Capítulo 3

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Enrico Ricci

Nunca tive amor dos meus pais e por ser o único filho ômega sempre me trataram com indiferença e sempre deixaram claro que eu não tenho voz dentro de casa, por minha mãe ser ômega achei que teria amor pelo menos dela, muito pelo contrário Eleonora sempre pensou apenas em seu próprio umbigo e caprichos, fazendo de tudo para que os seus 4 filhinhos alfas tivessem um futuro promissor cheio de regalias.

Sempre fui sozinho, nunca pude ir para a escola e ter amigos, só podia ter aulas de etiqueta e como ser um ótimo marido para o meu alfa. Sempre me falavam "Você deve total obediência ao seu esposo" ou  "sua única função é procriar e cuidar dos seus filhotes". Não queria ter nascido nessa sociedade de merda onde apenas alfas tem voz ativa.

Estava sentado na poltrona em frente a janela do meu quarto, tricotando um suéter para passar o tempo, quando avisto os carros pretos entrarem pela mansão. Logo em seguida uns homens estranhos de terno preto com armas em suas mãos se espalham pelo jardim. Curioso fico na ponta dos pés e vou para a ponta da escada, quando iria descer para perguntar o que estava acontecendo, avisto os homens bonitos do restaurante, eles me olham de cima a baixo analisando o meu corpo, só depois que eu percebi, que estava apenas de pijama de cetim, assim que eles saem do meu campo de visão, corro para o meu quarto e troco de roupa. 

Ouço 3 batidas em minha porta e falo que poderia entrar. Então vejo os meus progenitores ambos com uma expressão fria e adentram o meu quarto. 

-Precisamos conversar Enrico. -Diz minha mãe com um sorriso esquisito no rosto. Então ambos ficam em minha frente e me sento na ponta da cama.

-Sabe que estamos com dificuldades financeiras. -Fala Filippo, aceno em concordância.  

-Seu pai fez o melhor negócio hoje a tarde. -Eleonora diz com alegria na voz. 

-Então filho... -Meu pai fala e fica um silêncio por alguns segundos. 

-Seu pai vai fazer uma parceria com os irmão Greco, com plantação de maconha. -Arregalo os olhos, como assim eles vão trabalhar com coisas ilegais. 

-Isso é errado. -Falo em voz baixa com medo de ser repreendido.  

-Você não tem nada haver com o que fazemos e deixamos de fazer. -Fala meu pai com voz ríspida. -Abaixo minha cabeça. 

-A melhor parte é que eles perdoaram a dívida que tínhamos, em troca nós lhe oferecemos a eles.- Fala minha mãe. 

Quando eu ouço aquelas palavras, por um momento achei que tinha ouvido errado. Levanto minha cabeça e olho para minha mãe com lágrimas nos olhos, sua expressão era de indiferença. Aquilo doeu. 

-Vocês me venderam? -Pergunto e o meu corpo todo começa a tremer.

-Usamos você como moeda de troca, eles iriam matar o seu pai ou a nós,não tínhamos o que fazer e precisamos dessa ponte para os negócios. -Fala minha mãe nem olhando em meu rosto. 

-SOU O FILHO DE VOCÊS -Grito pela primeira vez com os meus "pais", continuo a falar -Sonho em ter um casamento realmente feliz e que exista amor algo que vocês nunca me deram, por ter nascido a merda de um ômega. 

Assim que termino de falar levo um tapa na cara da  minha querida mamãe, que fez meu rosto virar para a direita devido a força, com toda certeza ficará a marca de seus dedos. Deixo as lágrimas escorrerem pela minha face. 

-OLHA AQUI SEU MOLEQUE PETULANTE -Grita minha mãe. -Amor hoje em dia não é algo que ômegas podem escolher, temos obrigações e esse é o último sentimento que você deveria se preocupar. -Fala a cobra em minha frente.  

Vendido para dois alfasOnde histórias criam vida. Descubra agora