A última nota do império

Em chamas

Se fosse possível descrever a sala do trono naquele momento com apenas uma palavra, esta seria: caos. O lustre caíra, os vidros das janelas deixaram de existir, e havia um forte cheiro de sangue naquele local. Algumas pessoas atiravam, outras usavam de suas habilidades paranormais para defender se e contra atacar.

Dentre as cenas mais impressionantes era possível citar, Cliff puxando cordões, tipo de marionetes, e enforcando seus adversários, Ozzy bebendo o sangue de seus inimigos se tornando cada vez mais forte, e depois transformando-se em um morceguinho para desviar das balas. Também havia John Deacon, com suas grandes asas angelicais abertas, carregado Freddie que, com sua espada, decapitava inimigos em uma velocidade impressionante. Outra coisa bastante impressionante era um certo homem com uma aparência bastante anormal, caminhando calmamente em meio ao caos. Ele tinha um grande sorriso nos lábios, que estavam ocultos por sua estranha roupa de eremita perturbado. As balas pareciam atravessar seu corpo, enquanto andava em uma postura estranhamente perfeita. Aquele era Harry Houdini, o traficante que vendia drogas a Steven Adler. Ele tinha ali um objetivo, e caminhava rumo a ele como se já estivesse com todo o mapa do castelo em mente. Ignorando completamente o Roger Taylor com uma armadura gigante estraçalhando soldados sovièticos, ele foi até uma porta ali perto e andou pelo corredor para o qual ela dava, observando as marcações de cada sala, procurando um cantinho bem específico, que logo achou, por mais que fosse discreto. Houdini sabia que naquele castelo havia toneladas de ouro e pedras preciosas, mas era ali, naquele cantinho, que estava o que ele procurava: uma pequena cúpula feita de folhas e galhos.

 - Exatamente como Gorbachev dissera - riu ele, enquanto atravessava a porta sem necessariamente abri-la - Agora, Guns n' Roses, será o fim de vocês.

Enquanto isso, na selva, os músicos continuavam sentados na grama, em círculo, enquanto contemplavam aquele momentâneo período de paz e harmonia.

 - Pessoal - chamou Steven, um tanto quanto sonolento, ao notar uma possível sexta presença no local - Vocês acreditam em fantasmas?

 - Pequenino, fantasmas não existem! - exclamou Duff, afagando-lhe a cabeça

 - Então o que o traficante de heroína, cujo comercio eu muito muito frequentava, está fazendo aqui?

Ao ouvir aquela estranha sentença, todos se levantaram alarmados e viraram suas faces para onde o menino olhava aterrorizado.

 - Bom dia, rapazes! - disse ele sarcasticamente - Veja só! A quantidade exagerada de drogas ainda não matou todos vocês! Que surpresa!

 - Como você veio parar aqui e o que você quer?

 - Bem, eu vim fazer o trabalho das drogas, já que elas não foram o suficiente!

Demorou um pouco até que eles interpretassem aquela frase com o seu real sentido: Harry Houdini estava lá para matá-los. Ao se darem conta disso, automaticamente reagiram.

 - Breaking rocks! - disse Duff McKagan. Seu poder, não era só de "quebrar rochas", embora fosse possível fazê-lo com ele. Na verdade, esse concedia-lhe uma força sobre humana, que ele podia usar para qualquer coisa. Naquela situação, ele usou-o para arrancar uma grande sequoia do chão e lançá-la em direção ao traficante.

 - Ai! - comentou Axl - Não faça isso! A energia da selva está completamente interligada com a minha energia vital, ou seja, se você arranca uma árvore, eu sinto como se você tivesse arrancado um fio de cabelo meu! Além do mais, eu ainda não autorizei que você usasse os poderes!

O ruivo sentiu alguma coisa, mas o Houdini não, pois o fato de ele ter uma forma espectral, nada de físico poderia afetá-lo. Apenas para testar essa hipótese novamente, Axl lançou-lhe mais vários cipós, galhos e folhas em sua direção, mas estes foram-lhe completamente inofensivos.