O ar na sala é pesado, abafado com a tensão que cresce à medida que os policiais preenchem cada canto do meu espaço pessoal. Meus olhos percorrem o ambiente, as prateleiras meticulosamente organizadas, os livros de couro alinhados, o cheiro familiar de madeira polida misturado com o leve aroma de café amargo, da xícara ainda quente sobre a mesa. Não era assim que eu esperava que as coisas terminassem.
— Isso é um erro — Digo, quase implorando, com minha voz quebrando sob o peso do pânico que cresce a cada segundo. — Eu não fiz nada! Isso não pode estar acontecendo.
— Senhor Jeon, não é hora para explicações aqui — Diz outro oficial, mais jovem, porém com a mesma expressão dura. — Isso será resolvido na delegacia. Por favor, coloque as mãos atrás das costas.
Olho para os policiais ao redor, sentindo o aperto no peito crescer. Tento reunir meus pensamentos, mas tudo se desfaz em fragmentos de medo e desespero. Elisa. Isso tem o nome dela escrito em cada detalhe. Ela orquestrou tudo isso desde o início. Não há outra explicação. Revelar novas provas sobre o assassinato da senhora Kwon foi o ato final nesse jogo doentio, que ela vem jogando há anos. E eu, sou apenas um peão que caiu em sua armadilha.
— Eu posso explicar — Digo rapidamente, minha mente correndo, buscando algo que possa me salvar neste momento. — Há alguém. Elisa, ela está por trás disso! Vocês precisam investigar, eu juro! Eu não fiz nada!
— Senhor Jeon — O oficial mais velho fala com um tom quase cortante de impaciência — Tudo o que disser agora deve ser reservado para o seu advogado. Não resistir é o melhor a se fazer no momento.
As algemas são colocadas em meus pulsos, com um clique frio e final, como se o destino estivesse selado. O metal contra minha pele era como uma marca física do horror que estou sentindo. Sou puxado de volta à realidade com a força de um soco no estômago. As paredes da minha própria sala, que antes eram uma espécie de refúgio, agora parecem sufocantes. Não há mais segurança aqui. Estou perdido. Cada detalhe da sala, cada objeto meticulosamente colocado, tudo parece distante e irrelevante agora.
Sinto o pânico me dominar por completo. O mundo ao meu redor gira fora de controle, e minha mente vai de encontro à possibilidade assustadora de estar preso por um crime que, mesmo que eu tenha o cometido, haviam se passado anos e eu havia agido para me defender. Entretanto, por mais que eu tente argumentar sobre isso, não existem provas de que elas estiveram me violentando durante anos. Seria a minha palavra contra as provas, que me apontam como autor dos disparos que assassinaram a senhora Kwon.
Mas, ao mesmo tempo, a sombra de Elisa paira sobre tudo isso. Eu deveria ter visto. Eu deveria ter percebido que ela não iria simplesmente se contentar com ameaças. Ela fez isso. Ela me jogou no fogo, e agora estou queimando.
— Vocês têm que me ouvir. Eu... — Me esforço para falar alguma coisa, mas o oficial estava me conduzindo para fora da sala. Meus olhos varrem o ambiente, procurando uma saída, algo que possa me salvar, mas sei que é tarde demais.
Enquanto sou levado para fora do meu escritório, meus funcionários olham, atordoados e em silêncio, incapazes de entender o que está acontecendo. O prédio que sempre foi o símbolo da minha força, agora é o cenário da minha queda. O silêncio deles, o olhar de perplexidade, de desconfiança, é sufocante. Mantenho a cabeça erguida, mas a vergonha e o pânico me corroem por dentro. O meu coração dispara a cada passo que dou, cada vez mais longe da minha vida, da minha liberdade. Tudo o que resta são as perguntas que gritam na minha mente. O que Elisa realmente quer? Até onde ela vai? E como, em nome de tudo o que é certo, vou escapar dessa armadilha mortal?
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Comeback | JK + S/N
ФанфікиS/N e Jungkook namoravam na época do ensino médio, porém, com uma gravidez repentina, S/N acaba tendo que se afastar de Jungkook, pois tinha medo de ter seu filho rejeitado pelo mesmo. com medo de ser descoberta, S/N e seu pai viajam para outro país...