Capítulo 9

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Manuela POV's

Já fazem uns 40 minutos que Valentina foi embora, me deixando aqui com a Natalie. A conversa entre nós fluiu super bem. Nesse meio tempo, descobri que ela é do Rio, mas atualmente mora fora, em Londres com sua mulher amiga, Sofia. Ela tem uma vivência com a arte que a faz se tornar uma referência pra mim.

- E você, sempre quis ser atriz? - ela pergunta, enquanto bebe seu drink.

- Sim! Desde criança, falava que queria trabalhar com isso. Estudei teatro e me encontrei de fato. - falo contente ao lembrar da minha história. - Conheci a Cléo brevemente em uma das minhas aulas de teatro e por coincidência do destino, nos reencontramos quando fui convidada a fazer o teste da série.

- Que legal! A Cléo é uma pessoa incrível. - ela sorri ao falar isso. - Conheço a pouco tempo mas já criei um carinho enorme.

Ela finaliza seu drink e deposita o copo no balcão do bar.

- Te achei muito misteriosa ontem. - falo enquanto sento no banco a sua frente. - Mas hoje, já tenho uma impressão diferente sobre você.

- E qual seria? - ela levanta do seu banco pra pedir minuciosamente outro drink.

- Você é uma referência. - sorrio timidamente. - O pouco que te ouvi falar sobre a arte, me mostrou que você valoriza e vive da arte da forma que ela merece. Isso é legal!

Natalie sorri e vejo seu rosto ficando avermelhado. Consegui, eu, Manuela, deixar Natalie com vergonha? Não esperava.

- É uma honra ouvir isso. Eu de fato, vivo pela arte. - ela puxa a gola de sua camiseta e aponta para a escrita tatuada próximo a seu pescoço, "A arte me move".

- Agora eu consegui entender. - falo rindo.

- Como assim? - ela ajeita a camiseta.

- Tentei entender ontem o que estava escrito nessa tatuagem, mas não enxerguei bem de longe. - automaticamente penso se foi uma boa admitir isso.

Ela para por uns segundos e sorri, com aquele mesmo sorriso de ontem.

- Então, você reparou em mim? - ela me olha fixamente, enquanto umedece seu lábios avermelhados.

Não sei o que responder, sem ser inadequado. Ontem, ela era só uma mulher gata que eu conheci. Hoje, ela é minha chefe. O que me faz pensar que mais uma vez, tenho barreiras pra manter. Que bosta!

- Sinto muito, mas é impossível não reparar em você. - falo tentando disfarçar ao máximo o que acabei de dizer.

Ela me olha. Seu olhar é fixo no meu; é penetrante de forma excitante.

- Baguncei muito as coisas me tornando sua nova chefe hoje? - sua voz sai como um sussurro gostoso demais de se ouvir.

Ela sabe.. Sabe que me interessei.

- Bagunçou. - digo olhando-a atentamente. - Agora temos barreiras pra manter, chefinha.

Ela se aproxima o suficiente pra ver cada detalhe do seu rosto. Sua boca avermelhada, sua pele impecável, seus olhos lindos. Essa mulher parece de mentira!

- E se eu criar as nossas próprias barreiras? - ela sussurra, enquanto sorri de canto.

Suas palavras me causam arrepios em todo meu corpo. Ela quer brincar. Eu quero entrar nesse jogo. Mas não vou afetar meu trabalho.

Verde é a corOnde histórias criam vida. Descubra agora