chapter 11

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Estou sentada em uma sala de visita privada no presídio. O ambiente é frio e impessoal, com paredes de um tom cinza opaco que suga qualquer resquício de vida e esperança.

O ar parece denso, carregado de uma sensação opressiva, como se o próprio lugar quisesse lembrar a todos que ali dentro não há espaço para sonhos ou alívios. A cadeira em que estou é desconfortável, dura, assim como o clima em meu peito. Respiro fundo, tentando acalmar o meu coração que, ansioso, bate forte à espera de Jungkook.

O silêncio é quase absoluto, quebrado apenas pelo leve eco dos meus movimentos, enquanto tento achar uma posição menos desconfortável para minha ansiedade. Finalmente, a porta de metal range, e meu olhar se volta imediatamente.

Um policial entra na sala, seguido por Jungkook. O som dos passos dele, abafados pelo chão de concreto, acelera ainda mais meus pensamentos. Ele está algemado, os pulsos presos por aquele metal frio que o impede de ser livre, mas ao vê-lo, meu coração se aquece. Mesmo com os ombros ligeiramente curvados pelo peso da situação, ele ainda carrega aquele ar forte, decidido. Quando o policial se aproxima e solta as algemas, como se me libertasse junto com ele, mal consigo conter o impulso de correr até Jungkook.

Levanto-me num sobressalto e corro em sua direção. Minhas mãos o encontram primeiro, seguidas pelo resto do meu corpo, que se molda ao dele em um abraço desesperado, cheio de necessidade. Minhas mãos afundam nas costas dele, sentindo a rigidez de seus músculos sob a camisa áspera do uniforme. Fecho os olhos e inalo o perfume familiar, mesmo mascarado pelo ambiente sujo do presídio, ainda é ele, ainda é o homem que amo.

— Eu senti tanto a sua falta... — Ele sussurra, com sua voz rouca, carregada de saudade e cansaço, o que faz meu peito apertar ainda mais.

— Senti a sua também — Murmuro contra o peito dele, tentando absorver o máximo do seu calor, como se isso fosse suficiente para apagar todas as sombras que pairam sobre nós.

O policial se afasta silenciosamente, fechando a porta atrás de si e nos deixando sozinhos. Há um breve instante de paz, um respiro na loucura que se tornou nossa vida. Eu me afasto levemente, apenas o suficiente para olhá-lo nos olhos, meu coração aperta ao ver o cansaço estampado nas feições dele. As olheiras marcadas, o semblante sério, tudo em Jungkook me lembra que ele está sofrendo, e a injustiça disso tudo queima dentro de mim.

— Jungkook, eu preciso contar algo a você — Digo, minha voz um pouco trêmula, mas determinada — Eu vou passar alguns dias sem vir aqui vê-lo. Não porque eu queira, mas porque estou voltando para a casa onde a senhora Kwon foi assassinada. Preciso tentar encontrar algo, qualquer coisa, que possa provar a sua inocência.

Seus olhos escurecem com a menção do assassinato, e ele aperta os lábios, visivelmente tenso. Ele balança a cabeça, como se absorver a informação fosse um golpe difícil de lidar.

— Você não precisa fazer isso, S/N. Não quero que se coloque em perigo por minha causa — Ele diz, com a voz baixa, mas o tom é firme.

— Eu preciso fazer isso, sim. Não vou conseguir descansar enquanto não encontrar uma forma de tirar você daqui — Respondo, determinada, mas com o coração pesado ao ver sua expressão de preocupação. Ele é tão protetor, mesmo agora, quando é ele quem está preso e precisando de ajuda para se livrar disso, é ele quem tenta me poupar.

— Além disso — Continuo, respirando fundo para lhe dar mais notícias — O advogado que era de Eliza assumiu o seu caso hoje pela manhã. Ele está tentando obter acesso às provas do processo para começar a trabalhar na sua defesa o quanto antes.

Jungkook me olha em silêncio por um longo momento, o rosto dele é uma mistura de surpresa e gratidão. A dureza de seus traços suaviza um pouco e ele finalmente murmura:

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⏰ Última atualização: Oct 22 ⏰

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