é outro filho? Hum. - falei de forma maliciosa. - Quantos anos ele tem? - brinquei fingindo interesse como sempre fiz.
Sempre que meus pai comentavam sobre meninos, filhos de conhecidos, algum vizinho ou coisa do tipo, eu brincava perguntando a idade, mas sabíamos que era apenas graça já que quando eu os conhecia pessoalmente não trocava uma palavra se quer com eles.
- Ah não sei muito bem, acho que é 20 ou 21, também.
- Interessante! - brinquei.
Voltamos pra casa e eu voltei pra minha cama, e segui não fazendo nada. No dia seguinte, acordei com a movimentação da casa, me levantei e fui descobrir o por que de todo aquele alvoroço.
- Já estamos indo, lá? Você vai ficar? - minha perguntou assim que me viu saindo do quarto.
- Indo onde, meu Deus? - perguntei ainda sonolenta.
- No churrasco, eu e seu pai já estamos indo.
- Mas eu ainda tenho que tomar banho! - falei batendo um leve desespero.
- Você que sabe.
Eles pegaram seus pertences e saíram, me deixando parada no meio da casa encarando a porta. E então eu pensava eu vou ou não?
Não estava me sentindo muito confortável, odiava ir em eventos familiares onde eu não conhecia ninguém, sempre fui muito tímida e isso me fazia querer ficar em casa, mas por algum motivo, decide ir, por que não?
Depois me lembrei que eu já conhecia um dos filhos da tal amiga da minha mãe, que eu descobrirá que na verdade era seu caçula e não o único, então já era uma pessoa a mais pata eu me comunicar alí. Eu nem estava mais me lembrando do outro filho, por mais que eu realmente tivesse interessada em ao menos conhecê-lo, ou ver quem era, não me lembrei da sua possivel presença.
Fui para o banheiro, tomei banho, arrumei meu cabelo, coloquei um vestido simples - na minha cabeça, já que era um tanto colado, curto e valoriza o meu busto - passei uma maquiagem extremamente leve, eu fui encontrar meus pais.
Chegando no local, eu avistei meus pais sentados no em uma das mesas, um pouco mais afastada do pessoal, conversando com o garoto que eu já conhecia. Então de forma cautelosa, cheguei e me juntei a eles, apenas conhecendo o ambiente com os olhos.
Quando o garoto enfim encerrou sua conversa com meus pais, puxou uma cadeira e sentou um pouco mais distante de nós, agora dando atenção para uma outra pessoa, mas de repente um outro rapaz se juntou, e minha atenção se tornou completamente sua até o último minuto da festa.
Eu o olhava dos pés a cabeça, durante segundos pensando "quem é esse?".
Por algum motivo eu não conseguia tirar meus olhos dele, mas quando retornava a minha consciência, me lembrava que estava olhando a tempo demais e disfarçava, mas não aguentava e voltava a encará-lo, na maior cara de pau, sem nem ligar.
Na verdade eu encarava esperando por uma resposta, esperava que ele me olhasse, mas o garoto não me via alí, foi a primeira vez que eu não era correspondida com un olhar, e aquilo me chocou de certa maneira, ele simplesmente não me olhava, nem mesmo de relance, nem mesmo se questionando quem eu era, já que era um ambiente onde ele conhecia todos, menos eu.
Depois de tanto reparar na proximidade dos dois garotos me toquei e então comentei comigo mesma.
- Esse é o outro filho dela... hum, interessante.
Eu conversava um pouco com meus pais, olhava para ele, trocava mais algumas palavras. Até que o almoço foi servido e eu fui montar meu prato, quando me toquei, ele estava ali do meu lado, e eu congelei, logo percebi que até mesmo a minha respiração eu havia prendido. Estava me sentido uma adolescente passando perto do garoto bonito durante o intervalo da escola.
"Nossa, ele não é tão alto quanto parecia quando chegou". Penso comigo.
E novamente e o encarei descaradamente, mas eu estava muito próxima dele para olhar daquela forma, ele certamente me acharia maluca de estar fazendo aquilo, então me repreendo e volto a montar meu prato para sair o mais rápido possível dalí.
Voltamos ao nossos lugares e eu voltei namorar aquele menino na mesa ao lado.
O que eu havia visto naquele garoto? Por que ele chamou tanto a minha atenção?
Eu simplesmente o encarava e não pensava em mais nada, era extremamente confortável vê-lo conversando, andando, tudo. Ficaria horas ali, sentada o olhando.
Mas a minha felicidade acabou quando meus pais decidiram que já era hora de ir embora. Nós despedimos da colega da minha mãe e de seu marido, enquanto eu torcia para que fossemos perto do garoto e eu pudesse trocar alguma palavra com ele, mas não aconteceu.
Apenas fomos embora, e mesmo com convite para retornarmos ao local mais tarde, não voltamos e eu não o veria mais. Mas tudo bem, sempre me apaixono por alguém na rua e nunca mais a vejo e com esse não seria diferente.
E provavelmente não nos veríamos mais ou sei lá o que aconteceria.
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One Shots | DeakerBoy
FanficOne shots inspiradas no DeakerBoy Asmr Soft, +16 e +18 Certifique-se da faixa etária recomendada no início do capítulo! + Conteúdo adulto e linguagem inapropriada para menores de 16 anos (Não repostar, por favor!) Boa leitura! 💕