─• CAPÍTULO 1 •─

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Lucia POV
「Dia desconhecido ➜ Hora desconhecida」

Acordo com uma dor profunda em todo o corpo. Minhas costas estão rígidas e o pulso lateja como se tivesse sido esmagado. Tento me mexer, e sinto algo suave sob mim; ao estender a mão, noto que estou coberta por lençóis macios. Espera, minha cama nunca foi tão aconchegante assim!

Faço força para me sentar, mas a dor torna cada movimento difícil.

— Urgh...

— Está sentindo dor? — Uma voz feminina ecoa no quarto.

Congelo, sentindo um arrepio. Não estou sozinha?

Instintivamente, minha mão vai até o bolso onde deveria estar minha faca, mas tudo o que encontro é o tecido vazio da calça.

— Onde...?

— Está procurando isso? — A garota segura a faca com naturalidade, exibindo-a entre os dedos enquanto se aproxima do canto iluminado do quarto pelo abajur.

Agora posso vê-la melhor: cabelos castanhos com pontas tingidas de verde e olhos intensos, brilhando como uma lua cheia. Seus braços, fortes e definidos, sugerem horas dedicadas a treinos pesados. E o rosto... um misto perfeito de simetria e extrema beleza, como se alguém o tivesse esculpido com precisão, o que me irrita um pouco pela perfeição desconcertante.

— O que você quer de mim? — Pergunto, bufando ao final da frase.

Ela suspira, como se tivesse esperado por essa pergunta.

— Eu te salvei, sabia? Aqueles zumbis estavam prestes a te pegar.

Reviro os olhos, sem agradecer, e deslizo para a beira da cama. Me esforço para me levantar, mas a dor me faz precisar me apoiar na parede para não cair.

— Vai com calma, você caiu — ela diz.

— Foram só três andares.

— Três?!

Reviro os olhos e tento continuar andando, mas meu corpo vacila, e quase caio, só não vou ao chão porque a garota me segura firmemente com uma única mão. Wow.

— Eu disse pra ir com calma, droga! — Ela reclama, me puxando de volta para uma posição estável.

Solto sua mão com brutalidade — Não preciso da sua ajuda.

Ela ergue uma sobrancelha, surpresa, mas um sorriso irônico aparece em seus lábios — Claro, claro... Não precisa da minha ajuda, né? Eu só te salvei daquela horda de zumbis que estava prestes a te devorar viva, mas, tudo bem.

— Eu não pedi a sua ajuda! — respondo, elevando a voz.

O olhar dela se torna surpreso, depois frio. Ela suspira, impaciente, e, num movimento rápido, tira uma pistola do bolso.

Recuo instintivamente — E-Ei!

Antes que eu possa reagir, sinto a coronha da arma atingir minha testa. A visão escurece, e eu desmaio.

「...」

Acordo num susto. Ao tentar me levantar, sinto algo prendendo meu braço.

— H-Hã?!

Olho ao redor e percebo que estou de volta à mesma cama de antes, mas agora minha mão direita está algemada na cabeceira.

— Você é muito grossa — a mesma voz de antes surge — Eu te salvei, dei banho em você, cuidei dos seus ferimentos, até enfaixei o seu pulso. E é assim que você agradece? Você não faz ideia do trabalho que deu.

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