CAPÍTULO 5

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Marilia dirigia lentamente, olhando atentamente as numerações das casas, procurava a casa da Maiara. Depois de um quilometro, finalmente a encontrou. Apesar de ser relativamente pequena, era uma casa de aspecto agradável. Buzinou, tinha a informado pelo whatsapp que estava se aproximando.


A porta da casa foi aberta e a Maiara surgiu com duas malas enormes que as deixou na calçada e voltou para dentro da casa. Marilia saiu do carro, dando a volta, parando do lado das malas. De duas, uma: Ou a Maiara tinha muitas roupas, ou ela era exagerada.

Maiara retornou com objetos que deixaram a morena bastante confusa: Um andador fechado e um carrinho de bebê que a morena arrastava até chegar próxima as malas, lançou um breve sorriso para Marilia ao deixar os objetos escorados nas malas, voltando para dentro da casa.

Os neurônios da Marilia estavam queimando tentando entender o óbvio, quando a Maiara retornou com uma criança em um braço e uma cadeirinha de viagem na outra mão, o choque foi instantâneo.

Maiara tinha uma filha pequena.

Criança... Oh, meu Deus! A Marilia sentia terror de criança, nunca se dava bem com elas, sempre as achavam insuportáveis e intrometidas. O seu histórico com crianças não era bom, ficara traumatizada depois que o seu afilhado arrancou um sinal de carne de suas costas com a unha. Ela o desconsiderou como afilhado imediatamente e desde então, se mantém distante de qualquer criança do universo.

E aí, surge a Maiara com uma criança, era aterrorizante!  

– O que é isso aí? – A Marilia perguntou com o cenho franzido apontando para a menina.

Maiara colocou a cadeirinha em cima das malas, e lançou um olhar torto para a outra.

– É uma criança. – Respondeu o óbvio, rolando os olhos para o alto. – Segure-a, por favor, preciso fechar a minha porta e conectar a cadeirinha no banco detrás do carro.

– Não... Eu não... – Antes mesmo de completar a frase, a criança foi colocada em seus braços.

Marilia não sabia muito bem como segurar uma criança, então, a sustentou pelos braços gorduchos. O que foi uma péssima ideia, já que a menina ficou de frente para ela, cara a cara, as duas se encararam com desconfiança por um tempo. A morena olhava pra Aurora como se ela fosse um ser de outro planeta, e Aurora olhava pra Marilia com curiosidade.

Tinha que admitir que a menina era linda... Branquinha como floco de neve, grandes olhos esverdeados e uma boquinha muito fofa e avermelhada. E as bochechas? Adoráveis. Os cabelos negros tão lisinhos que a tiara com uma rosa estava quase deslizando. Ela era fofinha... Opa... A Marilia arregalou os olhos, travando quando a menina levantou os seus bracinhos gorduchos curtos e colocou as mãozinhas no rosto dela. Ela tinha aquele cheirinho bom, típico de bebê.

Marilia mentalizou o seu rosto em busca de qualquer espinha ou sinal que pudesse ser arrancado, mas se lembrou que sua pele era impecável, fazia tratamento na Equilibrium. Para a sua surpresa, Aurora começara a balbuciar palavras estranhas, abrindo um sorriso com apenas dois dentes superiores, derretendo uma parte do coração da morena.

– Ela gostou de você. – Maiara disse com um sorriso ao terminar de fechar a porta da sua casa.  

A morena olhou desconfiada para Maiara que apenas sorriu, e foi se ocupar em colocar a cadeirinha de viagem no banco traseiro do carro.

– Você vai demorar muito? – Marilia perguntou preocupada, a menina começara a babar e ela acompanhava aqueles fios escorrendo pelo queixo da pequena, se arrepiando internamente, não queria ficar babada também.

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